Falha de protocolo ou falta de "chá"?
Portalegre inaugurou recentemente mais um equipamento social na cidade, fruto da recuperação de um imóvel há muito "abandonado".
Tratou-se do antigo edifício dos Paços do Concelho, o edifício que dava nome à Praça onde está sedeado e albergou durante décadas os governos do concelho.
Depois de obras de restauro que levantaram alguma celeuma a devolução deste importante espaço à cidade, agora com a função de Centro Documental e integrando também o Posto Municipal de Turismo, contou com a presença da Sra. Secretária de Estado da Cultura que enalteceu a iniciativa e a classificou como um "valioso contributo para a requalificação do centro histórico".
Pessoalmente concordo quer com a apreciação da Sra Secretária de Estado quer com a utilização que o Município lhe destinou: Centro documental do património de Portalegre e sede do Posto Municipal de Turismo sendo, todavia, necessário resolver rapidamente um problema (grave) que parece não ter merecido a atenção do município e/ou do projetista: as acessibilidades e em particular para aquelas e aqueles com mobilidade reduzida.
Mas é por uma outra razão que elegi hoje a requalificação dos antigos Paços do Concelho. O facto de mais uma vez o executivo municipal e particularmente a sua presidente serem acusados de ostensivo afastamento dos anteriores presidentes de quaisquer cerimónias municipais e particularmente de inaugurações que, dizem estes contestatários, foram os anteriores presidentes os primeiros responsáveis pelas obras inauguradas.
Não sei se é assim que as coisas têm ocorrido e se o é a que se deverá tal atitude. Há uma falha no protocolo municipal, dizem-me uns; há uma deliberada intenção da atual presidente em esconder o trabalho da sua antecessora, dizem-me outros e, ainda, sussurram os mais críticos, é educação a menos e prepotência a mais do executivo atual.
Neste esgrimir de razões e argumentos sou dos que hesitam em tomar "partido".
Conheço pessoal e politicamente a atual e a anterior Presidentes da Câmara Municipal de Portalegre e sinceramente não vislumbro razões para tamanha (a ser intenção deliberada de apropriação de protagonismo)"maldade". Mais, não me parece verosímil essa intenção por parte da Presidente atual nem , parece-me, a anterior Presidente se incomodaria com tal, a ser verdadeira, manifestação de intolerância.
Sendo assim. Estando correta a leitura que faço da sistemática ausência dos anteriores autarcas em eventos e inaugurações, esta só pode dever-se a uma falha de protocolo municipal.
Estarem arredados do Protocolo Municipal os anteriores autarcas e particularmente os anteriores Presidentes de Câmara pode até ser legal mas é objetivamente imoral, É um erro e deve ser reparado.
Sim eu sei que em politica, particularmente politica partidária, a moral não é dos primeiros critérios a ter em conta. Sei que o PSD, puros e impuros como é o caso, não é sensível ao reconhecimento. Veja-se como tem tratado o ex-Presidente Mata Cáceres, eleito nas suas listas, votado de forma esmagadora pelos Portalegrenses e que é até hoje, não contabilizando a ex- Presidente Adelaide Teixeira que deixou muito recentemente essas funções, o único Presidente de Câmara de Portalegre eleito a quem não foi atribuída a medalha de mérito municipal.
Mas ainda assim, recuso-me a acreditar na "maldade". Espero não estar enganado!
Diogo Júlio Serra
Sem comentários:
Enviar um comentário