SE
É A DIFICULDADE QUE AGUÇA O ENGENHO…É A HORA!*
A tomada de posse, no passado dia 29 em
Coimbra, de Ceia da Silva como Presidente da CCDR Alentejo encerra um período
de propaganda e enganos com que o governo central procurou mascarar a sua
dificuldade em abrir mão de quaisquer migalhas do seu poder “absolutista”.
Abre-se agora uma nova etapa para a Região
Alentejo que, volta a ter na Presidência da CCDR um regionalista confesso, uma
personalidade empenhada na promoção e valorização do Alentejo e de cada uma das
suas sub-regiões.
Infelizmente, como bem o sabemos, de
pouco serve termos um Regionalista a presidir a Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento quando esta se mantém como um instrumento das políticas centralistas
e ferreamente controlado pelos governos “de Lisboa”. Todavia e apesar disso, o
trabalho desenvolvido pelo actual Presidente nas estruturas que presidiu e o
seu apego à acção directa fora dos gabinetes, leva-nos a alimentar a esperança
de que também ali, lhe seja possível, para nosso bem, “roubar” poder ao poder!
Não vai ser fácil, reconheçamo-lo. A
“democracia” acabou no momento da tomada de posse porque, é a legislação que o
consagra, nesse momento deixa de estar “ligado” a quem o elegeu – os autarcas
do Alentejo – e responde directamente ao governo centralista e centralizador
que o pode demitir se e quando o entender.
Posto isto, é tempo de nos virarmos para
aquilo que depende de nós.
No nosso distrito e na nossa cidade, o
tempo tem que ser agora. Um tempo de trabalharmos, todos, para garantirmos que
não vamos continuar arredados do esforço de modernização e de desenvolvimento e
poderemos, agora, ver minimizados alguns dos principais constrangimentos com
que há muito nos debatemos e cuja parte mais visível, é a constante perda e
envelhecimento da nossa população.
As propaladas políticas de
desenvolvimento e os envelopes financeiros que as suportam, não podem continuar
a passar-nos ao lado. As infraestruturas tantas vezes prometidas e sempre
esquecidas não podem repetir-se. A escola de formação da GNR, o empreendimento
de fins múltiplos do Pisão, a electrificação total da Linha do Leste e a sua
vinda a Portalegre, a modernização e apetrechamento dos hospitais distritais e
a construção do Hospital Central do Alentejo e as necessárias vias rodoviárias
há muito reclamadas têm que ser conseguidas.
Só assim estaremos em condições de
beneficiar dos ventos que apontam para a reindustrialização da Europa, voltando
a ter, no distrito e no concelho, a capacidade produtiva capaz de aproveitar a
cultura industrial que ainda hoje mantemos.
Para tanto, é fundamental conseguirmos
unir esforços de todos os actores locais, fazer da unidade na acção a força que,
a distância dos centros do poder e a escassez populacional não nos garante.
É fácil? Claro que não! Mas é possível,
assim o queiramos.
Diogo Júlio Serra
* publicado no Jornal Alto Alentejo de 4-11-2020
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