quarta-feira, 30 de outubro de 2019

É Preciso Acreditar...


ACREDITEMOS!

Com a contagem e publicação dos resultados da votação dos portugueses residentes fora de Portugal está terminada a eleição para a Assembleia da Republica, faltando apenas a “construção” e tomada de posse do governo que resulta da nova composição parlamentar.

O Partido Socialista reforçou as suas posições e foi com naturalidade que assistimos à indigitação de António Costa como primeiro-ministro e recebemos o anúncio das personalidades que irão formar o próximo governo. Naturalidade que se estende às posições de algumas dessas personalidades e do próprio primeiro-ministro quando em causa estão as politicas para o interior, sejam no que se refere aos anseios da Ministra dita da Coesão seja na forma “esquisita” de estender os 2% que dizem ser para a Cultura aos agentes culturais do Alentejo.

No que ao nosso distrito se refere constatámos o reforço das posições do Partido Socialista que saiu vencedor em 14 dos 15 concelhos e elegeu os dois únicos deputados em disputa.
Também aqui o Partido Socialista acabou por recolher os louros duma governação suportada à esquerda sem pagar qualquer custo pelas derivas à direita (como no caso da legislação laboral) ou pela prática de cativações sucessivas que funcionavam na prática como desinvestimento cego.

Independentemente das razões, dos méritos e deméritos o Povo falou – está falado!

Agora é hora de procurarmos encontrar os caminhos capazes de travar e inverter o trajecto que nos conduziu à situação actual. Caminho só possível se conseguirmos perceber que o diminuto peso eleitoral só poderá ser ultrapassado pela força da unidade na acção e esta só será conseguida se soubermos definir objectivos claros e capazes de, à sua volta, consensualizarmos vontades.

Sempre defendi que num distrito como o nosso onde em cada dia que passa vimos alargar o fosso que nos separa mesmo da outras sub-regiões alentejanas, é absolutamente necessário encontrar “bandeiras” que nos permitam caminhar juntos se não na totalidade do caminho pelo menos, nos principais dos seus troços.

Aos deputados eleitos, aos candidatos não eleitos, às diferentes forças partidárias, sociais e económicas exige-se agora que orientem a sua acção para travar e inverter a caminhada para o desaparecimento.

A viragem necessária não será conseguida se continuarmos, todos, satisfeitos com os nossos resultados e os do nosso grupo e a trabalharmos não para o bem do território que é o nosso mas para obstaculizarmos o caminho dos nossos adversários. Esse tem sido o caminho que nos conduziu até aqui.

O caminho tem que ser outro. Um caminho onde alguns, os que tem responsabilidades acrescidas por serem poder, não podem continuar a fazer-se notar pela falta de comparência e os outros a satisfazem-se só por demonstrarem que eles “estão lá!” mesmo que dessa postura não se consiga tirar nada!

O caminho que urge construir e percorrer impõe que cada grupo consiga separar os interesses do seu grupo e da nossa região se, nalgum momento, eles forem contraditórios e mais, que os deputados e outros eleitos possam afirmar-se como porta-vozes dos interesses e aspirações da região que os elege em vez de “megafones” do partido ou do governo.

É um caminho novo. Terá muitos escolhos a vencer mas tem que ser percorrido… Por todos!

Diogo Júlio Serra

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

E agora? Agora é não perdermos o foco é estar onde pertencemos...










Não há machado que corte a raiz ao pensamento...




Algumas horas depois de termos contado os votos e constatado quer a vitória do Partido Socialista no país e no distrito quer a perda de deputados e de votos da CDU  quero, enquanto Mandatário Distrital da CDU, reafirmar o enorme orgulho com que aceitei e desenvolvi essa tarefa.

Posto isto, quero parabentear os vencedores e, renovando o abraço que enviei, ainda ontem, ao Deputado Luís Testa estendê-lo ao Deputado eleito Ricardo Pinheiro e às estruturas distrital e locais do Partido Socialista.

Saudar todos os candidatos do distrito que de forma empenhada procuraram levar a todos as suas ideias e propostas.

