Mais vale um ganhão
todo roto e remendado
que um “salta pocinhas”
de chapéu ao lado!
Em tempos de branqueamento do fascismo e das garras que o caracterizaram
na ditadura e também na chamada consolidação da “democracia” muitos dos que por
necessidade se “converteram” à democracia começam a perder o medo de “sair do armário
“e assistimos, também no nosso distrito, a atitudes e acções que corporizam a
vontade de branquear “os negros anos” e reescrever a história recente.
O “plano em marcha” passa pela “recuperação da bondade do salazarismo”
utilizando a mentira para procurarem opor o que chamam de moral salazarista à
corrupção existente, procurando tomar por dentro o aparelho de estado,
utilizando comandos fascistas, agora chamados de nacionalistas, para controlarem
as forças militares e para militares e um partido politico nascido com
trafulhices a partir das organizações nazi-fascistas e alimentado com os
dinheiros da corrupção que dizem querer combater.
Passa ainda pelo aproveitamento das posições que detém na comunicação
social dita nacional e dos idiotas úteis que um por pouco por todo o lado por interesse
material ou por vaidade replicam os ideais, as mentiras e as campanhas
enganadoras com que visam o regresso ao passado.
São os aproveitamentos de descontentamentos (justíssimo) de sectores
da nossa sociedade e em particular nas forças de segurança (GNR, PSP, Guardas Profissionais
e outros) onde os zeros actuam e recrutam.
São as campanhas mediáticas que se aproveitam do preconceito, da
desinformação e de focos reais de insegurança, para disseminarem a propaganda
do ódio através do discurso xenófobo e racista.
São as diárias demonstrações, escondidas por detrás duma contemporaneidade
bacoca, menorização da nossa cultura e abastardamento da nossa língua.
São ainda as campanhas de aliciamento da direita politica,
particularmente a direita democrática, para posições que ditas de combate ao
que apelidam de “cultura marxista” procuram regredir direitos conquistados com
o 25 de Abril, ancorados na Constituição da Republica e na Carta dos Direitos
Humanos.
É inserido nesta estratégia de branqueamento que temos vindo a
assistir ao recrudescer da propaganda disfarçada de literatura da reedição dum
livro escrito por um salta-pocinhas da política e empregado devoto do grande capital.
Saudosistas militantes da ditadura terrorista dos agrários, idiotas úteis por
estes utilizados ou cidadãos que ainda não conseguiram ultrapassar os traumas “vividos”
afadigam-se agora a replicar a verdade dos que por ganância e por ódio
maltrataram, destruíram e mataram esta terra e este povo.
Todos conhecemos a velha táctica de defender atacando mas que não se iludam. Por mais noticias que comprem, por mais alto que gritem nunca conseguirão apagar os crimes e as mortes que originaram e entre as mais dolorosas a que cometerem no Escoural e que motivou, também em Portalegre, a 28 de Setembro de 1979 a maior manifestação indignação e dor que esta cidade já viveu.
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