Porque é com a luta que lá vamos!
“O vento está duro e muito forte fustiga-nos o rosto.
Mas nunca hão-de ver o vento apanhar-nos as costas…”
Esta citação retirada do discurso de abertura do meu
camarada Jerónimo Sousa é ilustrativa do sentir dos muitos milhares de
comunistas que os delegados à Conferência Nacional ali representava.
O que os movia, antes e ali, não era despedirem-se do
seu/nosso Secretário-Geral, a decisão de sair ainda não havia sido por si
anunciada enquanto decorreu todo o trabalho preparatório da Conferência e/ou
estarem presentes quer ao anuncio do novo Secretário-Geral e muito menos se
este era mais ou menos mediático, mais ou menos conhecido pelos órgãos de
comunicação, mais ou menos “aceite” pelos opinadores de tudo e conhecedores de
muito pouco.
O que ali os trouxera foi a vontade de discutir o
presente e o futuro do seu/nosso Partido, dos trabalhadores e do país, face aos
rápidos desenvolvimentos em importantes aspectos da evolução da situação
internacional e nacional e particularmente as necessidades de uma maior
exigência à organização e intervenção do Partido e à luta dos trabalhadores e
do povo.
E são inúmeras tais situações, desde logo o
aprofundamento da ofensiva do imperialismo e a política de confrontação e guerra
que este promove e transporta e, no plano do País, o agravamento da situação
económica e social e a ausência de respostas aos problemas nacionais. Todas
elas num quadro político cujas alterações apontam para um aprofundar da
evolução negativa do País, para a recessão económica e para a degradação ainda
mais acentuada da vida do povo a par da verificação no dia a dia de que
maioria absoluta do PS suporta um governo cada vez mais inclinado para a
direita e com politicas de submissão ao Euro e às imposições e constrangimentos
da União Europeia.
A razão da sua presença e da identificação clara com o
discurso de que retirei a citação que encabeça o meu texto são inegavelmente a
vontade de não abdicarem dos seus valores, de continuarem e intensificarem o
combate pela política alternativa, patriótica e de esquerda que o PCP defende e
o país necessita.
Uma política que valorize o trabalho e reforce os
direitos dos trabalhadores, as funções sociais do Estado e os serviços
públicos, dinamize e aumente a produção nacional, assegure o controlo público
de empresas e sectores estratégicos, garanta a justiça fiscal, assuma a defesa
do ambiente, liberte o País e assegure o desenvolvimento e a soberania
nacionais, num quadro de defesa da paz e da cooperação entre os povos.
Uma política que, no âmbito regional defenda a gestão
pública da água e nos defenda das trapalhadas trazidas pelas Águas do Norte
Alentejano, nos garanta as acessibilidades que merecemos, os transportes e as
vias rodo-ferroviárias com qualidade e conforto que reclamamos. Que transforme
em realidades a chuva de promessas que nos atiram seja a construção e bom uso
da Barragem do Pisão, sejam a finalização do IC 13, a ligação entre a A6 e a A
23, a tão falada Escola da GNR ou as obras do Tribunal.
Se cada um deles, e de nós, estava mais ou menos
surpreendido por o PCP ter escolhido, nos termos dos seus próprios estatutos,
que entendeu ser o melhor capacitado para cumprir as tarefas que o seu Partido
lhe irá atribuir é uma questão importante para os opinadores mas, estou certo,
de nenhuma importância para os delegados à conferência e para os muitos outros
comunistas que estiveram na sua construção.
No que a mim diz respeito, enquanto cidadão e comunista,
preocupa-me muito mais o contributo que os comunistas e não comunistas Alentejanos
do Norte, possam e queiram dar para que o 3º Congresso AMALENTEJO a reunir nos
próximos dia 18 e 19 em Estremoz, possa dar o impulso necessário para o
Alentejo que queremos e merecemos.
E finalizo com outra citação, agora do novo Secretário-Geral,
Paulo Raimundo, retirada do seu primeiro discurso como Secretário-Geral do PCP.
“ na transformação deste sonho em vida, na construção do
Futuro a que temos direito, contamos com todos e todos fazem falta.”
Diogo Júlio Serra
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