Saudar particularmente todos e todas que integraram a “equipa CDU”- os mandatários concelhios e da juventude, os dirigentes regionais dos partidos que integram a coligação, o PEV e o PCP, as muitas dezenas de activistas da CDU na sua esmagadora maioria não filiados em quaisquer dos partidos que a formam e as candidatas e os candidatos que deram o rosto e a voz à CDU no distrito de Portalegre.

Por último uma saudação aos trabalhadores e população do distrito. Aos que nos entregaram o seu voto e aos que ainda não conseguiram dar esse passo e o reafirmar solenemente que as propostas que apresentámos, mesmo não sendo eleitos, não serão letra morta elas serão assumidas pelos dois grupos parlamentares dos partidos que integram a CDU e tal como no passado ecoarão na Assembleia da Republica.

Aos nossos eleitores o reavivar da certeza de que os votos que nos foram confiados, não foram votos desperdiçados. Não elegeram, agora, deputados mas serão alavancas poderosas no combate que continuará!

O tempo é agora, no nosso seio, um tempo de discutir, refletir, alterar, corrigir, inovar e afirmar princípios e valores e, sobretudo, de continuarmos a estar onde sempre estivemos e continuaremos. Com os trabalhadores e as populações a lutar pelos seus/nossos direitos. A exigir que possamos romper a camisa-de-forças do subdesenvolvido que nos vem sendo imposta.

E porque assim será encontrar-nos-emos já nas próximas lutas!

Vivam os trabalhadores e a população do Alto Alentejo!

Diogo Júlio Cleto Serra

sábado, 5 de outubro de 2019

A formiga no carreiro vinha em sentido contrário...


A Formiga no carreiro vinha em sentido contrário…

Em artigo publicado no Alto Alentejo de 2 de Outubro o líder da bancada CLIP na Assembleia Municipal vem, de novo, afirmar a “superioridade CLIP” face à totalidade dos portalegrenses.
 - Não se interessam sobre o que ele e os seus pares dizem e fazem na Assembleia Municipal e, presume-se, também no seio do executivo municipal.
 - A oposição que, diga-se em abono da verdade, representa mais do dobro dos portalegrenses que confiaram o seu voto ao CLIP, não está interessada em mais nada que não seja a politiquice e o assalto ao poder.
Ele e os seus pares sim! Não só estão firmemente empenhados em defender Portalegre e os portalegrenses como, inteligentes que são, conseguem ver para além do que os opositores anunciam e exibem. Por isso sabem bem quando os seus opositores, que são a maioria, pretendem atingir fins diferentes dos que anunciam ou como entre esses opositores às políticas CLIP há os “anjinhos” que se deixam “rasteirar pelos mauzões” que ele “conhece bem” e já muitas vezes lhes fez julgamentos de carácter.
Quanto ao resto está tudo bem! A governação CLIP é, como sempre o foi, exemplar. E se não é melhor é porque os “malandros dos oposicionistas” não sabem ou não querem marchar com e como o CLIP.
Que o Movimento CLIP já teve a maioria quer na Câmara quer na Assembleia e as destruiu (como está a fazer com a cidade e o concelho) não sabe, ou não diz.
Que o Executivo Municipal não cumpre as mais elementares regras a que está obrigado para com a Assembleia Municipal e o concelho, não sabe ou não diz.
Que o concelho não possui os principais instrumentos de gestão autárquica (entre os quais o Orçamento) por manifesta incapacidade da minoria que governa a Câmara, não sabe ou não diz.
Que a incompetência do executivo e do grupo que o apoia na Assembleia Municipal é de tal monta que veem chumbados os pedidos de empréstimos que o concelho precisa por enviarem para aprovação documentos fora de prazo e por isso ilegais, não sabe ou não diz.
Que o concelho e a cidade estão a pagar um preço exorbitante por terem optado por escolher um grupo de cidadão que se apresentou como livre e independente mas cedo mostrou sofrer dos piores vícios que atribuía aos partidos políticos e ao contrário destes não possuir mecanismos de controlo capazes de refrear os amantes do “quero, posso e mando”, nada diz.
O líder de uma bancada municipal “muda” vem agora gritar para o jornal que existe. Só não diz que o “Movimento” que preside o executivo municipal há muito deixou de ser (se o foi alguma vez) Candidatura Livre e Independente por Portalegre para se assumir como a CLP – Comissão Liquidatária de Portalegre!
Não o permitiremos!


quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Quo Vadis Portalegre ?


