terça-feira, 31 de outubro de 2023

 TAL TÁS PORTALEGRE



Nas últimas semanas a atenção dos portalegrenses tem vindo a ser requisitada por diferentes e graves acontecimentos mundiais e por importantes momentos da vida nacional.

No primeiro caso, o ataque do Hammas e o rol de assassinatos e raptos que espalharam o terror entre os civis na zona ocupada e a brutal e desproporcionada intervenção do Estado Terrorista de Israel que já somam muitos milhares de mortos, quase todos civis, particularmente na prisão a céu aberto que Israel instalou em Gaza e que vem acrescentar horror ao que se tem vivido, e continua a viver, na Europa fruto da guerra na Ucrânia.

No segundo caso tem sido a da discussão (ou a falta dela) do Orçamento de Estado para 2024, que tem estado na agenda política.

Aqui enquanto o governo, alicerçado na sua maioria absoluta, persiste em continuar as suas políticas anti Robin dos Bosques, políticas de “roubar aos pobres para dar (cada vez mais) aos ricos, temos assistido a posições muito díspares das diferentes forças políticas com assento parlamentar:

À esquerda com apresentação de propostas visando levar todos os setores da sociedade a contribuírem para o esforço necessário a melhorar as condições do país e dos portugueses e em particular a resposta necessária e urgente no SNS, na habitação e no ensino.

À direita através de “rodriguinhos” que fingem estar contra o que eles próprios defendem e fizeram. Percebe-se que a haver diferenças seriam tão só mais duras e mais rápidas. Mesmo quando invocam os altos impostos ou a reforma fiscal esquecem ou querem que nós esqueçamos, como estiveram todos unidos para derrotarem a proposta do PCP que propunha a redução dos impostos para quem trabalha e a obrigação dos bancos e seguradoras, que têm recolhido lucros diários de onze milhões de euros contribuírem para a alivio da carga de juros da habitação ou diminuírem os custos da energia e dos combustíveis.

Têm sido razões de peso a reclamarem a nossa atenção e, infelizmente, a afastarem-nos do que se tem passado no nosso território e na nossa cidade.

Porque focados nos temas nacionais e internacionais não reparamos, ou não demos a devida atenção à vinda ao nosso distrito da Direção do Grupo Parlamentar do partido que suporta o governo que aqui veio, para entre outros locais, visitar o Hospital Doutor José Maria Grande porque, disse-nos, “é um hospital que tem dado particular atenção aos cuidados paliativos e queremos apoiar e apostas em políticas de envelhecimento digno”.

Assim, não questionámos ou sequer soubemos se dessa visita foram dadas as garantias para tornar mais célere a aquisição do colégio para a necessária ampliação do hospital, para garantir dotar o hospital com os recursos humanos em falta ou, tendo em conta a vontade, legítima, de apoiar e apostar em políticas de envelhecimento digno, sabermos o que estão a fazer para minorar os efeitos dos despedimentos na Misericórdia de Portalegre ou para garantir o financiamento adequado às IPSS da nossa região a quem trata da mesma maneira que as situadas em Oeiras ou Cascais.

Igualmente não demos a devida atenção às visitas das Senhoras Ministras da Justiça e da Coesão. Pelos motivos apontados não aplaudimos o anúncio da primeira de que o Tribunal encerrado há dez anos vai agora (em Novembro) ver a obra colocada a concurso e da segunda o pagamento da parte do governo nas obras que os municípios tiveram que fazer face às destruições ocasionadas pelo temporal do ano passado.

Houve mais. Na nossa cidade e com a responsabilidade a nível local, continuamos a testemunhar a paralisia da Fundação Robinson e a degradação do seu património imposta pela inércia de uns e a incompetência de muitos outros.

A realização de uma Assembleia Municipal extraordinária, acordada por todos os grupos nela representada, que à incompetência e insensibilidade de quem nos trouxe até aqui, se junta agora a arrogância dos que legitimamente eleitos para assumirem os destinos do concelho, dois anos passados não conseguiram sequer entender as responsabilidades do município que dirigem.

Nem todos se demitem das suas responsabilidades. A Assembleia Municipal de Portalegre, com a oposição da Mesa que a Preside e do Grupo que suporta o Executivo, decidiu o fim da paralisia – apontando para que sejam nomeados os órgãos sociais da Fundação Robinson e que se possa saber a situação real da Fundação e do Espaço à sua guarda.

Diogo Serra


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