AS LIDERANÇAS
NÃO SE COMPRAM NEM SE DÃO. CONQUISTAM-SE!
A última Assembleia Municipal de 2019 (extraordinária) não trouxe nada
de novo.
Convocada a solicitação do Executivo Municipal para permitir, em tempo
útil, discutir e votar novas propostas de política fiscal do município uma vez
que na Assembleia anterior estas tinham sido retiradas, uma, e recusada a
outra, a que se juntariam o Orçamento e GOPs para 2019.
Esperava-se que o Executivo Municipal e em particular a sua Presidente
tivessem feito o “trabalho de casa” e procurado aproximar as posições expressas
na última Assembleia de forma a garantirem a aprovação dos documentos então
recusados mas com a abertura suficiente de todas as bancadas para que os mesmos
voltassem a ser discutidos ainda em 2018.
Não o fez! Mais uma vez a arrogância da maioria CLIP se sobrepôs ao que
era necessário. A Presidente da Câmara optou por um simulacro de consenso com
forças politicas representadas na vereação do qual excluiu a CDU, acenando-lhes
com “coisa nenhuma” ao mesmo tempo que na comunicação social fazia o que melhor
sabe: vitimar-se e acusar as outras forças politicas de serem responsáveis pelo
resultado da sua própria incapacidade.
Em causa a proposta de participação variável no imposto sobre Rendimento
das Pessoas Singulares (IRS) de 2019.
A Maioria CLIP/PSD sabedora de que a CDU é contrária à alienação de
partes dos orçamentos municipais para acudir a obrigações que ao Poder Central
dizem respeito e que na anterior Assembleia e na Câmara votara contra porque
havia uma gritante desigualdade no tratamento aos trabalhadores e às empresas,
em vez de procurar encontrar pontos de encontro com a CDU cedeu aos “ódiozinhos
de estimação” da Sra. Presidente e apostou, mais uma vez, na marginalização da
CDU.
O resultado é conhecido: A proposta que a Presidente apresentou em reunião
de Câmara recolheu apenas o seu próprio voto tendo sido aprovada a proposta que
“retira” 600 mil euros ao Orçamento do Município para 2020 para serem
devolvidos aos portalegrenses que pagam IRS.
Em declarações de voto finais a CLIP lamentava-se deste “rombo” nos
cofres municipais enquanto a oposição declarava ter mais confiança no conjunto
dos portalegrenses que no Executivo Municipal, na gestão desses 600 mil euros.
Não sei quais terão razão mas não tenho quaisquer dúvidas de que se o Executiva
Municipal e a sua presidente gerissem esse milhares de euros da forma como
geriram a discussão deste dossier, eles estarão muito melhor nos bolsos dos
portalegrenses.
Diogo Serra
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