quarta-feira, 5 de julho de 2023

Tal tás Alentejo?

 

Tal Tás Alentejo?

O movimento cívico que se propôs dar voz aos alentejanos tem em curso um conjunto de incitativas que sob o Lema Tal Tás Alentejo? Pretende discutir a situação em que continuamos “afundados” apesar dos significativos montantes que aqui têm sido “despejados”.

Esta iniciativa irá levar a cada uma das quatro sub-regiões: Alentejo Central; Alentejo Litoral, Alto Alentejo e Baixo Alentejo a análise destas e de outras situações, com que nos debatemos, procurando que em cada uma dessas sub-regiões o debate, a análise e a procura de soluções envolva os atores locais e se centre nas temáticas que aí se fazem sentir.

O arranque do Tal Tás Alentejo? Ocorreu no Litoral no passado dia 22 de Junho em Santiago do Cacém e o próximo ocorrerá no Alto Alentejo.

Aqui, com um qualificado painel de oradores, procuraremos identificar quais as causas que de forma continua e acentuada nos provocam a enorme perda de população sofrida em toda a região apesar dos investimentos realizados na região e do elevado montante de dinheiro disponibilizado pelos fundos comunitários. De referir que só no Portugal 2020 o Alentejo tinha disponíveis um total de 1.083 milhões de euros.

Na sub-região que mais população perdeu (entre 1950 e 2021 a perda foi superior a 47% dos residentes), o debate centrar-se-á nos desafios que a demografia nos coloca.

Quantos somos, como estamos, quais as perspectivas que se nos colocam num futuro próximo, se nada fizermos para alterar o caminho seguido e, sobretudo, que politicas públicas e privadas devem ser alteradas ou implementadas para travar e inverter esta tendência. Estes são os desafios que se colocam aos oradores convidados: Professor Doutor Luís Loures, Presidente do Politécnico, Professor Doutor Marcos Olímpio, da Universidade de Évora, Dr. Heitor Gomes, geógrafo e Dr. Manuel Coelho, Presidente da Assembleia Municipal de Avis, mas sobretudo aos alentejanos estejam ou não presentes no auditório dos serviços centrais do nosso Politécnico.

Integro, como é conhecido, o grupo fundador de AMALENTEJO e estarei, como moderador, no debate anunciado e, também por isso não deixarei de colocar-vos a ideia que defendo desde há muito de que não será, não pode ser, atribuindo pequeninos prémios aos pais que se estimulará o aumento dos nascimentos e muito menos, que será essa a via capaz de travar e inverter a tendência de acelerada diminuição e envelhecimento da nossa população.

O cheque/oferta que algumas autarquias têm vindo a atribuir aos recém-nascidos é não apenas insuficiente como totalmente ineficaz. O que pode e deve estimular os nascimentos são as políticas nacionais de estímulo ao emprego digno, o aumento dos salários, o fim da precariedade a que são submetidos os trabalhadores e em particular os jovens trabalhadores.

Igualmente me integro entre os que defendem que a criação das regiões administrativas, tal qual a Constituição da República Portuguesa as consagra, permitiria à Região desenhar e aplicar políticas capazes de contribuírem para a fixação e atração de pessoas e em particular dos milhares de jovens aqui formados.

Independentemente de quantos estivermos presentes nos diferentes debates que se irão desenvolver por toda a Região e particularmente no que irá decorrer no Instituto Politécnico de Portalegre o que importa é que estes consigam mobilizar-nos para a procura de soluções e para a determinação de lutar por elas.

Porque é o amor ao Alentejo que nos une e motiva. Continuemos o caminho!

Diogo Júlio Serra

 

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