quinta-feira, 25 de março de 2010

ao P E Coxinho



O "Centrão" aprovou hoje na Assembleia da Républica o seu Plano de Estabilização Capitalista.

Depois de terem gritado aos quatro ventos que era preciso alterar o "sistema" e oferecido alguns milhões para salvar dois bancos da bancarrota os partidos responsáveis "pelo estado a que isto chegou" preparam-se agora para nos obrigar a pagar a factura do seu esbanjamento.

Para os do "costume", congelamento ou redução dos salários, congelamento ou redução de reformas e pensões, despedimentos e salários em atraso.

O Primeiro Ministro ao comentar a partir de Bruxelas a decisão tomada pelos partidos do centrão não se coibiu de afirmar " trata-se duma boa decisão....que visa garantir aos nossos empresarios a necessária segurança...

Como compreendo bem o desabafo de António Arnaut, ontem no IPP: " quando o PS ainda era socialista".

Só nos resta um caminho: A Luta.

Na passada quinta feira nas ruas de Portalegre, amanhã nas ruas de Lisboa (a juventude) nos próximos dias em todas as ruas de todas as cidades.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Um Governo, uma Maioria, um Presidente



A direita social e política conseguiu, finalmente, concretizar um seu velho sonho de tomada de poder: Um Governo, uma Maioria, um Presidente.
Apesar de o ter conseguido através de dois partidos tidos como diferentes, tem utilizado essas maiorias para procurar destruir todos os avanços sociais e políticos conseguidos com a Revolução de Abril e permitir ao Poder económico e financeiro, a quem servem, a aplicação de políticas de rapina da riqueza nacional e a sua transferência para tornar mais poderosos os que já têm todo o poder.
Para alcançar os seus objectivos não têm olhado a meios. A destruição do aparelho produtivo nacional, o desemprego, a precariedade, a diminuição drástica do poder de compra das camadas da população mais fragilizadas aí estão para o comprovar.
A nossa região tem vindo a ser duplamente penalizada.
Por um lado sofrendo dos mesmos “pecados” que todas as regiões do interior (despovoa-mento, deslocalização de serviços essenciais, desinvestimento público, etc…), por outro é altamente penalizada pelo seu pouco peso político no contexto nacional e pelos seus actores políticos representantes do governo ou dos partidos do centrão estarem mais interessados em defender as migalhas que lhes cabem do bolo do poder do que em defender a região e as suas gentes.
Só isso justifica que continuem a “assobiar para o lado” e finjam não ver o total desmantelamento do nosso débil tecido industrial: Os encerramentos da Finos, da Jonshon Control’s, da Sociedade Corticeira Robinson Bros, da Robinson, S. A. os "emagrecimentos" da Houtchinson e da Selenis, na cidade de Portalegre; O encerramento da Delphi/Inlan e da paralisia na Dyn’ aéreo e da Subercentro em Ponte de Sôr.O encerramento da Lactogal em Avis.
É essa posição defensiva dos seus próprios lugares que os impede de tomar posição contra o encerrar ou definhar de sectores que todos defendem fundamentais para a sobrevivência do distrito: O Golf Hotel de Marvão, a Pousada de S. Miguel em Estremoz, o Restaurante Cobre, no Castelo, a Quinta da Saúde em Portalegre.
Só essa fixação por lugares nas fileiras do poder pode explicar o silêncio ensurdecedor face aos encerramentos diários dos estabelecimentos comerciais em Portalegre, em Elvas e em Ponte de Sôr, aos arrepiantes números do desemprego, à saída continuada dos nossos melhores activos ( os mais jovens e os melhor preparados).
Num tempo de grandes dificuldades para a maioria da população portuguesa os lucros do capital financeiro e especulativo não pararam de crescer e o governo prepara novas medidas que lhes garantam esse crescimento.
O governo do Centrão apresentou na Assembleia da Republica o PEC – Programa de Estabilidade para o período 2010 – 2013 onde não se vislumbra nenhuma estratégia de desenvolvimento e onde as pessoas (desde logo os/as trabalhadores/as) só são chamadas para fazerem mais sacrifícios.
No Norte Alentejano todos sabemos que o caminho tem que ser outro.
É absolutamente necessário:
Um forte impulso à dinamização do sector produtivo;
O reforço do investimento público, aproveitando para isso todos os fundos comunitá- rios e envolvendo os actores locais (em particular o poder local)na sua gestão;
Melhorar os salários, enquanto instrumento de dinamização da economia local por via d do reforço da procura interna;
Garantir emprego de qualidade e apoios sociais a quem perde o emprego.
Combater o desemprego da única maneira eficaz que é criando empregos e não diminuin- do o apoio a quem fica desempregado.
É tendo em conta tais necessidade que os trabalhadores e trabalhadoras, activistas sindicais convocados pela União dos Sindicatos do Norte Alentejano exigem do Governo da Republica e dos seus representantes no Distrito:

a) Politicas que visem a moralização da vida pública, a todos os níveis, eliminando abusos existentes e comportamento de esbanjamento e apropriação privada indevida ou injustificada dos recursos públicos, promovendo auditorias das despesas do Estado para assegurar maior transparência e eficiência na afectação de meios e maior rigor na fixação de objectivos estratégias e recursos e capacidades a utilizar.

b) Politicas que retomem o combate à evasão e fraude fscais, repondo e aprofundando níveis de eficiência fiscal atingidos nos últimos anos.

c) Taxa adicional de IVA sobre produtos considerados de luxo e descida da taxa de produtos e/ou serviços que nos colocam em nítida desvantagem com os nossos vizinhos.

d) Reforço do Investimento público e garantia de dotar o distrito com as infra-estruturas fundamentais ao nosso desenvolvimento: Ligação em perfil de auto-estrada à plataforma logística do sudoeste ibérico, modernização das vias ferroviárias, remoção dos estrangulamentos em vias rodoviárias de ligação à Extremadura espanhola e criação de uma malha rodoviária transfronteiriça.

e) Definição de uma Operação Integrada de Desenvolvimento Regional assente num Pacto Territorial para o emprego e desenvolvimento do Norte Alentejano.