quarta-feira, 4 de novembro de 2020

... É a hora!

 



SE É A DIFICULDADE QUE AGUÇA O ENGENHO…É A HORA!*

A tomada de posse, no passado dia 29 em Coimbra, de Ceia da Silva como Presidente da CCDR Alentejo encerra um período de propaganda e enganos com que o governo central procurou mascarar a sua dificuldade em abrir mão de quaisquer migalhas do seu poder “absolutista”.

Abre-se agora uma nova etapa para a Região Alentejo que, volta a ter na Presidência da CCDR um regionalista confesso, uma personalidade empenhada na promoção e valorização do Alentejo e de cada uma das suas sub-regiões.

Infelizmente, como bem o sabemos, de pouco serve termos um Regionalista a presidir a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento quando esta se mantém como um instrumento das políticas centralistas e ferreamente controlado pelos governos “de Lisboa”. Todavia e apesar disso, o trabalho desenvolvido pelo actual Presidente nas estruturas que presidiu e o seu apego à acção directa fora dos gabinetes, leva-nos a alimentar a esperança de que também ali, lhe seja possível, para nosso bem, “roubar” poder ao poder!

Não vai ser fácil, reconheçamo-lo. A “democracia” acabou no momento da tomada de posse porque, é a legislação que o consagra, nesse momento deixa de estar “ligado” a quem o elegeu – os autarcas do Alentejo – e responde directamente ao governo centralista e centralizador que o pode demitir se e quando o entender.

Posto isto, é tempo de nos virarmos para aquilo que depende de nós.

No nosso distrito e na nossa cidade, o tempo tem que ser agora. Um tempo de trabalharmos, todos, para garantirmos que não vamos continuar arredados do esforço de modernização e de desenvolvimento e poderemos, agora, ver minimizados alguns dos principais constrangimentos com que há muito nos debatemos e cuja parte mais visível, é a constante perda e envelhecimento da nossa população.

As propaladas políticas de desenvolvimento e os envelopes financeiros que as suportam, não podem continuar a passar-nos ao lado. As infraestruturas tantas vezes prometidas e sempre esquecidas não podem repetir-se. A escola de formação da GNR, o empreendimento de fins múltiplos do Pisão, a electrificação total da Linha do Leste e a sua vinda a Portalegre, a modernização e apetrechamento dos hospitais distritais e a construção do Hospital Central do Alentejo e as necessárias vias rodoviárias há muito reclamadas têm que ser conseguidas.

Só assim estaremos em condições de beneficiar dos ventos que apontam para a reindustrialização da Europa, voltando a ter, no distrito e no concelho, a capacidade produtiva capaz de aproveitar a cultura industrial que ainda hoje mantemos.

Para tanto, é fundamental conseguirmos unir esforços de todos os actores locais, fazer da unidade na acção a força que, a distância dos centros do poder e a escassez populacional não nos garante.

É fácil? Claro que não! Mas é possível, assim o queiramos.

Diogo Júlio Serra

* publicado no Jornal Alto Alentejo de 4-11-2020

Sem comentários: