Falar de
Turismo em tempos de férias!
Em época estival e numa das
“Catedrais do turismo de “Sun and Sea“
despeço-me do caminhar que ao longo dos últimos cinco anos percorri com outos
companheiros na Direção do Turismo Regional.
Ao longo desse tempo procurei dar
o meu modesto contributo para conseguirmos que o sector atingisse os patamares
de excelência por todos reconhecidos e que destaca a indústria turística, em
crescimento sustentado, como o maior contribuinte para o PIB regional colocando-o
este ano, números dos primeiros quatro meses, a superar em mais de 40% as
receitas registadas em 2019, o melhor ano do turismo Regional antes da
pandemia.
A partir de 19 de Julho uma nova
equipa com “Nova Ambição” dirige a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e
Ribatejo e pela sua composição e competência dos seus membros garante que os
próximos cinco anos serão de consolidação e crescimento da atividade turística
no Alentejo e no Ribatejo.
A equipa liderada por José Santos
e Pedro Beato e que inclui a “nossa” São Grilo, diretora da Escola de Turismo e
Hotelaria de Portalegre, contém a " genica”,
a competência e a experiência que garantem mais cinco anos de êxitos e
justificam a esmagadora maioria dos votos que a assembleia eleitoral lhe
conferiu. Assembleia que inclui os representantes das autarquias das empresas e
trabalhadores do sector.
Entretanto também no nosso
distrito e cidade a época é de intensa actividade turística e cultural.
Por todo o distrito sucedem-se os
festivais, as feiras, as exposições e os congressos visando atrair e fixar
visitantes nacionais e estrangeiros e colocar o distrito no roteiro dos
festivaleiros atraídos pelos nomes sonantes incluídos nos cartazes anunciados.
De Alter do Chão a Sousel
multiplicam-se os eventos e estimula-se a atractividade de novas gentes para os
seus territórios:
Em alter do Chão com o Horse
Summit, em Arronches com a FAE – Feira das Actividades Económicas, em Avis com
a Feira Franca. Em Campo Maior reedita-se a Festa das Flores, em Castelo de
Vide inaugurou-se a Casa da Inquisição e no Crato está anunciada a nova edição
do seu conceituado Festival.
Em Elvas a aposta principal foi
no Festival Medieval, enquanto Fronteira aposta no Todo o Terreno e Gavião tem
em Belver e no seu castelo pontos fortes na atração de turistas.
Monforte mostra-nos o seu belíssimo
património religioso enquanto Marvão volta a proporcionar-nos momentos sublimes
com o seu Festival Internacional de Música e Nisa usa o Tejo, os bordados e a
olaria pedrada para nos deslumbrar.
Ponte de Sor presenteou-nos com
as Festas da cidade e uma sua freguesia, Galveias, prepara-se para inaugurar o
Centro de Interpretação José Luís Peixoto e a Rota Literária Galveias enquanto
Sousel aposta no título de Capital do Borrego para garantir pela gastronomia os
trunfos que necessita.
Portalegre cidade e concelho
acompanham o distrito nesta intensa actividade turística-cultural. Foram as
Festas da Cidade, as inúmeras e importantes exposições no Museu da Tapeçaria e
nas Galerias de S. Sebastião e Sta Clara e foram-no, igualmente, os diversos
debates e conferências organizadas por diferentes entidades a que importa
juntar os passos dados na organização de um Roteiro Turístico concelhio.
Mas toda essa intensa actividade
não consegue esbater o desperdício que teima em manter.
Falo-vos do Núcleo Museológico da
S. Francisco que se mantem teimosamente encerrado e do Espaço Robinson, uma joia
no meio da cidade e que, ao que parece, já nem para as garraiadas serve; estas
aburguesaram-se e passaram-se para a zona do mercado municipal.
Num tempo em que a Industria do
Turismo “descobriu” o Turismo Industrial desperdiçar uma marca que incorpora a
cultura industrial da cidade capital industrial do Alentejo, uma fábrica
corticeira do século XIX ainda intacta e pronta a funcionar e uma outra que nos
podia contar a história da Industria “laneira”
em Portalegre é, mais que uma profunda insensibilidade, um quase crime.
Que saibamos inverter a marcha é,
mais que um desejo uma necessidade.
Diogo Júlio Serra
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