quarta-feira, 26 de setembro de 2018



As desilusões são sempre proporcionais às expetativas…

caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.

Passo a passo, devagarinho. Fazemos caminho.
Sempre assim tem sido neste Alentejo que muitos teimam em fingir que não existe. E, pasme-se, entre estes muitos alentejanos.
Só a teimosia (agora chama-se resiliência) deste povo tem permitido atingir alguns objetivos que não deviam sequer ser questionados.
Foi assim com Alqueva. Está a ser assim com as estradas que não chegam, com os comboios que nos fogem, com o Aeroporto que está lá mas parece que não existe e também, durante décadas com a barragem do Pisão.
Passo a passo, devagarinho, fizemos caminho e hoje, de novo, parece não haver ninguém com coragem para contestar a justeza da nossa exigência e todos no distrito e no país se apressam a tomar posição em defesa desta obra que, sabemo-lo alguns, justificou plenamente a persistência de quantos fizeram da sua concretização bandeira e por ela se bateram e batem.
Agora é que é, agora é que é!
Esta a convicção que extravasa de reuniões e tomadas de posição partidárias, dos gabinetes ministeriais que sistematicamente a prometeram e esqueceram tais promessas, de autarcas que sempre por ela se bateram e dos outros que dela se alheavam ou a combatiam.
Começo a acreditar que agora é que é, agora é que é! Porque constato que os do costume sentem já a necessidade de se posicionarem visíveis na linha da partida e em muitas setores regionais “Ser pelo Pisão” virou moda e afirmá-lo é “quase obrigação”.
E isto é mau? Claro que não!
Hajam bandeiras que possam ser empunhadas por todos!
Venham os apoios necessários para dotarmos o distrito e o país com infraestruturas fundamentais para o desenvolvimento que o Alentejo merece e o país necessita.
Só não precisamos que se somem promessas e juras e o resultado não seja diferente do que o conseguido até aqui.
Até porque não foi por falta de estudos ou de promessas que o Empreendimento do Pisão não foi concretizado!
Poderão impor-nos, de novo, “Fazermos marcha à ré” mas o caminho continuará a fazer-se e agora com muitos mais caminhantes.
Diogo Serra
Publicado no Alto Alentejo de 26-09-18

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