sexta-feira, 11 de setembro de 2009

CONSEGUIRAM!!!!!



É INDISPENSÁVEL MUDAR DE POLÍTICAS!*
Os dados divulgados pelo IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional) relativamente aos números de trabalhadores inscritos nos Centros
de Emprego revelam um agravamento generalizado quer em termos homólogos, quer no que diz respeito à variação mensal.
Isto é verdade quer para o país onde os números dos desempregados ultrapassam o meio milhão, quer para o distrito onde os inscritos nos centros de emprego se aproximam dos 7 mil
Desde o segundo trimestre de 2008 tem-se vindo a verificar uma acentuada destruição líquida de emprego sendo a população empregada no segundo trimestre de 2009 já inferior à que estava empregada quando o actual governo entrou em funções.
Durante o período que corresponde à governação deste governo a destruição líquida de emprego atingiu já cerca de 60 mil. Se considerarmos apenas o período entre o 2º trimestre de 2008 e o segundo trimestre de 2009 a destruição líquida de postos de trabalho em Portugal atinge os 151,9 mil.
O que está a suceder é dramático. As políticas que nos são impostas não só não estão a criar emprego para aqueles que entram de novo no mercado de trabalho, como estão a destruir o emprego de muitos que o tinham.
A situação vivida no nosso distrito é um espelho fiel dos resultados de tais politicas. Os 6.630 desempregados inscritos nos centros de emprego e os muitos outros que não estão registados, correspondem ao emprego destruído com o encerramento, a suspensão e/ou diminuição da actividade de algumas empresas emblemáticas na região: a Johnson Control´s, a Lactogal, a Soc. Corticeira Robinson, o Golf Hotel, a Dyn´Aero, a Subercentro, a Singranova, a Soc. Quinta da Saúde.
O estado/patrão contribuiu também para a concretização deste quadro. Os disponibilizados pelo Ministério da Agricultura, o encerramento da maternidade de Elvas, do Colégio de Inserção Social de Vila Fernando, das escolas em vários concelhos, foram contributos para o quadro que descrevemos.
A não ser invertida esta tendência o desemprego atingirá, também no Norte Alentejano, números insustentáveis. É tendo presente esta ameaça que reputo de grande importância o desafio (inédito) lançado pela União dos Sindicados do Norte Alentejano de que se estabeleça um Pacto Territorial para o Emprego e o Desenvolvimento.
Independentemente dos contornos desse Pacto, a ideia pode, por si só, gerar as sinergias necessárias a abandonarmos o torpor para onde temos sido arrastados.
Até agora, ao que sei, os outros actores regionais preferiram assobiar para o lado fingindo não reparar quer na situação que sobre nós se abate, quer nas propostas e desafios que estão em cima da mesa.
Não consigo antever o que o futuro nos reserva mas se as próximas eleições (para a Assembleia e para as Autarquias) nos trouxerem “mais do mesmo” o normal será um profundo acelerar do desemprego e do empurrar para fora da região os poucos que ainda teimamos em resistir.

Diogo Serra
* artigo publicado no Jornal do Alto Alentejo
Setº/2009