quarta-feira, 4 de outubro de 2023

A IDEIA NUNCA ABALA

 



Robinson – “a ideia nunca abala”!

No próximo dia 13 de Outubro realizar-se-á uma sessão da Assembleia Municipal dedicada à Robinson. Para análise da situação do projecto Robinson e, espero eu, para definir o início de um futuro para aquele emblemático espaço no coração da cidade.

Será aconselhável que desta vez possamos encontrar, quer as soluções para o espaço Robinson e para o património que ele detém, (uma fábrica Corticeira ainda operacional, um tesouro de memórias e de património industrial, um núcleo museológico deixado ao abandono durante anos, etc…) mas também, conhecer como funcionou a Fundação com o seu nome, as suas contas ou a falta delas, o desleixo que todos testemunhámos, com roubos e vandalização do património, com derrocadas sofridas e provocadas e, sobretudo que futuro existe para o espaço Robinson.

Sabermos se existe ou não espaço para retomar o sonho de quantos entendiam que a velhinha Robinson mesmo depois de “assassinada” poderia continuar a ser motor de desenvolvimento da cidade e da região.

A decisão da Assembleia Municipal só terá utilidade se a discussão se desenvolver visando dois objetivos:

a)     Analisar, sem tabus, o caminho percorrido desde o início do projeto até aos dias de hoje. Os sucessos e os erros, os custos e os benefícios, as dívidas e os proveitos.

b)     Não deixar “lixo” debaixo dos tapetes e assumir que o instrumento idealizado na altura para concretizar o projeto Robinson - a Fundação com o seu nome - morreu e não é sequer necessária.

A Fundação foi a ferramenta então criada para garantir a gestão de um património entregue a entidades públicas e privadas, situação que foi alterada imediatamente a seguir à sua constituição.

Desde os primeiros momentos a única entidade em presença foi e é a Câmara Municipal de Portalegre. É esta entidade, como sempre foi, a responsável pelo bom e pelo mau da gestão do processo Robinson, pelo que, quaisquer caminhos de futuro só podem passar pela extinção da Fundação, e a sua internalização no Município.

A decisão da Assembleia Municipal de trazer ao debate político a questão Robinson só terá validade se conseguir ter presente que a Robinson e a Fundação com o seu nome não podem continuar a ser instrumentos de arremesso na luta político-partidária, desligados da importância económica e social que o espaço Robinson, sete hectares no coração da cidade, a marca Robinson, a sua fábrica da cortiça e as memórias que encerram são parte do riquíssimo património cultural de Portalegre e dos portalegrenses.

Os efeitos deste retomar da discussão do que se queria e ou quer para o Espaço Robinson tem o mérito de arrancar a Robinson do esquecimento para que tem vindo a ser arrastada e pode (e deve) trazer à luz do dia os custos que a cidade (todos nós) paga pelo desleixo de alguns.

Por fim, uma sugestão. Porque não aproveitar esta vontade serôdia de discutir a nossa cidade e trazer à discussão essa outra nódoa que se mantém escondida: O ICTVR - Internacional Center for Technology in Virtual Reality, e os milhões que custou ao erário público e, esclareça-se, à Fundação Robinson.

Porque o primeiro passo para a cura é assumir-se a doença… Que o consigamos fazer agora!

Que possamos, ainda, aproveitar o enorme potencial que a Robinson encerra.

 

 

Diogo Júlio Serra

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