quarta-feira, 17 de julho de 2019

Acordemos!




Acordemos. Ainda é tempo!


Quando a direita afastada do poder pela ação unida das forças de esquerda conspirava, cá e lá fora, para conseguir a vinda do “Demo” fosse através do fogo posto fosse através da reposição das mesmas “técnicas” que havia colocado nas ruas em 1975, muitos de nós (eu incluído) respondíamos com o sorriso ou com a convicção de que se o quisermos poderemos travar o caminho para o abismo e garantirmos um futuro para Portugal e para os portugueses.
Não tivemos em atenção (penso) que o fascismo derrotado há 45 anos não foi extirpado da nossa sociedade e que, na “clandestinidade” onde se refugiou foi refinando as bases conspirativas, granjeando apoios, comprando aliados, infiltrando e catequizando a direita defensora e ganhadora dos privilégios e dos capitais sugados ao povo e ao país.
Não estivemos (todos) suficientemente atentos!  
Muitos defensores da democracia política mas também do sistema capitalista e ávidos das migalhas que lhes destinavam não viram ou fecharam os olhos às consequências que adviriam das posições que iam permitindo ou mesmo operacionalizando.
E tudo começou logo no próprio dia de Revolução quando os capitães vencedores deram palco a generais anti-Abril e continuou quando em nome da “reconciliação” se abriram as portas e  os bancos aos “donos disto tudo” e fosse em nome dos interesses do grande capital, fosse pela “cegueira politica e o preconceito”, se apostou “no partir a espinha à Intersindical” em vez de, como lhes competia, garantirem o cumprimento da Constituição que alguns juraram e todos estamos obrigados a respeitar.
Os resultados estão agora aí! As corporações que alimentaram vêm agora à rua procurando tirar partido das situações que armaram. Os “arremedos” de sindicatos que criaram e mimaram (os sindicatos amarelos, os paralelos e os paralelos dos paralelos) são agora aproveitados para à margem das leis e da moral, credibilizarem no terreno as palavra de ordem de caos e tragédia que os DDT ditaram para as suas marionetas difundirem.
As falanges fascistas que alguns teimaram em não ver e que foram renomeadas em extrema-direita, agora alojadas em diversos órgãos de poder, sentem-se já suficientemente fortes para se fazerem ouvir em vários patamares da nossa sociedade e em particulares no seio das forças policiais e de segurança.
Chegados aqui a questão que se coloca, o que se nos coloca é optar se continuamos ocupados a gerir o nosso próprio umbigo ou se nos concentramos no que é preciso. Se continuamos a afirmar “No pasa nada” e fingimos não perceber os ataques que visam a destruição do Serviço Nacional de Saúde, as ações concertadas que visam a destruição de direitos e a criminalização de formas de luta de quem trabalha, o controlo ou no mínimo o condicionalismo das forças de segurança pela intervenção de comandos fascistas ou pomos mãos à obra dando combate politico e legal a quem não cumpre Abril?
Dito de outra forma e parafraseando um Revolucionário que foi primeiro-ministro de Portugal é preciso saber quem está com Abril e quem está contra Abril!
E agir em conformidade!

Diogo Júlio Serra

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Apresentação da Cabeça de Lista e do Mandatário da CDU




