domingo, 15 de novembro de 2009

É URGENTE ENCONTRAR RESPOSTAS SOCIAIS PARA OS DESEMPREGADOS *



O desemprego é o problema mais grave que estamos a enfrentar no Norte Alentejano.
Não só não se concretizou a criação de emprego necessário e tão prometido pelo anterior governo – e seus representantes no distrito - como cada vez são mais os trabalhadores que perdem o emprego, fruto dos encerramentos de empresas e da não renovação dos contratos.
As empresas que foram durante décadas as maiores empregadoras do distrito estão, com a honrosa excepção do Grupo Nabeiro, ou encerradas ou com o fim anunciado.
Paralelamente cresce o número de desempregados de longa duração sem protecção social, porque entretanto já esgotaram o subsídio de desemprego e o subsídio social de desemprego muitos dos que em primeiro lugar conheceram as agruras dos despedimentos e onde se inserem os ex-trabalhadores da Fino´s.
Ás centenas de jovens precários que por terem contratos de pequena duração, não lhes é permitido obter o período de garantia nem sequer para ter acesso ao subsídio social de desemprego juntam-se outras centenas de jovens, e menos jovens, que também não têm esta prestação por serem prestadores de serviços, os chamados “falsos recibos verdes”.
Diferentes sectores da nossa sociedade têm vindo a reivindicar e considerar cada vez mais premente as alterações às prestações sociais de apoio aos desempregados, adequando-as aos riscos sociais que estão a ocorrer, propondo assim o prolongamento do subsídio social de desemprego durante todo o período de recessão, assim como a redução dos períodos de garantia e a majoração da protecção do desemprego e das prestações familiares quando há mais que um desempregado no mesmo agregado.
A CGTP-IN, já na legislatura anterior lutou por estes objectivos, entregando uma petição na Assembleia da República, que o PS inviabilizou. É importante que não desista desses objectivos e que nesta legislatura, em que a maioria de um só partido já é passado, volte a colocar esta reivindicação.
A situação do Norte Alentejano não é, infelizmente, um caso isolado. Aqui o desemprego cresceu 25% entre Setembro de 2008 e Setembro de 2009, situação que se tem vindo a agravar e assim continuará estando já anunciado e com data marcada o encerramento da Delphi de Ponte de Sôr que atirará para o desemprego mais meio milhar de trabalhadores.
Também pelo que aqui conhecemos e vivemos, que é uma pequena amostra do que se vive no país, é absolutamente necessário garantir com urgência essas respostas sociais.
Diogo Serra
* publicado no Jornal Alto Alentejo