quarta-feira, 10 de outubro de 2018




AMALENTEJO/ALENTEJO MELHOR

Podemos ou não Amar o Alentejo e querer um Alentejo Melhor?
Claro que sim. Mas…
Participei, como convidado, no Congresso organizado pelo Movimento Melhor Alentejo que trouxe a Portalegre muitas dezenas de alentejanos e não alentejanos, os deputados eleitos pelo distrito, autarcas, académicos, empresários, dois ministros da República, muita comunicação social: a regional, mais as televisões e o Presidente da República.
Para além do figurino que colocava a maioria como ouvintes do que os especialistas tinham para “contar” e dalguns esquecimentos que se fizeram notar e que adiante recordarei, reputo de interessantes quer os objetivos quer os painéis.
Encontrei entre os inúmeros presentes muitas das caras que haviam estado há apenas quarenta e nove dias numa iniciativa com objetivos e título iguais, realizada em Castelo de Vide por um outro movimento cidadão o AMALENTEJO.
Que terá mobilizado os alentejanos para num tão curto espaço de tempo reunirem em congresso, duas vezes no mesmo distrito?
E eram os mesmos? Pessoas e identidades?
Sim, ou quase!
Vejamos! Em Portalegre, como em Castelo de Vide estiveram os empresários e as suas organizações. Estiveram os técnicos e especialistas nas várias áreas fundamentais para um desenvolvimento sustentado, estiveram os autarcas, as instituições do ensino superior, o Turismo, os deputados eleitos pela região.
Em Castelo de Vide estiveram, também, e falaram os Partidos Políticos com assento parlamentar e O Sr. Presidente da Assembleia da Republica fez-se representar.
O Senhor Presidente da Republica e dois Ministros estiveram e Portalegre.
A comunicação social esteve em ambos os congressos mas as televisões só em Portalegre.
Então qual a diferença?
A diferença chama-se PS. Este partido, que em Castelo de Vide não só não esteve como pressionou para que não estivessem as instituições onde “é poder” e agora, optou por estar e trabalhou para que todas as instituições onde “mexe”, governo incluído, não faltassem.
E quanto a conteúdos e, sobretudo, resultados?
Quanto a conteúdos, um e outro foram extremamente ricos. Já quanto a resultados nem um nem outro atingiram as expetativas e particularmente as necessidades da região.
É certo que a satisfação ou insatisfação com que ficamos tem a ver com a expetativa criada e, nesse aspeto, porque eram altas as expetativas criadas em particular com algumas das reivindicações do Alto Alentejo, o Congresso de Portalegre foi pior.
Foi-o porque o esperado (re)anunciar do Pisão não se concretizou, porque os ministros que por aqui passaram (apesar de apressada, a vinda a Portalegre já foi um avanço) se limitaram a cumprir calendário e o primeiro não conhecia sequer, ou fingiu não conhecer que o que necessitamos e queremos para o Pisão é um empreendimento de fins múltiplos, fundamental, para o reforço de abastecimento público de água, para o desenvolvimento da agricultura, para a atividade turística, etc.. etc..
Por último e para aumentar a nossa desilusão o constatar que também o Presidente da República não tem acompanhado quer as nossas preocupações quer o nosso trabalho.
Saudar a vontade dos alentejanos mas dizer-nos que hoje já é tarde é ter andado distraído ou pensar que nos esquecemos que ele não aceitou `há menos de dois meses, estar connosco em Castelo de Vide.
Colocadas estas questões importa agora definir os próximos passos e decidir, antes de mais, se esse caminho deve ser feito duplicando esforços e iniciativas ou se há margem para responder positivamente ao desafio do Presidente e unificar esforços vontades e vozes.
Ou seja, é necessário saber se o Partido Socialista não vai fazer mais “birrinhas” e se é possível e desejável constituir Um AMA(MELHOR)ALENTEJO!


Diogo Júlio Serra
(publicado no Jornal Alto Alentejo de 10-10-18)

Sem comentários: