quarta-feira, 18 de setembro de 2019

PORTALEGRE É UMA TERRA EM POUSIO!



PORTALEGRE É UMA TERRA EM POUSIO!

Foi assim, afirmando-a em Pousio, que um ilustre concidadão de regresso (ocasional) à nossa cidade se lhe referiu.
Médico brilhante nascido nas Carreiras mas há muito radicado em Coimbra, não abdica de marcar presença no território onde nasceu e cresceu, onde tem familiares diretos e mantém, como reafirmou, os seus melhores amigos, nem de ajudar, no que lhe é possível e sempre que solicitado, a pôr esta terra a “produzir”.
Assim aconteceu agora. Aqui retornou para assumir a Presidência do Conselho de Fundadores do IDECI – Instituto para o Desenvolvimento, Cultura e Ciência, recentemente criado e sediado em Portalegre e que no passado dia 14 de Setembro empossou os seus primeiros órgãos diretivos em sessão que decorreu no IPP – Instituto Politécnico de Portalegre.
Portalegre é uma terra em pousio e, acrescentou, provavelmente nem á assim tão mau…
O oftalmologista brilhante mostrava-nos, desta forma, manter viva a ruralidade de quem nascido em Portalegre, na freguesia das Carreiras, aprendeu desde cedo que a terra alentejana, quando em pousio não estava abandonada mas, tão só, a recuperar “energias” para quando “agriculturada” melhorar a sua produtividade. Daí a afirmação de “esperança” transportada na frase formulada e a disponibilidade assumida para voltar a Portalegre e com outros portalegrenses da diáspora integrar o projeto IDECI e usá-lo como semente e alfaias para tirar do pousio a “Cidade Branca”.
Que todos queiramos seguir tais exemplos e desde logo consigamos que a constatação da realidade - Portalegre uma cidade e um território paralisados – não sejam vistos como um território morto mas tão só um território em espera: em pousio!
Que saibamos e queiramos, depois, encontrar a força necessária a transformar a situação constatada e na conjugação de vontades e saberes, com unidade na ação, transformar a “terra em repouso” em unidade produtiva de projetos, de saberes, de atração de pessoas e de investimentos.
Eu, portalegrense nascido num concelho onde a Esperança é nome de terra mas onde até essa terra (como o sonho) têm sido bastas vezes traídos, continuo convencido que “a esperança é a última coisa a morrer” e por isso (também) integro-me neste projeto que pretende pela cultura e pelo saber arrancar Portalegre do pousio onde alguns “latifundiários” a colocaram e entrega-la como terra preparada ao serviço das suas gentes.
 Que saibamos romper com o pousio em que também nos deixámos colocar e façamos acontecer o presente e o futuro que desejamos e merecemos.

Diogo Júlio Serra

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