Trabalhadores sinistrados – a
injustiça continua!
Em 2014 uma alteração imposta
pelo governo PSD/CDS ao Dec. Lei 503/79 - Regime de acidentes em serviço e
doenças profissionais, proferiu uma profunda machadada nos direitos dos
trabalhadores ao proibir a acumulação das pensões atribuídas por incapacidade
parcial permanente com as remunerações auferidas pelos trabalhadores.
O Movimento Sindical e desde logo
o STAL desenvolveram de imediato diferentes formas de luta visando a reparação
dessa medida que consideraram de roubo.
Uma exposição ao Provedor de
Justiça, audiências com os grupos parlamentares da Assembleia da Republica,
subscrição de uma petição por milhares de trabalhadores e muitas outras ações
visando a revogação da alteração introduzida.
Um Acórdão do Tribunal
Constitucional, em 2017, não declarou como era pretendido pelos trabalhadores,
a inconstitucionalidade das alterações como introduziu no acórdão considerações
ofensivas para os trabalhadores mantendo-se assim a injustiça.
Com a nova composição na
Assembleia da Republica abriu-se a possibilidade de ser reparado o “roubo”
imposto as trabalhadores sinistrados ou com doenças profissionais e tal
expectativa foi aumentada com a apresentação de vários projetos legislativos e
em particular pelos parlamentares do PCP, do PEV e do BE.
Mais uma vez as expectativas
foram goradas e o problema não foi resolvido. A Assembleia da Republica
rejeitou a justa solução e aprovou o projeto apresentado pelo grupo parlamentar
do PS amparado com os votos do BE (que abdicou do que reclamava no seu próprio projeto),
PAN e Chega e, ainda, das deputadas não inscritas, Cristina Rodrigues e Joacine
Katar-Moreira.
Aprovaram assim uma lei, a L.
19/2021, que é na prática uma espécie de branqueamento das “criminosas”
alterações feitas em 2014 e que constituiu e mantem uma profunda machadada nos
direitos dos trabalhadores sinistrados.
Vítimas dessa tão gritante
injustiça encontram-se em quaisquer territórios entre os trabalhadores da
função pública a começar nas freguesias. Na nossa também e é com esses
trabalhadores e com a sua famílias que é imperioso continuarmos a luta para
conseguirmos a inversão de tão grandes injustiças.
Saibamos todos que é com a luta
que lá vamos e não esqueçamos que tamanha injustiça tem autores. Gente com nome
e com rosto e nalguns casos, com uma enorme capacidade em “fazerem o mal e a
caramunha”.
Não o esqueçamos!
Diogo Júlio Serra
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