quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Um (só) Povo, Uma (só) Cultura, Uma (só) Região!

 


Um (só) Povo, Uma (só) Cultura, Uma (só) Região!

A cidade de Estremoz foi, nos passados dias 18 e 19 de Novembro, a Capital Politica da Região Alentejo. A cidade acolheu o 3 Congresso do AMAlentejo e, para ali convergiram os passos das centenas de Alentejanos oriundos das quatro sub-regiões e da diáspora que quiseram dizer presente a mais um desafio que AMAlentejo lhes lançara.

Ali ao longo de dois dias de trabalho mas também de sã confraternização e camaradagem como é timbre dos alentejanos discutiu-se a situação e os caminhos do Alentejo, debateram-se e aprovaram-se propostas visando o Alentejo que queremos e merecemos e como o lema dos congressos nos recordava, fomos Semeando Novos Rumos.

Num Congresso cuja realização teve que esperar dois anos face à situação pandémica que vivemos foi notada quer a diferente (e melhor) metodologia dos trabalhos quer, sobretudo o esforço da organização para incluir todos os alentejanos, pessoas e organizações, independentemente do olhar de cada um sobre os melhores caminhos para conseguirmos o desenvolvimento que todos reclamamos.

Esforço louvável e cujos resultados estiveram visíveis ao longo dos trabalhos e dos momentos de lazer.

Logo na Sessão de Abertura passaram pela tribuna as vozes do Município de Estremoz, enquanto entidade anfitriã, da Casa do Alentejo, enquanto Comissão Organizadora, da CIMAC-Comissão Intermunicipal do Alentejo Central e do Governo da Republica.

Imediatamente a seguir, uma extraordinária conferência “Cultura e Identidade do Alentejo” proferida pela Diretora Regional da Cultura, Ana Paula Amendoeira e por fim a Universidade de Évora presente nos sons e na magia do Grupo de Jazz da Escola de Artes da Universidade de Évora.

O segundo dia dos trabalhos teve como palco o bonito Teatro Bernardim Ribeiro e aí, nos diferentes painéis e nos interessantes momentos de debate, marcaram posição o Instituto Politécnico de Beja, a Universidade de Évora, António Dieb ex-presidente do conselho diretivo do organismo que gere os fundos europeus, Vítor Silva Presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, os empresários alentejanos através de Costa da Silva do NERE, a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional, a CIMAL – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral, o Politécnico de Beja e autarcas eleitos de todo o Alentejo.

Ouve ausências. Mas diz o nosso povo que só faz falta quem está e também para o Congresso assim será. Todavia e apesar do ditado popular valeria a pena sabermos as razões que impuseram às entidades e eleitos do nosso distrito que mais uma vez ficassem de fora.

Haverá razões que justifiquem a ausência do Politécnico de Portalegre? Da CIMAA – Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo? Dos Municípios de Elvas, Portalegre e Ponte de Sôr? Admito que existam mas estou certo que não serão motivadas por não existirem problemas e necessidades no Alto Alentejo.

Como o Congresso constatou, também pela minha voz, a grave situação demográfica que nos atinge tem a sua maior expressão no Alto Alentejo onde, entre 2011 e 2021, a população diminuiu 11,4%, 13.517 habitantes o que equivale a termos perdido população equivalente à residente (hoje) nos concelhos de Arronches, Monforte, Fronteira, Marvão e metade do concelho de Alter do Chão.

Terão sido as difíceis acessibilidades? Incompatibilidades com os seus pares dos outros distritos alentejanos? Ou tão só a dificuldade em contrariar os tempos dos seus diretórios políticos no que respeita ao cumprimento constitucional da arquitetura do Poder Regional e da vontade dos alentejanos, também os do Alto Alentejo, em afirmarem o Alentejo como “ Um Povo, Uma Cultura, Uma Região.

 

De facto, a Regionalização voltou a estar presente no Congresso e a Carta de Estremoz, ali aprovada confirma-o.

– Não sendo panaceia para o desenvolvimento, nem receita milagrosa para superação de estrangulamentos económicos e sociais, a sua natureza democrática e participativa seria estímulo para os agentes económicos e sociais, contribuindo para a dinamização da base económica;

- A descentralização de muitas funções e serviços para as freguesias e os municípios e para as regiões administrativas, após a sua criação, constituiria uma grande e significativa Reforma da Administração Publica e de modernização do Estado, no século XXI.

Que se cumpra!

 

Diogo Júlio Serra

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