desta terra e deste povo
Nós temos força bastante
Prá fazer um Abril novo.
Os resultados eleitorais de ontem deixaram-me magoado e preocupado.
Frente ao televisor, bombardeado pela verborreia dos comentadores que se
afadigavam a replicar a sua nefasta actuação nos últimos tempos e mais uma vez
sem a presença da voz da candidatura que ao longo de centenas de horas
ocultaram, deturparam e atacaram foi-me difícil resistir à reacção a quente e,
por isso, quase sempre incorrecta.
Muitos amigos e companheiros não conseguiram resistir e aí estão a
declararem-se envergonhados de serem alentejanos, a acusarem os seus/nossos
amigos e vizinhos de traição às ideias, aos antepassados à nossa cultura e à
nossa região.
Amplificam as mentiras e o ódio de quantos pensam ter chegado o momento
para ocuparem o território e as nossas gentes com as políticas do ódio.
Vamos lá por os pontos nos is.
Quem se pode e deve envergonhar-se dos resultados eleitorais que na nossa
região e quase na totalidade do país, reelegeram uma personalidade
assumidamente de direita e colocaram em segundo lugar o megafone de quantos
sonham com o regresso das ditaduras terroristas de capitalistas e agrários e
semeiam o discurso do ódio e da divisão, são os que neles votaram e os que com
as suas práticas tacticistas permitiram a eleição à primeira volta do
representante da direita democrática.
Quem tem que se envergonhar (se tiverem vergonha) são os que trocaram o
jornalismo pelo megafone, e a liberdade (a sua e a do país) por um qualquer
cargo de manajeiro dos patrões, bem remunerado mas servil.
Eu, e muitos outros, a maioria dos que não desertámos, podemos e devemos
sair à rua, já o fiz, de cara bem levantada.
Cara ao alto porque fiz o que tinha que ser feito. Porque com muitos
outros, me empenhei esclarecimento possível, na divulgação das propostas, do
candidato que apoio, no combate, sempre, pela liberdade e pelos direitos que a
nossa Constituição garante.
Fiz ao longo da campanha eleitoral o que faço no dia a dia: lutar pelos
direitos dos que aqui vivem e trabalham e tentei que juntos pudéssemos levar
toda essa luta até ao voto.
Mas, sobretudo, cara ao alto porque hoje, amanhã e sempre cá estarei, cá
estaremos, a combater as políticas xenófobas e do ódio, a exigir que o pós
pandemia não seja tão letal como o vírus, a afirmar que a pandemia não se
combate com o restringir das liberdade, que é fundamental valorizar o trabalho
e os trabalhadores.
Cara ao alto porque aqui estamos a renovar a esperança e a confiança.
Envergonhados? Era o que faltava!
Aqui estamos orgulhosos e firmes na defesa do regime democrático e imunes
aos profetas da desgraça e da divisão.
E, como diz a canção da resistência e um camarada hoje bem lembrou "
cada fio de vontade são dois braços e cada braço uma alavanca.”
No
pasarón!
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