Perante os
nossos olhos, acontece um novo Holocausto!
“O Holocausto foi a perseguição
sistemática e o assassinato de 6 milhões de judeus europeus pelo regime nazista
alemão, seus aliados e colaboradores. O Holocausto foi um processo
contínuo que ocorreu por toda a Europa entre os anos de 1933 a 1945.”
Perante o nosso olhar e face à indiferença dos “poderosos”,
incentivados pelos falcões da guerra e o alheamento hipócrita dos que só veem
crimes se praticados pelos não amigos, o governo terrorista de Israel, persiste
o assassinato de milhares de Palestinos e o arrasar de Gaza e da Cisjordânia.
Perante o silêncio cúmplice de governos e opinadores que, cumprindo as
ordens do imperialismo teimam em apelidar de terroristas os que morrem e de
Estado “bom” quem os assassina, assistimos com a minha (e de muitos outros)
indignação, ao ruidoso silêncio do Governo e Presidência da República do meu
país, face às tentativas de crucificação de um Português que, no exercício das
obrigações do prestimoso cargo que detém, tem denunciado os crimes perpetrados
a mando do governo terrorista de Israel com o apadrinhamento dos EUA e dos seus
súbditos da União Europeia.
No momento em que escrevo ainda não é conhecido o resultado de mais uma
corajosa decisão de António Guterres para tentar travar o morticínio mas face
ao que tem sido a posição dos Estados Unidos, não será de admirar que mais uma
vez, os EUA garantam o “colinho” aos assassinos através do seu Veto nas Nações
Unidas. Independentemente do que for o resultado da reunião do Conselho de
Segurança da ONU este não apagará a posição (que entende no mínimo de cobarde
subordinação) do governo e presidência portugueses.
Ao nível da nossa região constatamos igualmente que não há grandes
diferenças do que se constata a nível dos governantes. Aqui, persistem os
silêncios ruidosos de quantos se afadigaram (e bem) a denunciar os mortos na
Ucrânia e particularmente com as imagens que nos chegavam de vítimas civis ou,
no início deste conflito, quando tomamos conhecimento das vítimas do ataque dos
guerrilheiros do Hamas a civis israelitas, mas que agora fingem não ver, ouvir
ou ler sobre o “holocausto” em Gaza e na Cisjordânia.
Triste postura de quem teima em ver, sempre, à luz da ideologia que
defendem e à catalogação que a essa luz fazem do que é bom ou mau, certo ou
errado e que muitas vezes é o resultado de um misto de fanatismo e
desinformação.Ainda na passada semana um dos chamados cidadãos informados a
quem a Rádio Portalegre dá tempo de antena, afirmava, sem…digamos pudor, ainda
não se ter apercebido que “a nossa esquerda apoiante desta Rússia” tenha
comentado/condenado a posição do Supremo Tribunal Russo de considerar Persona
não grata a associação LGBT+.
Um bom exemplo do que designo como resultado da mistura do fanatismo e
desinformação. Fanatismo ideológico que não estranha o silêncio sobre o
genocídio na Palestina mas se incomoda (e bem) com a perseguição por motivos de
orientação sexual. Fanatismo ideológico e desinformação por não ter ainda
percebido que há décadas que a Rússia é governada à direita e que só por
maldade ou estupidez se pode querer colar a “nossa esquerda” às posições
neocapitalistas dos governantes russos.
E assim, também por cá, entre festarolas que hipnotizam e opinadores
que se limitam a difundir “a verdade” fabricada nas centrais do capitalismo,
promovemos a anestesia, o desinteresse e o conformismo. Até quando?
Diogo Júlio Serra