No pasarón!
Os tambores da guerra voltam a rufar. Malandros os Russos!
Milhares de soldados russos
fortemente armados encontram-se em manobras no México junto à fronteira com os
Estados Unidos da América numa clara provocação bélica com o argumento, falso,
de que os Estados Unidos estão a concentrar muitas tropas junto a essa mesma
fronteira embora no seu próprio país. O argumento destes, (os americanos)
certamente falso é o de que estão a proceder a exercícios normais para
garantirem a operacionalidade do seu exército.
Tão assustador como concentração
das tropas é o alarido que os russos estão a provocar por todo o mundo de forma
a branquearem as suas intenções que são, sabemo-lo todos, a invasão do Texas e o
facto real dos EUA terem descoberto a presença de um submarino russo no Golfo
do México.
Os russos tem vindo a desenvolver
uma intensa campanha diplomática “gritando” que não têm qualquer intenção de
invadir o Texas mas os Estados Unidos e o “mundo livre” recusam essa versão,
tanto mais que é sobejamente conhecida a prática dos russos em invadirem e
espingardearem outros países e povos: atente-se às invasões do Iraque, da
Síria, do Afeganistão, do Vietname, de Granada, de Cuba (Baía dos porcos) e do
Panamá e os apoios aos golpistas do Chile, da Bolívia, da Venezuela e de
Portugal.
Os EUA e os seus aliados têm
sobejas razões para desconfiarem das palavras dos russos, tanto mais que, todos
conhecemos a propensão destes para “cercarem” os EUA com bases militares e
armamento nuclear estacionado nos estados vizinhos: Novo México, Oklahoma, Louisiana.
Claro que “no pasarón”. Todo o
mundo “livre” responderá energicamente a quaisquer tentativas dos russos invadirem
o Texas. Mesmo Portugal não deixará de o fazer e se dúvidas houvesse aí estão
as palavras inteligentes e firmes do nosso ministro dos negócios estrangeiros.
Clarificada que está a nossa
vontade em evitar mais uma invasão russa a um estado soberano e o nosso aplauso
à clarividência do Ministro S.S. e às demonstrações de total independência do
Governo Português face ao invasor, é
tempo de vos/nos recordar algumas situações que podem ajudar no momento do
aplauso ou rejeição:
- A Rússia, a Bielorrússia, os
Estados Unidos da América, a Ucrânia, os países que integram a União Europeia,
estejam dentro ou fora do “braço armado do Capital” são, todos eles, países que
integram, praticam e estimulam o Sistema Capitalista.
- A Rússia, a Bielorrússia e a
Ucrânia já há muito não têm nada a ver com a União Soviética e o seu sonho de
transformar o mundo numa Pátria sem amos, renderam-se ou foram reconquistados
pelo capitalismo e nalguns casos a comportar-se ali, com a violência que o caracterizava
nos tempos que antecederam a segunda grande guerra.
Assim, mais uma vez, os tambores
da guerra voltam a rufar porque o sistema capitalista precisa da guerra para se
manter à tona, para que alguns, poucos, continuem a acumular riquezas e poder mesmo
que isso implique continuarem a fazer um caminho, como até agora, manchado de
sangue.
Os senhores da guerra voltam à
ribalta para um confronto, dentro do sistema capitalista, e mais uma vez para definirem
se o poder dos actuais senhores pode e deve ser partilhado.
Que possamos evitá-lo. Que
saibamos apagar o fogo em vez de o avivar.
Que países como o nosso que neste
conflito não serão mais que vítimas “inocentes” não se comportem como mera
claque de futebol, cega pelas cores do seu clube. Que os nossos S.S. – Santos
Silvas tenham juízo ou vão embora, pelo seu pé ou empurrados.
Que o consigamos. Só assim
poderemos aspirar a gritar (mais uma vez), No Pasarón!
Diogo Júlio Serra
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