AMALENTEJO/ALENTEJO
MELHOR
Podemos ou não Amar o Alentejo e querer
um Alentejo Melhor?
Claro que sim. Mas…
Participei, como convidado,
no Congresso organizado pelo Movimento Melhor Alentejo que trouxe a Portalegre
muitas dezenas de alentejanos e não alentejanos, os deputados eleitos pelo
distrito, autarcas, académicos, empresários, dois ministros da República, muita
comunicação social: a regional, mais as televisões e o Presidente da República.
Para além do figurino que
colocava a maioria como ouvintes do que os especialistas tinham para “contar” e
dalguns esquecimentos que se fizeram notar e que adiante recordarei, reputo de
interessantes quer os objetivos quer os painéis.
Encontrei entre os
inúmeros presentes muitas das caras que haviam estado há apenas quarenta e nove
dias numa iniciativa com objetivos e título iguais, realizada em Castelo de
Vide por um outro movimento cidadão o AMALENTEJO.
Que terá mobilizado os
alentejanos para num tão curto espaço de tempo reunirem em congresso, duas
vezes no mesmo distrito?
E eram os mesmos? Pessoas
e identidades?
Sim, ou quase!
Vejamos! Em Portalegre,
como em Castelo de Vide estiveram os empresários e as suas organizações. Estiveram
os técnicos e especialistas nas várias áreas fundamentais para um
desenvolvimento sustentado, estiveram os autarcas, as instituições do ensino
superior, o Turismo, os deputados eleitos pela região.
Em Castelo de Vide
estiveram, também, e falaram os Partidos Políticos com assento parlamentar e O
Sr. Presidente da Assembleia da Republica fez-se representar.
O Senhor Presidente da
Republica e dois Ministros estiveram e Portalegre.
A comunicação social
esteve em ambos os congressos mas as televisões só em Portalegre.
Então qual a diferença?
A diferença chama-se PS. Este
partido, que em Castelo de Vide não só não esteve como pressionou para que não
estivessem as instituições onde “é poder” e agora, optou por estar e trabalhou
para que todas as instituições onde “mexe”, governo incluído, não faltassem.
E quanto a conteúdos e,
sobretudo, resultados?
Quanto a conteúdos, um e
outro foram extremamente ricos. Já quanto a resultados nem um nem outro
atingiram as expetativas e particularmente as necessidades da região.
É certo que a satisfação
ou insatisfação com que ficamos tem a ver com a expetativa criada e, nesse
aspeto, porque eram altas as expetativas criadas em particular com algumas das
reivindicações do Alto Alentejo, o Congresso de Portalegre foi pior.
Foi-o porque o esperado (re)anunciar
do Pisão não se concretizou, porque os ministros que por aqui passaram (apesar
de apressada, a vinda a Portalegre já foi um avanço) se limitaram a cumprir
calendário e o primeiro não conhecia sequer, ou fingiu não conhecer que o que
necessitamos e queremos para o Pisão é um empreendimento de fins múltiplos,
fundamental, para o reforço de abastecimento público de água, para o
desenvolvimento da agricultura, para a atividade turística, etc.. etc..
Por último e para aumentar
a nossa desilusão o constatar que também o Presidente da República não tem
acompanhado quer as nossas preocupações quer o nosso trabalho.
Saudar a vontade dos
alentejanos mas dizer-nos que hoje já é tarde é ter andado distraído ou pensar
que nos esquecemos que ele não aceitou `há menos de dois meses, estar connosco
em Castelo de Vide.
Colocadas estas questões
importa agora definir os próximos passos e decidir, antes de mais, se esse
caminho deve ser feito duplicando esforços e iniciativas ou se há margem para
responder positivamente ao desafio do Presidente e unificar esforços vontades e
vozes.
Ou seja, é necessário
saber se o Partido Socialista não vai fazer mais “birrinhas” e se é possível e
desejável constituir Um AMA(MELHOR)ALENTEJO!
Diogo Júlio Serra
(publicado no Jornal Alto Alentejo de 10-10-18)
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