Os nossos autarcas perceberam, parece, os perigos que o “PRACE” trará para o distrito de Portalegre. Muitos dias depois de anunciados os inúmeros encerramentos e deslocalizações e com muitas dessas iniciativas já materializadas veio agora o Presidente da Câmara de Portalegre tornar públicas as suas preocupações e dar-nos conta das perspectivas que tem para o seu/nosso concelho.
Independentemente da apreciação sobre a intervenção do autarca ( alguns comentadores entenderam-na conformista ) penso ser de grande importância que os nossos autarcas venham a público dar conta das suas preocupações face ao futuro do Norte Alentejano e da sua disponibilidade (ou não) para integrarem a corrente dos que se disponibilizam para construir esse futuro.
Pessoalmente integro-me no grupo dos que defendem a necessidade de definir percursos de desenvolvimento para o Norte Alentejano onde caibam a maioria dos actores locais e entendo que tal só será possível se cada um desses actores, sem abdicar dos seus interesses de grupo, conseguir encontrar vantagens numa caminhada comum.
No espaço social em que me integro e assumo algumas responsabilidades tenho vindo a defender a necessidade do Norte Alentejano definir e assumir a operacionalização de projectos que possam travar e inverter o percurso para onde temos sido empurrados.
Todos reconhecemos que o Norte Alentejano tem enormes potencialidades que, devidamente utilizadas, poderão relançar o distrito nos caminhos do desenvolvimento económico e social. Todavia tal só será possível se, duma vez por todas, assumirmos as responsabilidades que nos cabem neste caminhar: se deixarmos de abdicar do direito que nos assiste em sermos os construtores do nosso destino; se formos mais criteriosos na escolha dos nossos representantes nas estruturas democráticas; se não deixarmos a alguns poucos, a luta pela afirmação dos nossos direitos.
É certo que nem tudo está nas mãos dos norte alentejanos. O Estado CENTRALISTA não abdica de qualquer migalha de poder e persiste em políticas que litoralizam gentes, saberes e investimentos, mas se todos quisermos e assumirmos que a luta é de todos, ainda estamos a tempo de obrigar o futuro a passar por aqui.
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