Saudação a todos e todas!
Os que estão e os que hão-de chegar
Permitam-me que num gesto de alegria e vaidade possa partilhar convosco o orgulho enorme em esta aqui.
E sobretudo pelo reconhecimento de que a CDU ao convidar-me para mandatário distrital da sua candidatura por Portalegre, me ter dado a honra de poder continuar a intervir,  com o meu modesto contributo, para podermos um dia concretizar o sonho de podermos viver e trabalhar no território onde nascemos ou que elegemos para viver e, também para, a partir daqui intervirmos na construção do País que sonhámos e queremos: Livre, Democrático, Soberano e Justo!
Hoje é para mim e penso, sê-lo-á também para o nosso distrito, um dia de grande significado por três motivos diferentes:
·         1º Portalegre, mais propriamente o nosso IPP acolhe hoje e amanhã, uma importante iniciativa: A MOSTRA  - economia circular;
·         2º A União dos Sindicatos do Norte Alentejano – Estrutura sindical de classe e polo de resistência e construção de futuro, comemora o seu 44º aniversário;
·         3º Aqui e agora damos início a um caminho que pretendemos nos leve a dar vida e voz ao Norte Alentejano e coloque na assembleia da república (de forma directa) as aspirações e propostas do distrito de Portalegre.
Hoje estivemos aqui aqui, para iniciar um caminho que pretendemos nos leve a retomar no Parlamento o lugar que ambicionamos e merecemos.
Ambicionamos porque reconhecemos que não serão os executores ou apoiantes das políticas cujos resultados bem conhecemos os mais indicados ou capazes de alterar o rumo para onde nos tem conduzido.
Merecemos porque temos dado sobejas provas de trabalho, de honestidade e competência em defesa das políticas que defendemos e o distrito precisa.
Quarenta e cinco anos depois do Abril que permitiu todos os sonhos, o nosso distrito está atirado para uma situação de quase não retorno aos caminhos do desenvolvimento e da prosperidade.
A situação demográfica é um nítido retrato.
Entre 1960 e 2015 o distrito de Portalegre perdeu 17.992 habitantes que percentualmente quase atinge os 10% (9,54%) mas que pode ser referido de forma mais drástica:
Durante este período a perda de população corresponde à totalidade da população (ao dia de hoje) dos concelhos de: Portalegre - 23.175; Elvas-21.571; Ponte de Sôr - 15.709; Campo Maior - 8.214; Nisa - 6.649 e Monforte - 3.129.
Ou, dito de outra maneiras as perdas sofridas correspondem a cerca de 70% da população actual.
 Uma situação que se irá agravar estimando-se que em 2021 tenhamos apenas 109.994 habitantes.
Este retrato (e ao contrário do que muitas vezes nos querem fazer crer) é a consequência das políticas erradas ou deliberadamente decididas contra o chamado interior que, no nosso caso, é o interior do interior.
Este retrato é o resultado da destruição do nosso aparelho produtivo:
De cidade industrial passamos a cidade de arqueologia industrial. De território agrícola e de produtos de excelência a território diariamente envenenado.
Um território de onde são retirados os serviços públicos, encerradas as vias ferroviárias e esquecidas as rodovias, e onde, as políticas demissionistas do Estado Central impuseram um deserto de gente, de serviços.
Um distrito onde às escolas, aos serviços postais, aos centros de saúde e às juntas de freguesia que fugiram das aldeias, juntamos o que retiraram das nossas cidades:
O governo civil (trocado pela Regionalização que nunca mais chega), os hospitais que já foram de referência e agora agonizam sem meios, sem gentes e particularmente sem rumo nem timoneiro. (ainda ontem isso mesmo foi dito à Comissão Parlamentar de Saúde).
Os inúmeros serviços públicos encerrados ou deslocalizados, que colocam barreiras a quem cá vive ou aspira a viver
Este é o Estado a que chegámos e que importa alterar!
Na passada 2ª feira, muitos de nós estivemos em Castelo de Vide a assinalar os 75 anos do nascimento de um Capitão de Abril, o Capitão Salgueiro Maia.
Pudemos relembrar a forma como anunciou aos militares sob o seu comando os objectivos do MFA e da coluna que iria comandar:
Iam a Lisboa, disse então, derrubar O ESTADO A QUE ISTO CHEGOU!
Pois bem. Para todo o distrito de Portalegre é preciso seguir tal exemplo. É preciso pôr fim ao estado a que isto chegou. Para que o consigamos, já não é necessário marchar com armas sobre lisboa mas é fundamental a mesma vontade e a mesma coragem para fazermos o que tem que ser feito!
É absolutamente necessário marcharmos (no nosso território) para, porta a porta, eleitor a eleitor, com a palavra e o convencimento derrotarmos o preconceito e o desânimo.
Para pôr no parlamento, através da Manuela Cunha, a voz e os sonhos do distrito de Portalegre!
AVANÇAR É PRECISO!
VIVA A CDU!
(Intervenção de Diogo Serra - Mandatário distrital)