domingo, 20 de novembro de 2022

Porque é com a luta que lá vamos!

 



Porque é com a luta que lá vamos!

 

“O vento está duro e muito forte fustiga-nos o rosto.

Mas nunca hão-de ver o vento apanhar-nos as costas…”

 

Esta citação retirada do discurso de abertura do meu camarada Jerónimo Sousa é ilustrativa do sentir dos muitos milhares de comunistas que os delegados à Conferência Nacional ali representava.

 

O que os movia, antes e ali, não era despedirem-se do seu/nosso Secretário-Geral, a decisão de sair ainda não havia sido por si anunciada enquanto decorreu todo o trabalho preparatório da Conferência e/ou estarem presentes quer ao anuncio do novo Secretário-Geral e muito menos se este era mais ou menos mediático, mais ou menos conhecido pelos órgãos de comunicação, mais ou menos “aceite” pelos opinadores de tudo e conhecedores de muito pouco.

 

O que ali os trouxera foi a vontade de discutir o presente e o futuro do seu/nosso Partido, dos trabalhadores e do país, face aos rápidos desenvolvimentos em importantes aspectos da evolução da situação internacional e nacional e particularmente as necessidades de uma maior exigência à organização e intervenção do Partido e à luta dos trabalhadores e do povo.

 

E são inúmeras tais situações, desde logo o aprofundamento da ofensiva do imperialismo e a política de confrontação e guerra que este promove e transporta e, no plano do País, o agravamento da situação económica e social e a ausência de respostas aos problemas nacionais. Todas elas num quadro político cujas alterações apontam para um aprofundar da evolução negativa do País, para a recessão económica e para a degradação ainda mais acentuada da vida do povo a par da verificação no dia a dia  de que maioria absoluta do PS suporta um governo cada vez mais inclinado para a direita e com politicas de submissão ao Euro e às imposições e constrangimentos da União Europeia.

 

A razão da sua presença e da identificação clara com o discurso de que retirei a citação que encabeça o meu texto são inegavelmente a vontade de não abdicarem dos seus valores, de continuarem e intensificarem o combate pela política alternativa, patriótica e de esquerda que o PCP defende e o país necessita.

 

Uma política que valorize o trabalho e reforce os direitos dos trabalhadores, as funções sociais do Estado e os serviços públicos, dinamize e aumente a produção nacional, assegure o controlo público de empresas e sectores estratégicos, garanta a justiça fiscal, assuma a defesa do ambiente, liberte o País e assegure o desenvolvimento e a soberania nacionais, num quadro de defesa da paz e da cooperação entre os povos.

 

Uma política que, no âmbito regional defenda a gestão pública da água e nos defenda das trapalhadas trazidas pelas Águas do Norte Alentejano, nos garanta as acessibilidades que merecemos, os transportes e as vias rodo-ferroviárias com qualidade e conforto que reclamamos. Que transforme em realidades a chuva de promessas que nos atiram seja a construção e bom uso da Barragem do Pisão, sejam a finalização do IC 13, a ligação entre a A6 e a A 23, a tão falada Escola da GNR ou as obras do Tribunal.

 

Se cada um deles, e de nós, estava mais ou menos surpreendido por o PCP ter escolhido, nos termos dos seus próprios estatutos, que entendeu ser o melhor capacitado para cumprir as tarefas que o seu Partido lhe irá atribuir é uma questão importante para os opinadores mas, estou certo, de nenhuma importância para os delegados à conferência e para os muitos outros comunistas que estiveram na sua construção.

 

No que a mim diz respeito, enquanto cidadão e comunista, preocupa-me muito mais o contributo que os comunistas e não comunistas Alentejanos do Norte, possam e queiram dar para que o 3º Congresso AMALENTEJO a reunir nos próximos dia 18 e 19 em Estremoz, possa dar o impulso necessário para o Alentejo que queremos e merecemos.

 

E finalizo com outra citação, agora do novo Secretário-Geral, Paulo Raimundo, retirada do seu primeiro discurso como Secretário-Geral do PCP.

 

“ na transformação deste sonho em vida, na construção do Futuro a que temos direito, contamos com todos e todos fazem falta.”

 

Diogo Júlio Serra

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