Um
(só) Povo, Uma (só) Cultura, Uma (só) Região!
A cidade de Estremoz foi, nos passados
dias 18 e 19 de Novembro, a Capital Politica da Região Alentejo. A cidade
acolheu o 3 Congresso do AMAlentejo e, para ali convergiram os passos das
centenas de Alentejanos oriundos das quatro sub-regiões e da diáspora que
quiseram dizer presente a mais um desafio que AMAlentejo lhes lançara.
Ali ao longo de dois dias de trabalho
mas também de sã confraternização e camaradagem como é timbre dos alentejanos
discutiu-se a situação e os caminhos do Alentejo, debateram-se e aprovaram-se
propostas visando o Alentejo que queremos e merecemos e como o lema dos
congressos nos recordava, fomos Semeando Novos Rumos.
Num Congresso cuja realização teve que
esperar dois anos face à situação pandémica que vivemos foi notada quer a
diferente (e melhor) metodologia dos trabalhos quer, sobretudo o esforço da
organização para incluir todos os alentejanos, pessoas e organizações,
independentemente do olhar de cada um sobre os melhores caminhos para
conseguirmos o desenvolvimento que todos reclamamos.
Esforço louvável e cujos resultados
estiveram visíveis ao longo dos trabalhos e dos momentos de lazer.
Logo na Sessão de Abertura passaram
pela tribuna as vozes do Município de Estremoz, enquanto entidade anfitriã, da
Casa do Alentejo, enquanto Comissão Organizadora, da CIMAC-Comissão
Intermunicipal do Alentejo Central e do Governo da Republica.
Imediatamente a seguir, uma
extraordinária conferência “Cultura e Identidade do Alentejo” proferida pela
Diretora Regional da Cultura, Ana Paula Amendoeira e por fim a Universidade de
Évora presente nos sons e na magia do Grupo de Jazz da Escola de Artes da
Universidade de Évora.
O segundo dia dos trabalhos teve como
palco o bonito Teatro Bernardim Ribeiro e aí, nos diferentes painéis e nos
interessantes momentos de debate, marcaram posição o Instituto Politécnico de
Beja, a Universidade de Évora, António Dieb ex-presidente do conselho diretivo do organismo que gere os
fundos europeus, Vítor Silva Presidente da Entidade Regional de Turismo do
Alentejo e Ribatejo, os empresários alentejanos através de Costa da Silva do
NERE, a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional, a CIMAL –
Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral, o Politécnico de Beja e autarcas
eleitos de todo o Alentejo.
Ouve
ausências. Mas diz o nosso povo que só faz falta quem está e também para o
Congresso assim será. Todavia e apesar do ditado popular valeria a pena
sabermos as razões que impuseram às entidades e eleitos do nosso distrito que
mais uma vez ficassem de fora.
Haverá
razões que justifiquem a ausência do Politécnico de Portalegre? Da CIMAA –
Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo? Dos Municípios de Elvas, Portalegre
e Ponte de Sôr? Admito que existam mas estou certo que não serão motivadas por
não existirem problemas e necessidades no Alto Alentejo.
Como o Congresso constatou, também pela minha
voz, a grave situação demográfica que nos atinge tem a sua maior expressão no
Alto Alentejo onde, entre 2011 e 2021, a população diminuiu 11,4%,
13.517 habitantes o que equivale a termos perdido população equivalente à
residente (hoje) nos concelhos de Arronches, Monforte, Fronteira, Marvão e
metade do concelho de Alter do Chão.
Terão sido as difíceis acessibilidades? Incompatibilidades com os seus
pares dos outros distritos alentejanos? Ou tão só a dificuldade em contrariar
os tempos dos seus diretórios políticos no que respeita ao cumprimento
constitucional da arquitetura do Poder Regional e da vontade dos alentejanos,
também os do Alto Alentejo, em afirmarem o Alentejo como “ Um Povo, Uma
Cultura, Uma Região.
De facto, a Regionalização voltou a estar presente no Congresso e a
Carta de Estremoz, ali aprovada confirma-o.
– Não sendo panaceia para o desenvolvimento,
nem receita milagrosa para superação de estrangulamentos económicos e sociais,
a sua natureza democrática e participativa seria estímulo para os agentes
económicos e sociais, contribuindo para a dinamização da base económica;
- A descentralização de muitas
funções e serviços para as freguesias e os municípios e para as regiões
administrativas, após a sua criação, constituiria uma grande e significativa
Reforma da Administração Publica e de modernização do Estado, no século XXI.
Que se
cumpra!
Diogo Júlio
Serra
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