quinta-feira, 30 de agosto de 2018

A Festa e o(s) Preconceito(s)




A Festa e o(s) Preconceito(s)

A Quinta da Atalaia voltará a ser, já no primeiro fim de semana de Setembro, a capital da alegria, da cultura e de quantos desejam e lutam por um Portugal melhor.

Naquela que é desde há 42 anos a maior manifestação cultural e política do nosso país, os muitos milhares de portugueses, comunistas e não comunistas, voltarão a poder encontrar-se, debater as propostas e anseios dos comunistas, alimentar o corpo e a alma e, sobretudo, preparar-se para mais um ano de intensa actividade cidadã na construção do Portugal que merecemos e de que não desistimos.

Naquele imenso espaço onde a liberdade e o respeito pelo pensamento de cada um e de cada grupo se tornou desde o início condutor e onde cada um dos que a constrói ou visita consegue percepcionar a sociedade que os seus construtores propõem, é possível a todo um país experienciar o futuro.

Á pergunta que Ary dos Santos colocou e respondeu (Quem tem medo do comunismo?) respondem anualmente quer os milhares de portugueses que na Festa se empenham e integram mas, também, os grupelhos e “personalidades” que anualmente procuram inventar factos passíveis de a menorizar.

E as tentativas repetem-se com a conivência de alguma comunicação social, sejam os meios tradicionais, sejam as redes sociais onde como bem sabemos e a abundância de perfis falsos no-lo vem sistematicamente provar.

Se revisitarmos o que anualmente é “dito da Festa” pelos seus detratores e que, quase sempre, consegue algum acolhimento nos órgão de comunicação propriedade dos grupos económicos a quem a obsessão pelo lucro há muito suplantou os rasgos de democracia e liberdade com que alguns se iniciaram ou gostavam de se afirmar veremos que as palavras/acusações mudam mas o objectivo se mantem.

Já houve de fudo. Que a Festa e o partido que a põe de pé, não cumprem as regras de higiene e segurança, que na festa não se passam recibos e, portanto se “foge ao fisco”, que no recinto da festa havia polícia própria e se exercia violência sobre visitantes, que a Festa era apoiada pelo BES, que a Festa era esconderijo e base dos “perigosos terroristas” da América Latina, blá, blá, blá, blá…

Este ano o tema é a censura à venda de determinados títulos.

A veracidade do caso e os objectivos de quem o divulga não são diferentes dos outros “casos” dos anos anteriores: procurar minar o prestígio que este acontecimento construiu e mantem, procurar jogar com o preconceito anti-comunista que ainda existe e lançar a suspeita junto de quem lá não vai ou foi.

Nem valerá a pena, desta vez como noutras, chamar-lhes a atenção para as notas do PCP que explicam quem organiza e com que critérios a “Festa do Livro”. Sabemos que não é a falta de informação que os move.

Como em cada um dos outros anos o melhor desmentido será dado pelos muitos milhares de democratas, comunistas ou não, que de novo irão passar pela Quinta da Atalaia, para afirmar a nossa cultura para usufruir daquele espaço de liberdade, alegria e de convicções de que no Mundo, no País e no nosso território a voz e a acção dos que lutam valem sempre a pena.

E este ano, de novo, vão ser muitos, também da nossa cidade e distrito, os que lá irão estar a trabalhar, a actuar, a usufruir!

Conforme ouvi no encerramento de uma Festa do Avante…

A Festa é um símbolo vivo
E temos Festa outra vez
Porque temos um Partido
Comunista e Português!

Diogo Júlio Serra
(publicado no jornal Alto Alentejo de 29-8-18)


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