terça-feira, 26 de abril de 2011

Por um poderoso 1.º de Maio!



Por um poderoso 1.º de Maio!*
Intensificar a luta em defesa dos interesses
dos trabalhadores, da juventude, do Alentejo!


Em todo o mundo os trabalhadores e as populações organizam-se para enfrentar e mudar as políticas de um capitalismo feroz e desumano, ao serviço de minorias que se apoderaram do poder, e que ameaçam a estabilidade das sociedades e a vida das pessoas. A revolta dos povos árabes é um exemplo promisssor de que há outras soluções.

Em Portugal, os trabalhadores, a juventude, os agricultores, e outros sectores da sociedade, e o seu movimento sindical, têm protagonizado poderosas acções de luta exigindo o fim das políticas de previlégios e lucros fabulosos para os capitalistas, banqueiros e accionistas, exigindo novas políticas e novos protagonistas, (que não os do PS e PSD), capazes de tirar o país da bancarrota, capazes de promoverem maior igualdade e justiça social na repartição da riqueza nacional, capazes de criarem emprego e estabilidade na vida das pessoas.

Estou convicto de que o 1.º de Maio de 2011, e muitas outras acções de luta que decorrão ao longo do ano, traduzirão essa disposição dos trabalhadores, da juventude, dos agricultores, das populações em geral, em não aceitarem submissamente a exploração e a opressão crescentes que nos querem impôr, com PECs atrás de PECs.

As políticas de direita são o problema. Os trabalhadores são parte da solução.



Alentejo | 30 mil trabalhadores desempregados
A precariedade atinge em cheio a juventude

A situação no Alentejo exige uma nova abordagem. As políticas impostas pelo PS e pelo PSD estão a pôr em risco a vida das pessoas e a estabilidade social.

Em 2011 a região continua a ser fustigada pelo desemprego que atinge mais de 30 mil homens e mulheres, o trabalho precário destrói as perspectivas de vida da juventude e dos trabalhadores. Milhares de jovens quadros são impossibilitados de dar o seu contributo ao desenvolvimento da região e impedidos pela precariedade de organizarem a sua vida familiar.

A pobreza já não atinge só os idosos mas bate à porta da casa de muitas famílias de trabalhadores.

Os recursos endógenos não são devidamente explorados e alguns grandes projectos marcam passo, como o aeroporto de Beja, outros permanecem na indefinição, como é o caso de Alqueva, ou das pirites alentejanas.
As pequenas e mesmo muitas médias empresas estão a fechar as portas, insolventes e falidas.

No turismo assitimos a uma política de privilégio para os grandes empreendimentos, muitos deles com fortes componentes especulativas.
Boas terras de cultivo, quer de regadio, quer de sequeiro, estão incultas.
O medo resurge nas nossas vidas: medo de cair no desemprego, medo de não arranjar trabalho, medo das represálias patronais e/ou do chefe, medo de uma má avaliação, medo da crise, medo…


Como foi possível chegar à situação
em que nos encontramos?

São já muitos os que se questionam como foi possível aceitar (os que aceitaram sem combate) que os diferentes executores das políticas delineadas pelo grande capital financeiro imponham políticas que impedem o progresso e fomentam a descriminação deste território e das suas gentes. Políticas que apenas beneficiam as elites, que são a minoria. Como foi possível chegar à situação em que estamos?

O estado a que chegámos é o resultado de décadas de políticas e de governos apostados não em aplicar a Constituição, que prevê uma economia mista e produtiva e um Estado Social, mas sim em aplicarem um programa de capitalismo ultra-liberal que conduziu o país ao desemprego, à pobreza e à beira da bancarrota.

Movimento Sindical
Por um poderoso 1.º de Maio
Por objectivos produtivos e socialmente justos

O Movimento Sindical, de classe, procurará unir todos os trabalhadores e as populações, procurará potenciar a convergência das forças democráticas na luta por um conjunto de objectivos produtivos e socialmente justos, entre os quais:
. Uma economia regional (e nacional) produtiva e geradora de emprego, com o devido
aproveitamento dos solos, da água, e dos outros recursos endógenos;
. Uma reforma da Política Agrícola Comum que permita o florescimento da agricultura
alentejana, que apoie quem produza e deixe de entregar fortunas mensais aos grandes
proprietários de terra, para pouco produzirem como acontece em tantos casos.
. Uma polítca social e laboral centrada na criação de emprego e no combate ao flagelo
da precariedade que destrói as perspectivas de vida da juventude e dos trabalhadores;
. Uma política salarial, de pensões e de rendimentos mais justa e que valorize e respeite
quem trabalha e quem produz;
. Um Estado Social: educação, saúde, segurança social como consagrados na
Constituição.

Estes são objectivos que podem unir os trabalhadores, a juventude, os agricultores, as populações em geral. São objectivos justos que estão ao nosso alcance se lutarmos com inteligència, coragem e decisão.

Diogo Serra
* publicano na Revista Alentejo
nº 31 de 2011

quinta-feira, 21 de abril de 2011

SIM NÓS PODEMOS! BASTA QUERER.



Camaradas, Amigas e amigos.

As políticas de desastre que nos foram sendo impostas e cujo resultado é conhecido e a demissão do governo de José Sócrates trouxeram-nos a necessidade de eleições antecipadas.

Este acto eleitoral marcado para 5 de Junho é para nós, como para o todo nacional, um momento de extraordinária importância no nosso viver como povo independente e livre.

Não se trata tão só, e já seria tanto, de eleger os deputados que a partir de cada círculo eleitoral deverão garantir um novo governo e trabalhar para que possam ser concretizadas as aspirações e encontradas as melhores soluções para os problemas com que se debatem as populações e as regiões.

Não! Desta vez o que está em causa é decidirmos se vamos seguir a posição de Sócrates, do seu governo e do seu partido, de rendição absoluta às imposições do capital representado pelo FMI e pela União Europeia ou, se vamos fazer, o que por diversas vezes fizemos ao longo da nossa história de muitos séculos: levantar-nos contra o invasor, expulsar os traidores, avançar como povo soberano e livre.

Não é tarefa fácil. Trinta anos de politicas de concentração de riqueza nuns poucos, de concentração de pessoas e investimentos numa estreita faixa do território, foram condenando à pobreza um número crescente de homens e de mulheres e ao despovoamento e à desertificação um número crescente de territórios.

Camaradas, Amigas e amigos.

São estas as razões que nos colocam hoje com ainda maiores debilidades que as registadas no último processo eleitoral que realizámos há menos de 2 anos.

Neste curto espaço de tempo intensificaram-se as condições que nos têm empurrado para o título de região com a mais baixa densidade populacional.

O Distrito de Portalegre que passou dos 200 mil habitantes em 1950 para os pouco mais de 120 mil actuais viu baixar só entre Dezembro de 2009 e Dezembro de 2010 o número de eleitores em mais 1231 mantendo-se como o único círculo eleitoral do país que elege apenas 2 deputados.

É uma situação que nos impõe uma acrescida responsabilidade. É que, sendo os deputados a eleger pelo distrito um “bem escasso” têm que ser escolhidos de acordo com a necessidade que temos de voltar a ter no Parlamento a alma e a voz do distrito de Portalegre.

A CDU está consciente dessa enorme responsabilidade, até porque tem sido a CDU quem até agora tem garantido que ao Parlamento vão chegando os problemas e preocupações do distrito e das nossas gentes.

Não camaradas, não me enganei!

Como facilmente pode ser comprovado nas duas últimas legislaturas o deputado do distrito foi o deputado João Oliveira, um deputado comunista, só que eleito pelo círculo de Évora.

Os candidatos que hoje aqui apresentamos são a resposta necessária às necessidades do momento. São homens e mulheres com provas dadas na defesa dos nossos territórios e das nossas gentes. São homens e mulheres que saberão honrar os compromissos assumidos com quantos acreditam que o caminho para onde nos têm empurrado pode e deve ser invertido.

Camaradas, Amigas e amigos

O nosso distrito pode ser se o quisermos um território com futuro. É, ao contrário do que muitos nos querem fazer crer um território rico e que tem como principal riqueza as suas gentes.

As enormes dificuldades porque passamos foram-nos impostas de longe, por quem não nos conhece, nem às pessoas nem às potencialidades do território e que têm tido como antenas na região, gente que se deixa comprar por umas quantas migalhas.

As dificuldades que atravessamos são-nos impostas por quem tem negociado e aplicado politicas agrícolas que pagam aos grandes proprietários para que mantenham as terras abandonas e não apoiam os pequenos agricultores e rendeiros para que possam sobreviver nas suas pequenas parcelas; são-nos impostas por quem tem gizado e aplicado as politicas de destruição do nosso aparelho produtivo e em particular as industrias que nos afirmavam como a Alentejo da indústria: a Fino´s, a Robinson, a Jonson Control’s, a Invicar, a Delphi/Inlan, a Subercentro, a Lactogal, a Singranova e agora a fatiada Selénis.

Mantemos o que não puderam até agora tirar-nos: a riqueza ambiental e patrimonial a perseverança e o querer das nossas gentes.

Camaradas, Amigas e amigos.

Os mesmos que colocaram o país nas mãos do FMI e do Fundo Europeu colocaram o nosso distrito à beira do colapso: com mais de 10 mil pessoas sem trabalho, com muitos dos que ainda trabalham o fazem na mais absoluta precariedade, com a fome a fazer-se sentir de forma brutal em todo o distrito e em particular nas nossas cidades. Só na cidade de Portalegre 1 em cada cinco pessoas (900 famílias) tem que recorrer ao apoio de instituições de solidariedade, conforme foi recentemente denunciado por uma dessas instituições.

Mas são os mesmos, pasme-se, que voltam a lançar uma enorme cortina de propaganda querendo fazer-nos acreditar que não existe outro caminho que não seja o que nos atirou para a situação que hoje vivemos e que se não pararmos nos atirará para o desastre.

No próximo dia 5 de Junho a opção é clara.

Ou aceitamos a rendição completa ao capital nacional e internacional e continuamos a pagar com desemprego, com fome, com emigração o contínuo enriquecimento da banca nacional, da União Europeia e dos especuladores internacionais e elegemos os que por acção ou emissão pactuaram com este estado de coisas ou apostamos na ruptura com estas politicas e com estas gentes.


A CDU apresenta-se como a mais eficaz aposta na ruptura necessária.

Também aqui, podemos e vamos contribuir para a MUDANÇA!
(Intervenção do Mandatário, na apresentação da lista CDU)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

"O desenvolvimento regional e a desertificação rural no contexto transfronteiriço".




A União dos Sindicatos de Castelo Branco, com o apoio da CCDRC, organizou hoje, em Penamacor, um Seminário Transfronteiriço one se debateu o futuro das regiões raianas.

Tendo como tema "O desenvolvimento regional e a desertificação rural no contexto transfronteiriço" várias dezenas de dirigentes e activistas sindicais reuniram-se com autarcas, universitários, estruturas desconcentradas do governo português e líderes politicos de Castilla y Leon reflectiram sobre o desenvolvimento regional e a desertificação rural no contexto transfronteiriço e a mobilidade de trabalhadores transfronteiriços como factor de desenvolvimento económico, social e cultural.

Por convite do meu camarada Luís Garra tive a oportunidade de participar nessa jornada, contribuido com a minha própria reflexão sobre estas temáticas e usufruindo dos saberes e das reflexões que inúmeros companheiros e companheiras de um e outro lado da fronteira ali quiseram levar.

Ao longo de todo o dia e distribuída a nossa atenção por três painéis trocámos experiências e procurámos caminhos para um desenvolvimento sustentável e equilibrado do ponto de vista social e territorial.

Foi ainda possível neste contexto analisar as consequências das políticas educativas e, em particular, as experiências do Reordenamento da Rede Escolar e da criação de Mega Agrupamentos em Portugal e nas Regiões de Castilha Y Leon e Extremadura de Espanha.

sábado, 9 de abril de 2011



A imposição de portagens nas auto-estradas do interior e em particular na A23 seriam mais um duro golpe ao Interior do País, onde se incluíu o Norte Alentejano.
Essa impossição a materializar-se traria novas e gravíssimas consequências para o emprego, para toda a actividade económica e social e para a vida das populações e de inúmeras empresas, conforme ficou bem vincado no decorrer do encontro/debate promovido pela União dos Sindicatos do Norte Alentejano no passado dia 6, no Museu Guy Fino.
As portagens só nos imporão maiores assimetrias regionais, mais despovoamento e uma mais intensa e rapida desertificação.
Como ficou demonstrado esses impactos não serão sofridos apenas pelos beirões ou pelos concelhos situados a norte do distrito de Portalegre, eles atingiriam a totalidade do nosso território impondo ou acelerando o fim de muitas empresas, diminuição significativa da actividade económica e mais desemprego.
É preciso que não nos iludamos porque a medida foi agora suspensa. É fundamental manter viva a exigência de anular essa medida.

sábado, 2 de abril de 2011

Apresentação do livro "O Sindicalismo na Revolução de Abril"


O lançamento do livro de Américo Nunes em Portalegre foi mais do que uma jornada cultural. Foi o reencontro de muitos amigos, o recordar de muitos e bons momentos mas foi, sobretudo, uma afirmação de que o futuro é para ser "conquistado".
Perante uma assembleia onde os sindicalistas estavam em maioria coube ao coordenador da USNA/cgtp-in fazer as "honras da casa" agradecendo a presença de todos e dando conta da satisfação da associação que coordena em ter dado corpo a esta iniciativa e apresentando o Autor e os seus convidados.
Depois de ler uma nota que lhe fora deixada pela Senhora Vice-Presidente do Município passou a palavra ao Professor Doutor António Ventura que falou sobre a obra e deu "uma aula" sobre a importância das memórias de personalidades que viveram na época que o livro trata para podermos compreender a nossa história contemporânea e em Portugal os acontecimentos de uma época em que o regime exercia uma feroz censura e proibia quaisquer actividades que lhe pudessem ser hostis.
Seguiu-se no uso da palavra José Soeiro um amigo e companheiro de luta sindical do autor do livro. José Soeiro, Presidente do Sindicato Agrícola de Beja em 1974, participou activamente no processo de organização dos sindicatos agrícolas do sul e na Reforma Agrária então desenvolvida, falou sobre a importância do sindicalismo na criação das condições que levaram ao golpe militar e consumado este, na sua passagem a Revolução.
Encerrou a sessão de apresentação o Autor - Américo Nunes que agradeceu aos oradores anteriores e falou das suas motivações e etapas que levaram à publicação do livro.
A jornada terminou com o autor a responder às inúmeras solicitaçõs para autografar o seu livro.

Nota: as fotos são propriedade do Jornal Fonte Nova