Cidadania,
Democracia e Justiça Global
Quando este texto estiver
disponível para os leitores do “nosso” Alto Alentejo já serão conhecidos os
resultados das eleições que agora decorrem para escolhermos em Portugal e nos
restantes países da União Europeia, os deputados do Parlamento da União.
Agora, no momento em que escrevo
e minutos depois de eu próprio ter exercido o meu direito de voto, procuro
“adivinhar” se os resultados em Portugal e nos restantes países da U.E. irão
corresponder áquilo que entendo ser o melhor para Portugal e para os
portugueses e portuguesas. Também para os restantes países e povos que integram
a UE.
É com essa angústia que rememoro
a extraordinária lição que no passado dia 9 a nossa conterrânea e minha querida
amiga, Maria do Céu Pires nos trouxe a Portalegre a pretexto do lançamento de
mais um livro:
“ É o momento para afastar a
cegueira do fundamentalismo e do populismo e dar palco à palavra…pois só com o
pensamento crítico, com a análise racional dos problemas e dos seus contextos
poderemos não sucumbir ao desespero e à angústia do tempo presente, tão repleto
de sombrias expetativas.”
Conforto-me pelas conclusões dali
extraídas. Não desistimos! Que cada um faça a sua parte, por menor que esta
possa parecer. Cumpri!
Mas é em Portugal, aqui e agora,
quando se adensam as nuvens da nova tempestade que ameaça a Europa e o Mundo
que importa estar desperto. Mais que despertos, como na mesma sessão na
Biblioteca Municipal alguém afirmou, atuantes para acelerar a compreensão de todos
para os novos (velhos) tempos e os perigos que espreitam.
Aqui, no país dito de brandos
costumes, o discurso do ódio cavalga os sentimentos de medo e o preconceito que
as narrativas encomendadas laboriosamente vêm semeando e as políticas de
concentração do capital e disseminação da pobreza estimulam e impõem.
É um trabalho que começou há
muito tempo. Fase a fase, cada uma com meios e objetivos bem definidos e sempre
em crescendo. Na formatação das consciências: ensinando a não pensar, impondo a
verdade publicada á verdade vivida, domesticando a comunicação social até
torna-la megafone das verdades de quem manda, na banalização dos horrores da
guerra e graduando-as em boas ou más conforme a nossa (deles) proximidade com
os beligerantes, na construção de inimigos e na sua desumanização.
Fazendo guerra á Paz e exaltando
a guerra. Fazendo-nos aceitar “pacificamente” os custos da barbárie. Agora com
a perda de poder aquisitivo e de qualidade de vida, no futuro em sangue e vida
dos nossos filhos e netos.
Daí ao rufar dos tambores da
guerra será (é) um pequeno passo que alguns inconscientemente estão tentados a
dar e os senhores do negócio da morte não param de exigir.
E, coloca-se a questão. Não há
nada a fazer? Como lutar contra tal poderio?
Há muito a fazer e é urgente
fazê-lo! O como? está, em minha opinião, expresso no título do livro da
Filósofa Maria do Céu Pires e que ousei colocar a titular este texto.
Cidadania, como o direito e o
dever de cada um assumir as benesses e as obrigações para com o outro e para a
comunidade. Considerando todos, cidadãos e cidadãs, ter consciência que
persistem humanos arredados dessa situação, mas estar disponível a bater-se
para que esses direitos e deveres sejam iguais para todos.
Democracia e o seu aprofundamento.
Entendida em todas as suas vertentes: Política, social e cultural.
Justiça Global. Garantida a todos
os humanos, a todos os povos a todos os países.
Se o conseguirmos, ainda é
possível evitar a catástrofe.
Que cada um cumpra a sua parte.
Também aqui, também pelo voto!
Diogo Júlio Serra
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