Devolver a cidade aos
portalegrenses.
A
zona histórica da nossa cidade apresenta, como bem sabemos, graves debilidades
no que à conservação e à segurança respeitam.
O
edifício encostado à Direcção Regional de Finanças e que já foi sede distrital
do Banco de Portugal é um dos casos mais visíveis da degradação que atinge
vários edifícios da cidade, na sua maioria propriedade do município.
João
Trindade, jornalista e cidadão empenhado na defesa da cidade, numa curta nota
publicada neste jornal mostrava a sua indignação face ao estado a que chegou
aquele edifício situado no Largo da Fonte da Boneca e que foi desde 1905 a sede
de uma das mais emblemáticas associações da cidade: A Sociedade União Operária,
a primeira associação não mutualista que nasceu ainda no século XIX na cidade
operária de então e que organizou as primeiras comemorações do 1º de Maio em
Portalegre.
Não
se limita, todavia, a mostrar-nos a sua indignação. Na nota publicada avança
com propostas para solucionar aquela degradante situação: recuperar o edifício
e instalar ali a sede social do CCD dos trabalhadores do município.
Compartilho
as preocupações e a proposta apresentada que a serem aceites resolver-nos-ia
diversos problemas:
- Colocaria
um ponto final àquela imagem degradante que há anos se nos impõe e que desqualifica
um dos largos mais bonitos da nossa zona histórica ao conflituar com edifícios
de grande interesse arquitectónico como o são o Palácio Barahona e as janelas
manuelinas do Palácio de D. Nuno de Sousa;
-
Resolveria, e bem, a justíssima reivindicação dos trabalhadores do município e
do CCD que aspiram e merecem ter um espaço condigno e estável para as suas
actividades.
- Permitiria
ao Executivo Municipal e à cidade a necessária demolição do edifício em ruínas
colado à Barbacã e onde, dizem-nos que por distração o Executivo decidiu
instalar o CCD dos trabalhadores do município.
-
Contribuiria para o urgente reanimar da zona histórica e em particular o eixo
Praça da República/Rua do Comércio.
É
consensual que a gestão do município não pode, nem deve, ser concretizada à
peça, ou pelo que se diz e escreve na comunicação ou nas redes sociais, mas
também deveria, penso, obter o mesmo consenso a necessidade do Executivo
“ouvir” para além das paredes do Convento de S. Bartolomeu.
Esperemos!
Publicado no Jornal Alto Alentejo de 28-11-2018
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