UMA BANDEIRA P’RA
PORTALEGRE!
“Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade!”
Portalegre
não precisa de bandeiras. Errado!
Nos
últimos tempos, erradamente penso, a discussão politica em Portalegre tem vindo
a centrar-se à volta de questões sempre escorregadias como o são as questões da
estética e do gosto e, à boa maneira lagóia, sempre ao sabor de modas impostas
por “influencers” mais ou menos modernaças ou, foi agora o caso, por mensagens
fabricadas por quem (deliberadamente ou não) vai trocando a nobre função do
jornalismo pela opinião pessoal e não fundamentada ou, bem pior, pela
“comunicação” de encomenda.
Desta
forma, porque partindo de premissas falsas, muito dificilmente a conclusão
poderia ser correcta.
Assim,
quer a conclusão de que uma rotunda, um pau ou mastro com ou sem bandeira, são
fundamentais e por isso justificam, quer a falta de discussão, quer os
avultados recursos, é fundamental para o concelho, quer o seu contrário:
Portalegre não precisa de bandeiras, pecam por não corresponderem à realidade.
Na
verdade, se ´há coisa de que Portalegre (cidade e concelho) carece é de
Bandeiras em que os portalegrenses de nascimento e de opção se revejam e
acreditem, a ponto de as fazerem coisa sua, pela qual vale a pena “brigar”.
Certamente
não será uma qualquer bandeira (por maior simbolismo que encerre) a flutuar no
cimo de um pau ou mastro rico, de quase cem mil euros e cuja importância lhe
advirá de ser palco de discursata em dia de festa e cenário para fotografia
importante para a campanha eleitoral que se aproxima.
Não.
Portalegre (cidade e concelho) precisa de bandeiras que correspondam a
projectos capazes de dar concretização aos desejos e reivindicações que nos
garantam o desenvolvimento e o bem-estar que ansiamos e merecemos. Portalegre
(cidade e concelho) precisa de uma bandeira que corresponda a uma ideia de
futuro: uma estratégia para o desenvolvimento, um projecto em que todos nos
possamos rever e empenhar.
Portalegre
cidade operária precisa de uma estratégia de desenvolvimento que potencie a
cultura operária que desenvolveu e preserva.
O
concelho de Portalegre precisa de uma estratégia de desenvolvimento que consiga
unir os portalegrenses na exigência clara de políticas nacionais de valorização
deste território, de infra-estruturas que potenciem as capacidades endógenas,
em vez de nos prender entre fronteiras construídas, que podem ser (como agora o
são) as auto-estradas que nos tocam, os investimentos ferroviários que por cá
passam mas nada deixam, ou a incapacidade de potenciar a excelência de ensino e
investigação que, as instituições do saber aqui instaladas têm mostrado serem
capaz.
Num
tempo em que se anunciam para o país disponibilidades financeiras
avultadíssimas, acompanhadas da necessidade de serem correcta e rapidamente
utilizadas, é fundamental que as regiões como a nossa, sistematicamente
arredadas dos investimentos públicos e das políticas capazes de atraírem e
manterem o investimento privado, façam ouvir a sua voz e garantam um lugar à
mesa da distribuição e aproveitamento desse “robusto” envelope financeiro.
É
tempo de eleger e levantar bandeiras e desde logo, aquelas que unirão à sua
volta a esmagadora maioria, senão a totalidade dos portalegrenses:
·
A electrificação
total da Linha Ferroviária do Leste e a alteração do traçado que a faça chegar
à cidade de Portalegre e ponha fim ao estrangulamento rodoviário que provoca em
Santa Eulália e a construção de estações na Zona Industrial de Portalegre e em
Elvas junto à intercepção com a Linha Sines/Caia.
·
A finalização do
IC 13 em toda a sua extensão entre Lisboa e Galegos/Marvão.
·
A Ligação em
perfil de auto-estrada entre a A6 e A23 ligando Badajoz a Castelo Branco com
passagem por Portalegre.
·
A concretização
do IP2 em toda a sua extensão com a resolução dos atravessamentos de Estremoz e
Évora e a eliminação dos pontos negros existentes no nosso concelho.
Estas
são bandeiras que importa elevar bem alto. Estas são algumas das necessárias
Bandeiras para Portalegre.
Assumamo-las!
Diogo
Serra