ABRIL DE NOVO, PELA FORÇA DO POVO!
Em Portalegre como em todo o país o 47º aniversário do 25 de Abril
voltou a ser assinalado nos salões do poder e nas ruas, com a precaução
necessária e o entusiasmo de quantos o reconhecem como tão bem o definiu Sofia
“ esta é a madrugada que eu esperava, o
dia inicial inteiro e limpo…”
Em Lisboa, o Dia voltou a ser assinalado institucionalmente na
Assembleia da Republica e os populares voltaram a ter a possibilidade de descer
a Avenida.
Interessante e novidade o facto de, desta vez, serem mais os que
queriam comemorar Abril quer na Assembleia, quer no desfile da Avenida.
Outra novidade e de acordo com as posições que tem vindo a ser
assumidas pelos saudosistas da ditadura alguns, poucos, terem pela primeira vez,
assumido publicamente o seu apoio ao regime que o 25 de Abril depôs: na
Assembleia assumindo o luto na tribuna e à porta com meia centena a
manifestarem-se claramente contra Abril.
Entretanto e porque este é um ano de eleições autárquicas os dias que
antecederam este 25 de Abril foram “agitados”.
Um grupo de autarcas eleitos em candidaturas exteriores aos Partidos
Políticos, promoveram diversas manifestações contra as alterações sofridas pela
lei que define o processo eleitoral para as autarquias locais e em particular,
sobre o que entendiam ser a discriminação a que estas os sujeitariam.
No âmbito dessa vontade reuniram-se (também em Portalegre) e enviaram
“recados” à Assembleia da Republica e aos partidos políticos ali representados.
Das posições publicamente assumidas percebeu-se que entendem ser
“merecedores” de tratamento igual aos partidos políticos e, presumo,
assumirem-se como partidos a nível local sem assumirem “as chatices “ que se
colocam aos partidos “tradicionais” e em particular o controlo politico e social
que a legislação e o eleitorado impõem.
Independentemente da apreciação que cada um de nós faça da bondade ou
não das candidaturas exteriores aos partidos, a visita destes autarcas ao nosso
concelho e o tempo de antena que lhes foi dado colocou-nos, cidade e região,
nos alinhamentos televisivos e dos jornais e impôs-nos um olhar mais atento
sobre estes autarcas que gostam de auto denominar-se de independentes e que no
nosso caso são governo desde 2013.
Ao que parece, os seus argumentos convenceram o Parlamento e em
particular aqueles que foram os autores das alterações introduzidas e agora
contestadas. Desses, só o PSD não arrepiou caminho pelo que presumo os autarcas
que querem voltar a concorrer em listas propostas fora dos partidos políticos
poderão e voltarão a fazê-lo. Já o seu desconhecimento, profundo, sobre o
Regime Democrático saído da Revolução de Abril e os objectivos que prossegue,
certamente continuará.
Isto a propósito do ultimato apresentado a partir de Portalegre e do
qual a Presidente Adelaide Teixeira foi porta-voz: “Ou fazem o que achamos
justo ou…formamos um Partido Politico!”
Será que não perceberam (ainda) que o 25 de Abril se fez (e a
Constituição consagra-o) para que os Partidos existentes pudessem vir à luz do
dia e outros partidos, muitos, todos, pudessem nascer e consolidar-se?
Ultrapassados esses percalços voltámos, todos os portalegrenses que o
quisemos, a comemorar Abril no Centro de Congressos e na rua. Num e noutro
local para afirmarmos que Abril não tem donos mas tem promotores e deve ter,
tem que ter, quem o defenda e continue.
E a continuação
de Abril voltará a fazer sentir-se em Portalegre, como em cada ano, já no
primeiro de Maio.
Viva o 25 de
Abril e a Liberdade!
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