quinta-feira, 15 de maio de 2025

Apagões!

 



Apagões!

A última semana de Março foi marcada pelo apagão que durante mais de 8 horas levou os portugueses a recordarem ou descobrirem que há formas diferentes de (com) viver sem dependermos dos telemóveis e da televisão… Levaram-nos também a descobrir as imensas fragilidades que as dependências nos impõem acrescidas pela impreparação e mesmo incompetência que o estado português deu provas durante as horas que durou este apagão.

Mas este não foi, a meu ver, o pior apagão com que tivemos (temos) que lidar. O apagão de consciência, civismo e humanidade que é como o da electricidade, fruto da cegueira dos homens, tem tido ainda maiores e drásticas consequências.

Falo-vos de mortandades e em particular do genocídio dos palestinianos às mãos dos sionistas que comandam o estado terrorista de Israel, executado à vista de todos e com a maioria a fingir que não vê nem sabe.

Portugal (o estado português) é também aqui de uma leviandade aflitiva. Persiste em não reconhecer o Estado Palestiniano e aceita, neste caso, que o ocupante tenha em Portugal, voz e tempo de antena. Aceita e procura branquear o genocídio e assobia para o lado perante a arrogância do Sr.Benjamin Netanyahu condenado por crimes de guerra e os representantes do seu governo em Portugal: desde o inicio do ano o embaixador Oren Rozenblat e antes o Sr Don Shafira que conhecemos no nosso distrito em visitas a Castelo de Vide.

                Escrevo o presente texto quando comemoramos o Dia da Mãe. Um dia em que todos gostamos (e bem) de exortar e glorificar o papel das nossas mães.

Na televisão passa a noticia da iniciativa tomada por algumas mães na rua de Santa Catarina, no Porto, para chamarem a atenção para o assassínio de muitos milhares de palestinianos na sua grande maioria mulheres e crianças e aqui em casa, os meus netos entregam á mãe a prenda que construíram na escola e que lhe é destinada. Será assim na maioria das casas portuguesas. Pergunto-me! Será que as nossas mães, os nossos pais e os nossos filhos, todos nós, teremos a mais pequena noção do sofrimento das mulheres da Palestina, mães a quem diariamente roubam os filhos, a esperança e a vida?

                Não se pode fazer nada dizem-me alguns e o mesmo dizem os governantes portugueses e da União Europeia ou dizem outros, face à situação imposta aos Palestinianos em Gaza ou na Cisjordânia é inútil tudo o que possamos fazer!

É mais uma hipocrisia!

No que respeita ao estado Português e ao seu governo pode (já devia ter acontecido) reconhecer o Estado da Palestina ao invés de ficar amarrado à decisão do directório da União Europeia. Quanto a esta, conforme a proposta apresentada por diferentes deputados do parlamento europeu, o mínimo que se lhe exige é denunciar o acordo de comércio livre com Israel, que permite a este, isenções aduaneiras para os seus produtos e a estipular sanções económicas e politicas contra o agressor, como faz por exemplo para a Federação Russa.

Não o fazendo, continuando a branquear os crimes e a canina vassalagem ao sionismo e aos senhores da guerra U.E, e o estado Português são cúmplices e apoiantes dos criminosos, têm as mãos e o coração manchados pelo sangue das crianças e das mães de Gaza.

E, tudo o que façamos para denunciar o crime e exigir que parem a matança não é acertado e útil, pois como o meu camarada João Oliveira titula o seu artigo no avante e eu concordo: Gaza – inútil é a inacção!

 

Diogo Júlio Serra

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