quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

PERANTE OS NOSSOS OLHOS!

 


Perante os nossos olhos, acontece um novo Holocausto!

“O Holocausto foi a perseguição sistemática e o assassinato de 6 milhões de judeus europeus pelo regime nazista alemão,  seus aliados e colaboradores. O Holocausto foi um processo contínuo que ocorreu por toda a Europa entre os anos de 1933 a 1945.”

 

Perante o nosso olhar e face à indiferença dos “poderosos”, incentivados pelos falcões da guerra e o alheamento hipócrita dos que só veem crimes se praticados pelos não amigos, o governo terrorista de Israel, persiste o assassinato de milhares de Palestinos e o arrasar de Gaza e da Cisjordânia.

Perante o silêncio cúmplice de governos e opinadores que, cumprindo as ordens do imperialismo teimam em apelidar de terroristas os que morrem e de Estado “bom” quem os assassina, assistimos com a minha (e de muitos outros) indignação, ao ruidoso silêncio do Governo e Presidência da República do meu país, face às tentativas de crucificação de um Português que, no exercício das obrigações do prestimoso cargo que detém, tem denunciado os crimes perpetrados a mando do governo terrorista de Israel com o apadrinhamento dos EUA e dos seus súbditos da União Europeia.

No momento em que escrevo ainda não é conhecido o resultado de mais uma corajosa decisão de António Guterres para tentar travar o morticínio mas face ao que tem sido a posição dos Estados Unidos, não será de admirar que mais uma vez, os EUA garantam o “colinho” aos assassinos através do seu Veto nas Nações Unidas. Independentemente do que for o resultado da reunião do Conselho de Segurança da ONU este não apagará a posição (que entende no mínimo de cobarde subordinação) do governo e presidência portugueses.

Ao nível da nossa região constatamos igualmente que não há grandes diferenças do que se constata a nível dos governantes. Aqui, persistem os silêncios ruidosos de quantos se afadigaram (e bem) a denunciar os mortos na Ucrânia e particularmente com as imagens que nos chegavam de vítimas civis ou, no início deste conflito, quando tomamos conhecimento das vítimas do ataque dos guerrilheiros do Hamas a civis israelitas, mas que agora fingem não ver, ouvir ou ler sobre o “holocausto” em Gaza e na Cisjordânia.

Triste postura de quem teima em ver, sempre, à luz da ideologia que defendem e à catalogação que a essa luz fazem do que é bom ou mau, certo ou errado e que muitas vezes é o resultado de um misto de fanatismo e desinformação.Ainda na passada semana um dos chamados cidadãos informados a quem a Rádio Portalegre dá tempo de antena, afirmava, sem…digamos pudor, ainda não se ter apercebido que “a nossa esquerda apoiante desta Rússia” tenha comentado/condenado a posição do Supremo Tribunal Russo de considerar Persona não grata a associação LGBT+.

Um bom exemplo do que designo como resultado da mistura do fanatismo e desinformação. Fanatismo ideológico que não estranha o silêncio sobre o genocídio na Palestina mas se incomoda (e bem) com a perseguição por motivos de orientação sexual. Fanatismo ideológico e desinformação por não ter ainda percebido que há décadas que a Rússia é governada à direita e que só por maldade ou estupidez se pode querer colar a “nossa esquerda” às posições neocapitalistas dos governantes russos.

E assim, também por cá, entre festarolas que hipnotizam e opinadores que se limitam a difundir “a verdade” fabricada nas centrais do capitalismo, promovemos a anestesia, o desinteresse e o conformismo. Até quando?

 

Diogo Júlio Serra