Tal Tás Alentejo?
O movimento cívico que se propôs
dar voz aos alentejanos tem em curso um conjunto de incitativas que sob o Lema
Tal Tás Alentejo? Pretende discutir a situação em que continuamos “afundados”
apesar dos significativos montantes que aqui têm sido “despejados”.
Esta iniciativa irá levar a cada
uma das quatro sub-regiões: Alentejo Central; Alentejo Litoral, Alto Alentejo e
Baixo Alentejo a análise destas e de outras situações, com que nos debatemos,
procurando que em cada uma dessas sub-regiões o debate, a análise e a procura
de soluções envolva os atores locais e se centre nas temáticas que aí se fazem
sentir.
O arranque do Tal Tás Alentejo?
Ocorreu no Litoral no passado dia 22 de Junho em Santiago do Cacém e o próximo
ocorrerá no Alto Alentejo.
Aqui, com um qualificado painel
de oradores, procuraremos identificar quais as causas que de forma continua e
acentuada nos provocam a enorme perda de população sofrida em toda a região
apesar dos investimentos realizados na região e do elevado montante de dinheiro
disponibilizado pelos fundos comunitários. De referir que só no Portugal 2020 o
Alentejo tinha disponíveis um total de 1.083 milhões de euros.
Na sub-região que mais população
perdeu (entre 1950 e 2021 a perda foi superior a 47% dos residentes), o debate centrar-se-á
nos desafios que a demografia nos coloca.
Integro, como é conhecido, o
grupo fundador de AMALENTEJO e estarei, como moderador, no debate anunciado e, também
por isso não deixarei de colocar-vos a ideia que defendo desde há muito de que
não será, não pode ser, atribuindo pequeninos prémios aos pais que se
estimulará o aumento dos nascimentos e muito menos, que será essa a via capaz
de travar e inverter a tendência de acelerada diminuição e envelhecimento da
nossa população.
O cheque/oferta que algumas
autarquias têm vindo a atribuir aos recém-nascidos é não apenas insuficiente
como totalmente ineficaz. O que pode e deve estimular os nascimentos são as políticas
nacionais de estímulo ao emprego digno, o aumento dos salários, o fim da
precariedade a que são submetidos os trabalhadores e em particular os jovens
trabalhadores.
Igualmente me integro entre os
que defendem que a criação das regiões administrativas, tal qual a Constituição
da República Portuguesa as consagra, permitiria à Região desenhar e aplicar
políticas capazes de contribuírem para a fixação e atração de pessoas e em
particular dos milhares de jovens aqui formados.
Independentemente de quantos estivermos
presentes nos diferentes debates que se irão desenvolver por toda a Região e
particularmente no que irá decorrer no Instituto Politécnico de Portalegre o
que importa é que estes consigam mobilizar-nos para a procura de soluções e
para a determinação de lutar por elas.
Porque é o amor ao Alentejo que
nos une e motiva. Continuemos o caminho!
Diogo Júlio Serra
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