Fazer Guerra à Guerra,
Sempre. Pela Paz!
Quatro décadas após a entrada na actual União Europeia, o país está bem
longe do Portugal saído da revolução dos cravos e nos antípodas do sonho que o
25 de Abril nos trouxe.
Podemos mesmo afirmar que está (quase) cumprido o projecto dos que nos
arrastaram para essa aventura. A “Europa com eles “ travou o sonho, impôs a
regressão no plano interno e arrastou-nos inexoravelmente para novos e
perigosos confrontos militares.
Acredito que estejam onde estiveram, se sentirão realizados. Tanto ou
mais que os nascidos em democracia por falta de informação ou pela informação
manipulada, confundem coveiros com progenitores da democracia que ainda
resiste.
O Movimento revolucionário foi travado. Os do costume recuperaram no
plano interno todo o poder e os lucros que haviam perdido e no plano externo
voltaram a amarrar Portugal aos seus mesquinhos interesses.
Apenas dois exemplos:
1. No país a repartição da riqueza produzida que
em 1975 era claramente favorável aos trabalhadores (59,98 % para o trabalho e
40,02 para o capital) voltou a níveis piores que em 1973 com os actuais 63,7%
para o Capital e 36,3% para o Trabalho. Nesse ultimo ano de salazarismo a taxa
de distribuição da riqueza produzida era de 60% para o capital e 40% para o
factor trabalho.
2. Perdemos parte significativa da nossa
independência e voltamos a ser arrastados para guerras que não são nossas. O
grande capital nacional e internacional directamente ou através dos seus
avençados preparam o acerto de contas com o 25 de Abril e com o sonho de
independência, económica, politica e militar que os capitães de Abril e a
aliança Povo/MFA manifestaram e conseguiram impôr.
Pior que isto, que já é suficiente mau, estamos agora prisioneiros dos
beneficiários da(s) traição(ões) de quantos por ditames de classe, por vaidade,
ou por ingenuidade traíram-se a si próprios, aos seus camaradas e ao povo a
quem juraram servir e desarmados, até politicamente, face ao proliferar de comentadeiros e megafones pagos,
disfarçados ou não de jornalistas.
É essa a situação actual de Portugal e dos portugueses num contexto
internacional em que o direito internacional foi assassinado, com os poderosos
a semearem a sua “autoridade” através de assassínios selectivos, a estimularem
ou permitirem o genocídio do povo palestiniano às mãos dos sionistas e com
todos os avençados disfarçados de jornalistas a criarem as condições que lhes
permitam iniciar a terceira possivelmente a última confrontação mundial.
Enquanto a ONU (ela própria há muito desarmada e desautorizada) se
cansou de olhar para o lado ao ver os seus próprios elementos a serem
chacinados em Gaza e nos restantes territórios Palestinianos Ocupados, procura
alertar-nos para a necessidade de parar, é a União Europeia, esse clube para
onde nos arrastaram há 40 anos a propor-nos o caminho do rearmamento e da
guerra.
Cá dentro os do costume chamem-se Mários, Barrosos ou Costas, procuram
aliciar-nos com novas versões de “ a Europa Connosco” como se nós todos (eles
também) não soubéssemos que os donos desta União dita Europeia não procuram
sócios mas sim servos!
Que tenhamos a força suficiente para os travar!
Diogo Júlio Serra