Um edificio inacabado.
Os últimos dias foram
marcados pela presença do Poder Local em vários tabuleiros da vida nacional.
Na Assembleia da
Republica a necessidade da Regionalização voltou a ser tema de debate provocado
pela discussão da petição Alentejana de que seja criada a Comunidade Regional
do Alentejo que permita testar a bondade ou não da existência e funcionamento
do terceiro pilar do Poder Local Democrático.
Em Portalegre, pelas
comemorações do aniversário do nascimento da União das freguesias da Sé e S.
Lourenço, ocorrido a 29 de Setembro de 2013 e que se revestiu de grande êxito.
Esta primeira edição do
Dia da Freguesia iniciou-se a 20 de setembro (quinta feira) e prolongou-se até
sábado com uma significativa oferta desportiva e cultural.
A semana atual iniciou-se
com uma outra manifestação de celebração de uma freguesia. Agora foi a
Freguesia de Galveias a comemorar pela primeira vez o 484º aniversário da sua
passagem a Vila e a sede de concelho.
Em todos os casos estive
emocionalmente envolvido.
No primeiro porque a
criação da Comunidade Regional do Alentejo é uma reivindicação de AMALENTEJO o
Movimento que integro desde a sua fundação.
No dia da União das
freguesias da Sé e S. Lourenço porque a União integra a freguesia onde resido e
no último caso por ser ali que desenvolvo atividade profissional e por isso
mesmo acompanhei de mais perto.
Em todos os casos ficou
patente quer a capacidade organizadora dos alentejanos e das suas freguesias,
quer a forte ligação que estas mantêm com os seus fregueses.
Ficou igualmente patente
que as freguesias, quarenta e seis anos depois das primeiras eleições livres
para o poder local democrático e quarenta e sete anos depois de a Constituição
de Abril ter definido a estrutura do Poder Local Democrático continuam a ser “o
patinho feio” de um Poder Local inacabado; faltam as Regiões Administrativas
que a Constituição consagra.
O Dia das Galveias, foi
assim batizada esta comemoração, que passará a ser anual destina-se também a
homenagear os autarcas que desde 1976 têm garantido a direção da freguesia e,
naquele caso particular, têm gerido a herança que o comendador José Marque
Ratão deixou à Freguesia de Galveias.
E foi bonita a festa!
Logo de manhã o hastear
da bandeira ao som da Banda da Sociedade Filarmónica Galveense. Uma banda que
se confunde com a própria Vila e que ainda ontem tinha oferecido em Ponte de Sor
um extraordinário concerto e que desfilou até à Igreja Matriz de Galveias onde
seria celebrada missa por alma dos autarcas galveenses já falecidos.
A meio da manhã mais um
momento alto: a inauguração da exposição de pintura “Galveias terra de
artistas” com obras de dois pintores. Carlos Sousa, um pintor nascido e
residente em Galveias e Jaime Azedo, médico-cirurgião, nascido em Portalegre
mas filho de um ilustre galveense, Mestre Artur Azedo, que expunham obras suas
no núcleo museológico de Galveias.
Mas seria o Centro
Cultural José Luís Peixoto, a marcar o ponto alto das comemorações. Ali, na
presença do Deputado Eduardo Alves, do Vereador Luís Jordão em representação do
Presidente da Câmara Municipal, dos ex-presidentes da Junta de Freguesia e das
famílias dos presidentes já falecidos, dos eleitos do PS e da CDU e de inúmeras
associações da freguesia, a Professora Paula Oliveira, filha do primeiro
presidente eleito por voto direto, homenageou na memória do seu pai todos os
autarcas de Galveias.
Encerrou a sessão a
Presidente Fernanda Bacalhau, a primeira mulher a sentar-se na cadeira da
Presidência daquela freguesia que mostrou o longo caminho que as freguesias
ainda terão que percorrer para conseguirem atingir o patamar de direitos que
aspiram e merecem.
Que o Poder Local e todos
os pilares que o integram: as Freguesias, os Concelhos e as Regiões
Administrativas continuem a marcar o calendário político. Que em conjunto
consigam colocar na ordem do dia as necessidades dos territórios posicionados a
maior distância do poder central e de todos, como os nossos, sistematicamente
arredados das decisões e dos benefícios que anseiam e merecem.
QUE SE CUMPRA O PODER
LOCAL QUE A CONSTITUIÇÃO DE ABRIL CONSAGROU.
Diogo Serra
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