São diferentes? São iguais?
São o Centrão que bem conhecemos!
Em Portugal a pobreza atinge actualmente mais de dois milhões de pessoas, mesmo que estando a trabalhar. Um em cada 10 trabalhadores é pobre, quase 3 milhões de trabalhadores recebem menos de mil euros por mês e um milhão de reformados e pensionistas recebe menos de 510 euros.
É porque o país não pode, porque não existem recursos suficientes para nos arrancar da pobreza, dizem-nos, mas sabemos que é uma falsidade.
Para o constatarmos basta recordar que apenas no primeiro semestre deste ano os grupos económicos que mandam nos governos e decidem as politicas, obtiveram 32 milhões de euros de lucro por dia.
Em tempo de discussão de Orçamento e depois duma colossal acção de propaganda dos partidos do centrão e de chantagens dos governantes, o Orçamento de Estado (OE) foi aprovado na generalidade e com a declaração, por parte do PS, que permitiria a sua aprovação na especialidade e na votação global.
Possivelmente porque é bom, dizem-nos do governo e dos seus apoiantes. Porque não havia alternativa, argumentam do PS, enquanto a extrema direita ( a "civilizada" e a caceteira) votam contra porque o Orçamento apresentado não vai tão depressa e tão fundo à rapina total dos recursos nem à destruição total do que a Constituição consagra.
Nada mais falso! O OE recentemente discutido e aprovado na generalidade não responde antes agrava aos problemas nacionais, aprofunda as injustiças e desigualdades, ataca os direitos sociais e debilita ainda mais a nossa soberania.
Em vez de atacar o grave probema estrutural, que é o empobrecimento dos trabalhadores e das famílias, este OE oferece milhões e milhões de euros aos grupos económicos, aumente a injustiça fiscal, destina metade do orçamento da Saúde para os grupos privados que fazem da doença negócio e agrava ainda mais os problemas na habitação em benefício dos especuladores e da banca.
Este OE que o PS decidiu viabilizar é um orçamento que espalha a propaganda e a ilusão, que acelera e aprofunda os ataques aos direitos sociais a milhões de pessoas em vez de dar resposta às vozes que gritam, muito justamente, que é preciso um firme combate às injustiças, às desigualdades, às discriminações. Um OE que ignora a necessidade de dar combate à ausência de perspectivas e de fuuro, fruto das políticas que negam o direito ao trabalho, a um salário digno, à habitação, à educação, à saúde, à cultura, uma realidade que precisa de resposta.
Quando é cada vez mais claro que o País tem recursos, meios, forças e gente capaz de construir uma vida melhor. Quando é cada vez mais visível que é possível e urgente uma distribuição mais justa da riqueza, um País mais justo com melhores salários e melhores pensões, em vez dos baixos salários e das carreiras e profissões desvalorizadas. Que o País precisa do investimento público, precisa de resolver o problema do acesso à habi¬ação, da creche gratuita, do alargamento da rede do pré-escolar, do SNS e da Escola Pública. Torna-se ainda mais visível que Portugal precisa de combater as privatizações e a corrupção que lhe está associada, assegurar a justiça fiscal, reduzir o IVA para seis por cento na electricidade, telecomunicações, gás natural e de botija. Precisa de apoiar a cultura, a agricultura, as micro, pequenas e médias empresas.
Não é nada disto que o OE nos traz! É rigorosamente o seu contrário o que o Governo PPD/CDS apresenta e o PS viabilizou.
Os trabalhadores e o seu Movimento Sindical de Classe não podem, nem vão baixar os braços. Sabem que é, sempre foi, com a sua luta que o "mundo gira e avança" e não deixarão de fazer bandeira da exigência de justiça, direitos, salários, pensões, acesso à saúde, à educação e à habitação!
Que assim vai ser já está, hoje, bem visível no facto de vos estar a escrever estas linhas, horas antes de terem início as manifestações convocadas pela CGTP-IN para o Porto e para Lisboa, com as ruas do Porto já inundadas por um mar de gente e com as perspetivas de que também assim será em Lisboa.
É pela luta que lá vamos! Façamos Acontecer!
Diogo Júlio Serra
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