quinta-feira, 13 de junho de 2024

Cidadania, Democracia e Justiça Global

 


Cidadania, Democracia e Justiça Global

Quando este texto estiver disponível para os leitores do “nosso” Alto Alentejo já serão conhecidos os resultados das eleições que agora decorrem para escolhermos em Portugal e nos restantes países da União Europeia, os deputados do Parlamento da União.

Agora, no momento em que escrevo e minutos depois de eu próprio ter exercido o meu direito de voto, procuro “adivinhar” se os resultados em Portugal e nos restantes países da U.E. irão corresponder áquilo que entendo ser o melhor para Portugal e para os portugueses e portuguesas. Também para os restantes países e povos que integram a UE.

É com essa angústia que rememoro a extraordinária lição que no passado dia 9 a nossa conterrânea e minha querida amiga, Maria do Céu Pires nos trouxe a Portalegre a pretexto do lançamento de mais um livro:

 “ É o momento para afastar a cegueira do fundamentalismo e do populismo e dar palco à palavra…pois só com o pensamento crítico, com a análise racional dos problemas e dos seus contextos poderemos não sucumbir ao desespero e à angústia do tempo presente, tão repleto de sombrias expetativas.”

Conforto-me pelas conclusões dali extraídas. Não desistimos! Que cada um faça a sua parte, por menor que esta possa parecer. Cumpri!

Mas é em Portugal, aqui e agora, quando se adensam as nuvens da nova tempestade que ameaça a Europa e o Mundo que importa estar desperto. Mais que despertos, como na mesma sessão na Biblioteca Municipal alguém afirmou, atuantes para acelerar a compreensão de todos para os novos (velhos) tempos e os perigos que espreitam.

Aqui, no país dito de brandos costumes, o discurso do ódio cavalga os sentimentos de medo e o preconceito que as narrativas encomendadas laboriosamente vêm semeando e as políticas de concentração do capital e disseminação da pobreza estimulam e impõem.

É um trabalho que começou há muito tempo. Fase a fase, cada uma com meios e objetivos bem definidos e sempre em crescendo. Na formatação das consciências: ensinando a não pensar, impondo a verdade publicada á verdade vivida, domesticando a comunicação social até torna-la megafone das verdades de quem manda, na banalização dos horrores da guerra e graduando-as em boas ou más conforme a nossa (deles) proximidade com os beligerantes, na construção de inimigos e na sua desumanização.

Fazendo guerra á Paz e exaltando a guerra. Fazendo-nos aceitar “pacificamente” os custos da barbárie. Agora com a perda de poder aquisitivo e de qualidade de vida, no futuro em sangue e vida dos nossos filhos e netos.

Daí ao rufar dos tambores da guerra será (é) um pequeno passo que alguns inconscientemente estão tentados a dar e os senhores do negócio da morte não param de exigir.

E, coloca-se a questão. Não há nada a fazer? Como lutar contra tal poderio?

Há muito a fazer e é urgente fazê-lo! O como? está, em minha opinião, expresso no título do livro da Filósofa Maria do Céu Pires e que ousei colocar a titular este texto.

Cidadania, como o direito e o dever de cada um assumir as benesses e as obrigações para com o outro e para a comunidade. Considerando todos, cidadãos e cidadãs, ter consciência que persistem humanos arredados dessa situação, mas estar disponível a bater-se para que esses direitos e deveres sejam iguais para todos.

Democracia e o seu aprofundamento. Entendida em todas as suas vertentes: Política, social e cultural.

Justiça Global. Garantida a todos os humanos, a todos os povos a todos os países.

Se o conseguirmos, ainda é possível evitar a catástrofe.

Que cada um cumpra a sua parte. Também aqui, também pelo voto!

Diogo Júlio Serra

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