Quo Vadis Portalegre?

…volta à barriga da mãe
Que em boa hora o pariu
Agora ninguém mais cerra
As portas que Abril abriu!
(Ary dos Santos in As Portas que Abril abriu)


A habitual pacatez local vem, de quando em vez, a ser abalada pelos megafones do poder.
Geralmente trata-se tão só de precauções de quem, no nosso município, sendo força minoritária pensa e age como se fosse detentor do poder absoluto e, não tendo pão para distribuir, pretende potenciar o “circo”.
É, de novo, a actual situação.
A força politica que, embora em minoria, preside o executivo municipal não entende as razões que a levaram a desbaratar maiorias e como a mãe que na história via o seu filho/soldado a marchar bem embora de forma diferente dos restantes 3 mil que marchavam , também colocou os seus megafones a gritar que ela-CLIP, é que está a marchar bem …embora em contramão com todas as forças políticas restantes, incluindo as que chegaram a estar ao seu lado na governação da cidade e concelho.
Tudo isto a propósito da legítima e fundada decisão da vereação ter decidido chamar a si os poderes que no início do mandato havia delegado na Presidente da Câmara Municipal.
A partir daí intensificou-se a campanha de vitimização e a tentativa de colocar nos outros a responsabilidade do que não é feito (e é muito) por incapacidade ou incompetência de quem “governa” o concelho.
Ora o que foi feito (e a meu ver bem) foi tão só que a maioria dos vereadores em exercício de funções decidiram revogar a decisão que eles mesmo haviam tomado de delegar na Sra. Presidente as competências materiais da câmara e assim, estas retomaram às atribuições do executivo municipal.
Pretendem com isto, na óptica do vereador Luís Pargana  “a transparência nos procedimentos, que as decisões deixem de ser tomadas às escondidas e ao acaso. Pugnar pela lógica do interesse público nas gestão dos dinheiros públicos, evitando a lógica dos “favorzinhos”…O que se pretende é defender Portalegre e os portalegrenses”
- É uma tragédia, gritam os megafones do poder. Agora vamos atrasar tudo. Os investidores não terão respostas atempadas! Os gatinhos não poderão entrar no gatil! A mais insignificante autorização demorará uma eternidade! Etc.. etc…
Será assim?
Como foi até agora?
Os investidores tiveram sempre resposta célere? As autorizações eram automáticas?
Os gatinhos tinham entrada num gatil que não têm “vagas”?
Se as reuniões do executivo passarem a ter periodicidade semanal (como sucede em inúmeros municípios) não se colocarão nenhuns constrangimentos a não ser aqueles que se colocam à Sra Presidente e à vereação a tempo inteiro quando são obrigados a partilhar a decisão e a ouvir os restantes eleitos que…no nosso caso são a maioria!
Penso, sinceramente, que Portalegre e os portalegrenses ficarão melhor. Até a Sra. Presidente lucrará.
Ficando liberta daquelas competências ganhará o tempo necessário para poder cumprir com o que lei lhe impõe que é a elaboração e apresentação à Assembleia Municipal do Orçamento para 2019, que ainda não temos ou, quem sabe, para dar mais atenção à elaboração das propostas que submete à Assembleia e que por incorretamente elaboradas (algumas de legalidade muito duvidosa) lhe têm merecido chumbos sistemáticos e bastas vezes, a acusação de incompetente.
Não se justificam, a meu ver, as incomodidades vindas a público e muito menos as manifestações de vitimização e as tentativas de atirar para os outros as responsabilidades que são “monopólio” do CLIP e dos seus eleitos.

Diogo Júlio Serra
publicado no Jornal Alto Alentejo de 2-10-19