quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

FUUUUJAM! Vêm aí os Russos.

 



No pasarón!

Os tambores da guerra voltam a rufar. Malandros os Russos!

Milhares de soldados russos fortemente armados encontram-se em manobras no México junto à fronteira com os Estados Unidos da América numa clara provocação bélica com o argumento, falso, de que os Estados Unidos estão a concentrar muitas tropas junto a essa mesma fronteira embora no seu próprio país. O argumento destes, (os americanos) certamente falso é o de que estão a proceder a exercícios normais para garantirem a operacionalidade do seu exército.

Tão assustador como concentração das tropas é o alarido que os russos estão a provocar por todo o mundo de forma a branquearem as suas intenções que são, sabemo-lo todos, a invasão do Texas e o facto real dos EUA terem descoberto a presença de um submarino russo no Golfo do México.

Os russos tem vindo a desenvolver uma intensa campanha diplomática “gritando” que não têm qualquer intenção de invadir o Texas mas os Estados Unidos e o “mundo livre” recusam essa versão, tanto mais que é sobejamente conhecida a prática dos russos em invadirem e espingardearem outros países e povos: atente-se às invasões do Iraque, da Síria, do Afeganistão, do Vietname, de Granada, de Cuba (Baía dos porcos) e do Panamá e os apoios aos golpistas do Chile, da Bolívia, da Venezuela e de Portugal.

Os EUA e os seus aliados têm sobejas razões para desconfiarem das palavras dos russos, tanto mais que, todos conhecemos a propensão destes para “cercarem” os EUA com bases militares e armamento nuclear estacionado nos estados vizinhos: Novo México, Oklahoma, Louisiana.

Claro que “no pasarón”. Todo o mundo “livre” responderá energicamente a quaisquer tentativas dos russos invadirem o Texas. Mesmo Portugal não deixará de o fazer e se dúvidas houvesse aí estão as palavras inteligentes e firmes do nosso ministro dos negócios estrangeiros.

Clarificada que está a nossa vontade em evitar mais uma invasão russa a um estado soberano e o nosso aplauso à clarividência do Ministro S.S. e às demonstrações de total independência do Governo Português  face ao invasor, é tempo de vos/nos recordar algumas situações que podem ajudar no momento do aplauso ou rejeição:

- A Rússia, a Bielorrússia, os Estados Unidos da América, a Ucrânia, os países que integram a União Europeia, estejam dentro ou fora do “braço armado do Capital” são, todos eles, países que integram, praticam e estimulam o Sistema Capitalista.

- A Rússia, a Bielorrússia e a Ucrânia já há muito não têm nada a ver com a União Soviética e o seu sonho de transformar o mundo numa Pátria sem amos, renderam-se ou foram reconquistados pelo capitalismo e nalguns casos a comportar-se ali, com a violência que o caracterizava nos tempos que antecederam a segunda grande guerra.

Assim, mais uma vez, os tambores da guerra voltam a rufar porque o sistema capitalista precisa da guerra para se manter à tona, para que alguns, poucos, continuem a acumular riquezas e poder mesmo que isso implique continuarem a fazer um caminho, como até agora, manchado de sangue.

Os senhores da guerra voltam à ribalta para um confronto, dentro do sistema capitalista, e mais uma vez para definirem se o poder dos actuais senhores pode e deve ser partilhado.

Que possamos evitá-lo. Que saibamos apagar o fogo em vez de o avivar.

Que países como o nosso que neste conflito não serão mais que vítimas “inocentes” não se comportem como mera claque de futebol, cega pelas cores do seu clube. Que os nossos S.S. – Santos Silvas tenham juízo ou vão embora, pelo seu pé ou empurrados.

Que o consigamos. Só assim poderemos aspirar a gritar (mais uma vez), No Pasarón!

Diogo Júlio Serra

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

 



SEMEANDO NOVOS RUMOS!

“(…) Alentejo de esperança e de raiva, de muita labuta

de muitos sonhos e (algumas) conquistas.

Alentejo por aqui, dentro de cada um do nós Alentejo do nosso orgulho,

da nossa força, da nossa perenidade…”

Manuel da Fonseca

 

Quando este texto estiver nas mãos dos leitores do Jornal do Alto Alentejo já todos teremos conhecimento das decisões tomadas pelos cidadãos eleitores, estaremos a procurar compreender os resultados e, sobretudo a tentar perceber qual vai ser a tradução prática desses resultados para a sua região e para o país.

Não é essa situação no momento em que escrevo. Agora, no “imposto” dia de reflexão, quando os resultados das eleições está apenas no campo dos desejos, proponho-vos reflectirmos sobre as temáticas que as várias candidaturas trouxeram (ou não) à discussão e se elas são ilustrativas dos problemas sentidos.

Pessoalmente procurei reflectir no que cada uma das forças políticas e das candidaturas que promoveram ou apoiaram no nosso círculo eleitoral apresentou (ou escondeu) sobre a Regionalização do país e a criação do terceiro pilar do Poder Local Democrático, as Regiões Administrativas.

Esperei que as diferentes forças politicas em presença aproveitassem o momento eleitoral para nos colocarem quer a sua posição de partida sobre esta matéria, quer as propostas concretas para a sua implantação, agora que pela pressão dos autarcas, Presidente da República e Primeiro Ministro se viram “obrigados” a vir a terreiro reconhecer a sua necessidade.

Engano meu. As diferentes candidaturas que se apresentaram pelo nosso círculo eleitoral mantiveram os seus posicionamentos tradicionais: a CDU a reafirmar o seu propósito de continuar a bater-se pela sua concretização e as demais a fingirem que não sabem dessa necessidade.

Já as direções nacionais dos partidos até então com assento parlamentar não quiseram deixar de pronunciar-se, tanto mais que o próprio Presidente da República se viu “coagido” a lançar o tema em vésperas de eleição da nova Assembleia da Republica.

Das posições vindas a público e apesar das roupagens que as vestiam é fácil constatar que todos os partidos que construíram e votaram a Constituição da República se posicionam favoráveis à criação de serem discutidas as formas de descentralização politica e administrativa da governação do país. Dos partidos com grupo parlamentar, só o CDS não “aplaude” a Regionalização, na mesma linha do seu posicionamento face à Constituição que a consagra e que, como é sabido, votou contra.

Feita a constatação olhemos agora, com o olhar dos alentejanos, para a alteração, positiva, do posicionamento político de quantos, partidos e personalidades, estiveram por diversas vezes (demasiadas) em confronto com os defensores da Regionalização e com a vontade das populações que os elegiam.

Registemo-la e passemos à fase seguinte. Procuremos de imediato partir para a construção de convergências no desenho da Região Administrativa do Alentejo, das suas competências e da sua governança.

Há já trabalho (muito) feito. O acervo documental saído de cada Congresso sobre o Alentejo, que realizámos entre 1985 e o presente são a prova das potencialidades da Região e uma poderosa afirmação da vontade de milhares de homens e mulheres de contribuir para um Alentejo de progresso e bem-estar.

Em cada um dos Congressos realizados, que percorreram cada um dos distritos do Alentejo – do primeiro realizado em 1985 em Beja ao último que efetivámos em Castelo de Vide foi sempre sublinhada a importância da regionalização como um instrumento fundamental para a definição de uma verdadeira estratégia de desenvolvimento.

Que seja agora!

Diogo Serra