quinta-feira, 12 de junho de 2025

Entre Abril (25) e Maio (28) é preciso optar e decidir!

Entre Abril (25) e Maio (28) é preciso optar e decidir!


"Lambidas as feridas" e contabilizados os danos impostos pelo vendaval direitola que varreu o país, foi tempo de acomodar a informação vinda do então Primeiro-ministro indigitado e dos quartéis-generais dos partidos maioritários na Assembleia da República.

Foi interessante constatar as movimentações dos diferentes partidos, na sua maioria, muito mais interessados na distribuição dos lugares a preencher na Assembleia da República e no governo a constituir do que, no ataque necessário aos muitos problemas que afectam os portugueses e alguns deles, independentemente da força real que lhes foi atribuída, já colocando todas as fichas no acerto de contas com Abril.

Agora, no momento em que escrevo o presente texto, já com o governo empossado, conhecidos os ministérios e os seus titulares, ouvidas as intenções do governo e as posições dos diferentes partidos políticos é possível constatar que, para a esquerda social e política, as piores perspectivas faziam sentido.

Na semana da tomada de posse do “novo governo velho”, dos discursos proferidos e dos anúncios avançados pelos diferentes partidos com assento parlamentar, o país pode constatar que a diferença existente entre o governo agora empossado e o que o antecedeu é tão só na rapidez e no tom.

Este governo 2, de Montenegro, vai agir mais rápido e mais fundo contra as principais conquistas de Abril, embora disfarçando essa intenção chamando-lhe "guerra à burocracia" e ao despesismo e sob a ”bandeira” tão querida ao capital - é fundamental primeiro criar riqueza para depois se poder dividir".

Aqui nada de novo! Sempre foi esta a bandeira e a acção do grande capital e das políticas ao seu serviço. Soubemos agora que, os maiores bancos portugueses tiveram lucros (alguém criou riqueza) de milhões de euros por dia e já começaram a distribuir...pelos acionistas. O mesmíssimo sucedeu com os grandes grupos económicos. A Jerónimo Martins, a Sonae a EDP... registaram lucros de muitos milhões que já começaram a dividir...pelos acionistas.

Mas o vendaval de direita entrou também pelo interior de partidos que gostam de se auto-intitular de esquerda e aí temos o Partido Socialista a procurar limpar-se de quaisquer "pequenas nódoas de esquerda” e a anunciar as virtudes da estabilidade da direita política e social e em seu nome, a garantir o regresso aos caminhos do centrão da política e dos negócios.

Tudo isto quando nos bate à porta novo acto eleitoral, desta vez para as autarquias.

Estas muito mais próximas dos cidadãos e onde, regiões como a nossa, não são obrigadas a pagar muito mais caro que noutras regiões o custo de cada um dos seus eleitos.

Aqui, no Alto Alentejo, começam a conhecer-se as candidaturas de cada força política e os candidatos que podemos escolher. Ainda esta semana a actual Presidente da Câmara Municipal do concelho, capital do distrito anunciou a sua candidatura à reeleição num tempo em que, nenhuma outra força deu esse passo. Nas outras cidades do Alto Alentejo também já são conhecidos alguns candidatos, particularmente das forças políticas ou movimentos que detém a presidência. Em Elvas, Rondão de Almeida anunciou a sua candidatura pelo Movimento de Cidadãos “PS B” conhecendo-se igualmente os candidatos do PS A , da coligação CDS/PSD e da força politica maioritariamente votada no concelho.

Em Ponte de Sôr, o Partido Socialista anunciou a candidatura de Rogério Alves, actual vice-Presidente, tendo  a coligação PSD/CDS anunciado a sua candidatura.

A partir de agora, diariamente saberemos mais e mais candidatos, das forças que tradicionalmente concorrem e, previsivelmente das que emergiram nos últimos tempos.

Dúvidas, apenas da forma como foram geridas as autarquias e da avaliação que os eleitores farão dessa gestão.

Os resultados mostrar-nos-ão se o Poder Local Democrático copiou os defeitos do Poder Central ou, pelo contrário, não deixou espaço para o populismo anti-democrático marcar presença.

As urnas esclarecer-nos-ão!


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