sexta-feira, 21 de setembro de 2007

É hora de afirmar a cidade que queremos!



Os portalegrenses estão agora (só agora) a ser chamados a pronunciarem-se sobre o mais importante instrumento de gestão do seu território – o Plano Director Municipal.
Apela-se agora (só agora) à participação dos portalegrenses nas sessões que a autarquia preparou e destinadas muito mais a publicitar as suas propostas do que a recolher as opiniões dos munícipes.
Todavia, ainda assim, é fundamental a participação de todos para tornar possível o travar de intenções e o inverter de caminhos que a concretizarem-se, irão por em risco o desenvolvimento sustentado do concelho e da cidade e podem, em minha opinião, acelerar o processo de destruição do nosso tecido produtivo. A concretizarem-se as intenções vertidas na proposta de PDM, irão abrir caminhos (e não se trata de pequenas veredas mas sim de grandes auto-estradas) para a especulação imobiliária numa cidade segmentada e onde a qualidade de vida será privilégio de muito poucos.
Vejamos:
Primeiro - A proposta de PDM colocada à discussão pública, consagra a visão megalómana da Câmara e do seu Presidente:
- Insiste em aumentar para mais do dobro o número de fogos a edificar nos próximos anos;
- Avança com o crescimento da cidade para áreas que deveriam ser interditas à construção. São os casos da zona poente da variante ao IP2 e o da Quinta do Bispo que leva as urbanizações para a porta da única unidade industrial que se mantém a funcionar sem problemas visíveis.
- Aposta na urbanização intensiva de zonas que deveriam ser de transição entre a cidade e a zona industrial.
Segundo – A proposta de PDM vem mostrar que o executivo não tem uma ideia de cidade, enquanto espaço de fruição e de partilha:
- Diminui as zonas verdes dentro do perímetro urbano e incentiva a destruição das hortas e jardins interiores que são uma das marcas de Portalegre
- Não aposta na utilização e apropriação pelos portalegrenses, dos espaços públicos e dos melhoramentos introduzidos pelo Polis.
- Não aponta e muito menos consagra a cidade, o seu património arquitectónico e a sua cultura como factores de desenvolvimento.
- Indicia uma ideia perigosa sobre o turismo ao defender que a fileira do Turismo é preenchida apenas pelos hotéis a instalar (fora da cidade) e os campos de ténis que alguns sectores vêm defendendo.
Insiro-me entre aqueles que têm do desenvolvimento uma visão bem diferente e que por isso defendem alterações profundas à proposta em discussão.
Entendo que a hora é de acção. Importa coordenar vontades, estimular a participação, levar os portalegrenses a exigirem ter uma palavra sobre o seu futuro e o futuro da sua cidade.

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