Robinson – “a ideia
nunca abala”!
No
próximo dia 13 de Outubro realizar-se-á uma sessão da Assembleia Municipal
dedicada à Robinson. Para análise da situação do projecto Robinson e, espero
eu, para definir o início de um futuro para aquele emblemático espaço no
coração da cidade.
Será
aconselhável que desta vez possamos encontrar, quer as soluções para o espaço
Robinson e para o património que ele detém, (uma fábrica Corticeira ainda
operacional, um tesouro de memórias e de património industrial, um núcleo
museológico deixado ao abandono durante anos, etc…) mas também, conhecer como
funcionou a Fundação com o seu nome, as suas contas ou a falta delas, o
desleixo que todos testemunhámos, com roubos e vandalização do património, com
derrocadas sofridas e provocadas e, sobretudo que futuro existe para o espaço
Robinson.
Sabermos
se existe ou não espaço para retomar o sonho de quantos entendiam que a
velhinha Robinson mesmo depois de “assassinada” poderia continuar a ser motor
de desenvolvimento da cidade e da região.
A
decisão da Assembleia Municipal só terá utilidade se a discussão se desenvolver
visando dois objetivos:
a)
Analisar, sem tabus,
o caminho percorrido desde o início do projeto até aos dias de hoje. Os
sucessos e os erros, os custos e os benefícios, as dívidas e os proveitos.
b)
Não deixar “lixo”
debaixo dos tapetes e assumir que o instrumento idealizado na altura para
concretizar o projeto Robinson - a Fundação com o seu nome - morreu e não é
sequer necessária.
A
Fundação foi a ferramenta então criada para garantir a gestão de um património
entregue a entidades públicas e privadas, situação que foi alterada
imediatamente a seguir à sua constituição.
Desde
os primeiros momentos a única entidade em presença foi e é a Câmara Municipal
de Portalegre. É esta entidade, como sempre foi, a responsável pelo bom e pelo
mau da gestão do processo Robinson, pelo que, quaisquer caminhos de futuro só
podem passar pela extinção da Fundação, e a sua internalização no Município.
A
decisão da Assembleia Municipal de trazer ao debate político a questão Robinson
só terá validade se conseguir ter presente que a Robinson e a Fundação com o
seu nome não podem continuar a ser instrumentos de arremesso na luta
político-partidária, desligados da importância económica e social que o espaço
Robinson, sete hectares no coração da cidade, a marca Robinson, a sua fábrica
da cortiça e as memórias que encerram são parte do riquíssimo património
cultural de Portalegre e dos portalegrenses.
Os
efeitos deste retomar da discussão do que se queria e ou quer para o Espaço
Robinson tem o mérito de arrancar a Robinson do esquecimento para que tem vindo
a ser arrastada e pode (e deve) trazer à luz do dia os custos que a cidade
(todos nós) paga pelo desleixo de alguns.
Por
fim, uma sugestão. Porque não aproveitar esta vontade serôdia de discutir a
nossa cidade e trazer à discussão essa outra nódoa que se mantém escondida: O
ICTVR - Internacional Center for Technology in Virtual Reality, e os milhões
que custou ao erário público e, esclareça-se, à Fundação Robinson.
Porque
o primeiro passo para a cura é assumir-se a doença… Que o consigamos fazer agora!
Que
possamos, ainda, aproveitar o enorme potencial que a Robinson encerra.
Diogo Júlio Serra
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