REENTRAR É SÓ PARA QUEM SAÍU!
A comunicação social habituou-nos a pensar que em cada ano o
país “fecha para férias” e só nos últimos dias de Agosto retoma a actividade. É
a rentrée, dizem-nos!
Como quase sempre, tomam o “seu mundo” pelo mundo de todos e fazem
o calendário de acordo com as agendas politicas dos partidos que se habituaram
a promover e das “elites” que os suportam: os tais partidos e a muita
comunicação social dita de referência.
Generalizam como se todos os partidos (e instituições
aparentadas) fossem iguais, como se toda a gente tivesse férias e tendo-as
todos as “gastassem” fora do local da residência.
Em ambos os casos erram. Esse pequeno mundo que idealizam é
isso mesmo, o mundo de muito poucos. A maioria não “reentra” pelo simples facto
de nunca ter deixado de estar.
Nessa imensa maioria estão, também em Portalegre, os que
mantêm a(s) cidade(s) viva(s). Os que mantém as fábricas e oficinas a produzirem,
os comércios a funcionarem e a produção dos bens que nos alimentam. Os
trabalhadores da saúde, as forças de segurança e da proteção civil, entre
muitos outros.
Nas forças políticas, na rentrée como na acção diária e nos
objectivos, não há unanimismo. Não, também aqui não são todos iguais e mesmo
num ano, como o actual, em que as eleições autárquicas impõem tempos diferentes,
as diferenças são notórias.
Uns, saindo para férias enquanto no terreno é o dinheiro que
parece não faltar que lhes garante a proliferação dos cartazes de grande
dimensão pela cidade e freguesias, outros afadigados no trabalho “de
formiguinha” fazendo do contacto pessoal e da força das ideias, veículo de
difusão das suas propostas e soluções.
Também aqui e agora, uns fazendo trabalho para encontrar
soluções, outros fazendo “trabalho” para ampliar os problemas que nos afectam
seja negando a sua existência, seja atirando-lhe para cima dinheiro (ou
promessas), no intuito de os esconder.
Ainda há pouco em conversa de café, numa esplanada do bairro
mais populoso da cidade, onde resido há trinta e sete anos, um amigo comentava que
os partidos A, B e C haviam marcado a sua rentrée para os dias tais e tais e
que os comunistas (referia-se ao PCP) só o fariam mais tarde na Festa do
Avante.
Tive que contestar. Na verdade, dito assim, pareceria que a
Festa é fato pronto-a-vestir, é uma “coisa” como as outras. É, como os seus
detractores gostam de dizer, uma festa para recolher receitas para o PCP.
E é tão distante a realidade. Tão distante quanto a distância
que separa a rentrée de alguns, suportada nos seus papagaios na Comunicação
Social e nos megafones locais, do trabalho persistente do PCP e dos seus
parceiros na CDU na construção das suas propostas eleitorais e na construção do
maior acontecimento politico-cultural em cada ano – a sua e nossa festa, a
Festa do Avante.
A festa é a maior afirmação do PCP na sua persistência e
vontade em construir pontes que permitam soluções para os problemas do país.
Uma construção colectiva que marca de forma indelével quantos a constroem e os
que a vivem e que promove a amizade e a alegria de viver.
E é esse construir de amizade, alegria, companheirismo e
futuro que gera o medo “entre os do antigamente” e naqueles que conseguem
influenciar/enganar. É essa amostra do futuro que gera o ódio de quantos vivem
do e para o passado.
Também aqui se mostram as diferenças existentes entre quem
constrói o futuro e quem persiste em dinamitá-lo.
Quem tem que reentrar e quem nunca saiu. Quem é novo na idade
e velho nas propostas e quem sendo centenário continua o caminho com cara
levantada, orgulho no passado e olhos no futuro.
Reentrada? Não chegámos a sair!
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