sexta-feira, 27 de julho de 2012

Será que o tacticismo compensa?


O tacticismo político não pode sobrepor-se ao bem comum.


O Partido Socialista de Portalegre tem vindo a colocar-se, cada vez mais, à margem das responsabilidades de um grande partido democrático que aspira a voltar a governar o concelho.

Assumindo-se como campeão do tacticismo coloca-se na defesa do quanto pior melhor, no uso e abuso da mais ostensiva demagogia para procurar convencer os portalegrenses de que tudo o que é mau é culpa dos outros, que ele PS, sempre se pautou por trazer o concelho e a sua governação para o “bom caminho”. E nesse objectivo não hesita em faltar à verdade, não assumir as responsabilidades pelas suas decisões e/ou omissões, em arriscar o fim de todos os seus sonhos se, como poderá suceder, os portalegrenses não tiverem esquecido as suas participações na vida publica do concelho, da região e do país.

Alguns dirigentes e eleitos do PS/Portalegre continuam a pensar que uma mentira mil vezes repetida se transforma em verdade. É falso! Mesmo que se utilizem fórmulas denunciadas por Aleixo “ pr’a mentira ser segura/ e atingir profundidade/tem que trazer à mistura/qualquer coisa de verdade.” a mentira por acção ou por omissão é sempre mentira.

Vem isto a propósito da cruzada dos eleitos e dirigentes socialistas contra a Fundação Robinson e aquilo que dizem ser a gestão despesista da sua Administração.

O PS/Portalegre que esteve desde a primeira hora nos diferentes órgãos de direcção da Fundação, que assobiava para o lado quando outras forças politicas se batiam contra “o secretismo “ da gestão da Fundação, contra a destruição dos conceitos que nortearam os que a sonharam e a adulteração da missão para que fora criada, apresenta-se agora como paladino dos valores que quando no poder sempre espezinhou.

Recordemos:

Desde a primeira hora da existência da Fundação o Partido Socialista integra os órgãos dirigentes.

Na primeira fase da Fundação, quando esta correspondia, ainda, ao desenho das funções sonhadas pelos que a arquitectaram, O PS estava representado no Conselho de Curadores e no Conselho Fiscal. Nesses primeiros dias, também a CDU estava representada embora apenas no Conselho de Curadores.

Delineada a nova linha estratégica para a Fundação, a CDU deixou de participar no Conselho de Curadores (apenas um elemento) mas o PS, continuou como até aí a partilhar os órgãos da Fundação, situação que ainda hoje se mantém.

Só em Fevereiro de 2010 a CDU voltou a ter representação nos órgãos da Fundação. Desta vez no Conselho de Administração que repartia com o PSD e o PS, mantendo PS e PSD a partilha dos restantes órgãos (Conselho de Curadores e Conselho Fiscal).

Durante todo este tempo (2004 a 2012) o PS não viu, nada que lhe merecesse reparo. Mais, podemos mesmo presumir que a gestão lhes mereceu a mais ampla concordância. A não ser assim como entender a disponibilidade dos hoje vereadores municipais em aceitarem secundar a lista encabeçada por uma personalidade que até ali integrava o Conselho Fiscal da Fundação, órgão que sempre aprovou os relatórios de actividades e contas da Fundação?

Entretanto e como refiro atrás, o PS indicou um membro para o Conselho de Administração. Um em três; e assim esteve desde Fevereiro de 2010 até ao dia que se seguiu à decisão dos vereadores PS chumbarem, com a CDU, uma proposta de alteração orçamental destinada a garantir a decisão de “municipalizar” a Fundação Robinson.

Será que só agora se aperceberam de que a gestão era má? Claro que não. Só que o tacticismo não é só de agora. Já estava presente quando em conluio com Mata Cáceres retiraram ao vereador da CDU a condução da politica cultural do concelho para a entregarem, pasme-se, ao Doutor Camões Gouveia e à Há cultura que agora demonizam…

Nessa altura a composição do executivo era como agora, 3+3+1 e o tacticismo do PS levou à maioria esmagadora de Mata Cáceres, à perda do vereador da CDU e à passagem do Partido Socialista de 3 para 1 vereadores.

Será que o tacticismo compensa?

Diogo Serra
Administrador (não executivo) da Fundação Robinson

Sem comentários: