TAL TÁS PORTALEGRE
Nas
últimas semanas a atenção dos portalegrenses tem vindo a ser requisitada por
diferentes e graves acontecimentos mundiais e por importantes momentos da vida
nacional.
No
primeiro caso, o ataque do Hammas e o rol de assassinatos e raptos que
espalharam o terror entre os civis na zona ocupada e a brutal e
desproporcionada intervenção do Estado Terrorista de Israel que já somam muitos
milhares de mortos, quase todos civis, particularmente na prisão a céu aberto
que Israel instalou em Gaza e que vem acrescentar horror ao que se tem vivido,
e continua a viver, na Europa fruto da guerra na Ucrânia.
No
segundo caso tem sido a da discussão (ou a falta dela) do Orçamento de Estado
para 2024, que tem estado na agenda política.
Aqui
enquanto o governo, alicerçado na sua maioria absoluta, persiste em continuar
as suas políticas anti Robin dos Bosques, políticas de “roubar aos pobres para
dar (cada vez mais) aos ricos, temos assistido a posições muito díspares das
diferentes forças políticas com assento parlamentar:
À
esquerda com apresentação de propostas visando levar todos os setores da
sociedade a contribuírem para o esforço necessário a melhorar as condições do
país e dos portugueses e em particular a resposta necessária e urgente no SNS,
na habitação e no ensino.
À direita
através de “rodriguinhos” que fingem estar contra o que eles próprios defendem
e fizeram. Percebe-se que a haver diferenças seriam tão só mais duras e mais
rápidas. Mesmo quando invocam os altos impostos ou a reforma fiscal esquecem ou
querem que nós esqueçamos, como estiveram todos unidos para derrotarem a
proposta do PCP que propunha a redução dos impostos para quem trabalha e a
obrigação dos bancos e seguradoras, que têm recolhido lucros diários de onze
milhões de euros contribuírem para a alivio da carga de juros da habitação ou
diminuírem os custos da energia e dos combustíveis.
Têm sido
razões de peso a reclamarem a nossa atenção e, infelizmente, a afastarem-nos do
que se tem passado no nosso território e na nossa cidade.
Porque
focados nos temas nacionais e internacionais não reparamos, ou não demos a
devida atenção à vinda ao nosso distrito da Direção do Grupo Parlamentar do
partido que suporta o governo que aqui veio, para entre outros locais, visitar
o Hospital Doutor José Maria Grande porque, disse-nos, “é um hospital que tem
dado particular atenção aos cuidados paliativos e queremos apoiar e apostas em
políticas de envelhecimento digno”.
Assim,
não questionámos ou sequer soubemos se dessa visita foram dadas as garantias
para tornar mais célere a aquisição do colégio para a necessária ampliação do
hospital, para garantir dotar o hospital com os recursos humanos em falta ou,
tendo em conta a vontade, legítima, de apoiar e apostar em políticas de
envelhecimento digno, sabermos o que estão a fazer para minorar os efeitos dos
despedimentos na Misericórdia de Portalegre ou para garantir o financiamento
adequado às IPSS da nossa região a quem trata da mesma maneira que as situadas
em Oeiras ou Cascais.
Igualmente
não demos a devida atenção às visitas das Senhoras Ministras da Justiça e da
Coesão. Pelos motivos apontados não aplaudimos o anúncio da primeira de que o
Tribunal encerrado há dez anos vai agora (em Novembro) ver a obra colocada a
concurso e da segunda o pagamento da parte do governo nas obras que os
municípios tiveram que fazer face às destruições ocasionadas pelo temporal do
ano passado.
Houve
mais. Na nossa cidade e com a responsabilidade a nível local, continuamos a
testemunhar a paralisia da Fundação Robinson e a degradação do seu património
imposta pela inércia de uns e a incompetência de muitos outros.
A
realização de uma Assembleia Municipal extraordinária, acordada por todos os
grupos nela representada, que à incompetência e insensibilidade de quem nos trouxe
até aqui, se junta agora a arrogância dos que legitimamente eleitos para
assumirem os destinos do concelho, dois anos passados não conseguiram sequer
entender as responsabilidades do município que dirigem.
Nem todos
se demitem das suas responsabilidades. A Assembleia Municipal de Portalegre,
com a oposição da Mesa que a Preside e do Grupo que suporta o Executivo,
decidiu o fim da paralisia – apontando para que sejam nomeados os órgãos
sociais da Fundação Robinson e que se possa saber a situação real da Fundação e
do Espaço à sua guarda.
Diogo
Serra
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