ACREDITEMOS!
Com a contagem e
publicação dos resultados da votação dos portugueses residentes fora de
Portugal está terminada a eleição para a Assembleia da Republica, faltando
apenas a “construção” e tomada de posse do governo que resulta da nova
composição parlamentar.
O Partido Socialista
reforçou as suas posições e foi com naturalidade que assistimos à indigitação
de António Costa como primeiro-ministro e recebemos o anúncio das
personalidades que irão formar o próximo governo. Naturalidade que se estende
às posições de algumas dessas personalidades e do próprio primeiro-ministro
quando em causa estão as politicas para o interior, sejam no que se refere aos
anseios da Ministra dita da Coesão seja na forma “esquisita” de estender os 2%
que dizem ser para a Cultura aos agentes culturais do Alentejo.
No que ao nosso
distrito se refere constatámos o reforço das posições do Partido Socialista que
saiu vencedor em 14 dos 15 concelhos e elegeu os dois únicos deputados em
disputa.
Também aqui o
Partido Socialista acabou por recolher os louros duma governação suportada à
esquerda sem pagar qualquer custo pelas derivas à direita (como no caso da
legislação laboral) ou pela prática de cativações sucessivas que funcionavam na
prática como desinvestimento cego.
Independentemente
das razões, dos méritos e deméritos o Povo falou – está falado!
Agora é hora de procurarmos
encontrar os caminhos capazes de travar e inverter o trajecto que nos conduziu
à situação actual. Caminho só possível se conseguirmos perceber que o diminuto
peso eleitoral só poderá ser ultrapassado pela força da unidade na acção e esta
só será conseguida se soubermos definir objectivos claros e capazes de, à sua
volta, consensualizarmos vontades.
Sempre defendi que
num distrito como o nosso onde em cada dia que passa vimos alargar o fosso que
nos separa mesmo da outras sub-regiões alentejanas, é absolutamente necessário
encontrar “bandeiras” que nos permitam caminhar juntos se não na totalidade do
caminho pelo menos, nos principais dos seus troços.
Aos deputados
eleitos, aos candidatos não eleitos, às diferentes forças partidárias, sociais
e económicas exige-se agora que orientem a sua acção para travar e inverter a
caminhada para o desaparecimento.
A viragem necessária
não será conseguida se continuarmos, todos, satisfeitos com os nossos
resultados e os do nosso grupo e a trabalharmos não para o bem do território
que é o nosso mas para obstaculizarmos o caminho dos nossos adversários. Esse
tem sido o caminho que nos conduziu até aqui.
O caminho tem que
ser outro. Um caminho onde alguns, os que tem responsabilidades acrescidas por
serem poder, não podem continuar a fazer-se notar pela falta de comparência e
os outros a satisfazem-se só por demonstrarem que eles “estão lá!” mesmo que
dessa postura não se consiga tirar nada!
O caminho que urge
construir e percorrer impõe que cada grupo consiga separar os interesses do seu
grupo e da nossa região se, nalgum momento, eles forem contraditórios e mais,
que os deputados e outros eleitos possam afirmar-se como porta-vozes dos
interesses e aspirações da região que os elege em vez de “megafones” do partido
ou do governo.
É um caminho novo.
Terá muitos escolhos a vencer mas tem que ser percorrido… Por todos!
Diogo Júlio Serra