quinta-feira, 3 de julho de 2025

 


Fazer Guerra à Guerra, Sempre. Pela Paz!

Quatro décadas após a entrada na actual União Europeia, o país está bem longe do Portugal saído da revolução dos cravos e nos antípodas do sonho que o 25 de Abril nos trouxe.

Podemos mesmo afirmar que está (quase) cumprido o projecto dos que nos arrastaram para essa aventura. A “Europa com eles “ travou o sonho, impôs a regressão no plano interno e arrastou-nos inexoravelmente para novos e perigosos confrontos militares.

Acredito que estejam onde estiveram, se sentirão realizados. Tanto ou mais que os nascidos em democracia por falta de informação ou pela informação manipulada, confundem coveiros com progenitores da democracia que ainda resiste.

O Movimento revolucionário foi travado. Os do costume recuperaram no plano interno todo o poder e os lucros que haviam perdido e no plano externo voltaram a amarrar Portugal aos seus mesquinhos interesses.

Apenas dois exemplos:

1.      No país a repartição da riqueza produzida que em 1975 era claramente favorável aos trabalhadores (59,98 % para o trabalho e 40,02 para o capital) voltou a níveis piores que em 1973 com os actuais 63,7% para o Capital e 36,3% para o Trabalho. Nesse ultimo ano de salazarismo a taxa de distribuição da riqueza produzida era de 60% para o capital e 40% para o factor trabalho.

 

2.      Perdemos parte significativa da nossa independência e voltamos a ser arrastados para guerras que não são nossas. O grande capital nacional e internacional directamente ou através dos seus avençados preparam o acerto de contas com o 25 de Abril e com o sonho de independência, económica, politica e militar que os capitães de Abril e a aliança Povo/MFA manifestaram e conseguiram impôr.

Pior que isto, que já é suficiente mau, estamos agora prisioneiros dos beneficiários da(s) traição(ões) de quantos por ditames de classe, por vaidade, ou por ingenuidade traíram-se a si próprios, aos seus camaradas e ao povo a quem juraram servir e desarmados, até politicamente, face ao proliferar de comentadeiros e megafones pagos, disfarçados ou não de jornalistas.

É essa a situação actual de Portugal e dos portugueses num contexto internacional em que o direito internacional foi assassinado, com os poderosos a semearem a sua “autoridade” através de assassínios selectivos, a estimularem ou permitirem o genocídio do povo palestiniano às mãos dos sionistas e com todos os avençados disfarçados de jornalistas a criarem as condições que lhes permitam iniciar a terceira possivelmente a última confrontação mundial.

Enquanto a ONU (ela própria há muito desarmada e desautorizada) se cansou de olhar para o lado ao ver os seus próprios elementos a serem chacinados em Gaza e nos restantes territórios Palestinianos Ocupados, procura alertar-nos para a necessidade de parar, é a União Europeia, esse clube para onde nos arrastaram há 40 anos a propor-nos o caminho do rearmamento e da guerra.

Cá dentro os do costume chamem-se Mários, Barrosos ou Costas, procuram aliciar-nos com novas versões de “ a Europa Connosco” como se nós todos (eles também) não soubéssemos que os donos desta União dita Europeia não procuram sócios mas sim servos!

Que tenhamos a força suficiente para os travar!

Diogo Júlio Serra

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