As
desilusões são sempre proporcionais às expetativas…
caminante, no
hay camino,
se hace camino al andar.
se hace camino al andar.
Passo a passo, devagarinho.
Fazemos caminho.
Sempre assim tem sido neste
Alentejo que muitos teimam em fingir que não existe. E, pasme-se, entre estes
muitos alentejanos.
Só a teimosia (agora
chama-se resiliência) deste povo tem permitido atingir alguns objetivos que não
deviam sequer ser questionados.
Foi assim com Alqueva. Está
a ser assim com as estradas que não chegam, com os comboios que nos fogem, com
o Aeroporto que está lá mas parece que não existe e também, durante décadas com
a barragem do Pisão.
Passo a passo, devagarinho,
fizemos caminho e hoje, de novo, parece não haver ninguém com coragem para contestar
a justeza da nossa exigência e todos no distrito e no país se apressam a tomar
posição em defesa desta obra que, sabemo-lo alguns, justificou plenamente a
persistência de quantos fizeram da sua concretização bandeira e por ela se
bateram e batem.
Agora é que é, agora é que é!
Esta a convicção que extravasa de reuniões e
tomadas de posição partidárias, dos gabinetes ministeriais que sistematicamente
a prometeram e esqueceram tais promessas, de autarcas que sempre por ela se
bateram e dos outros que dela se alheavam ou a combatiam.
Começo a acreditar que agora é que é, agora é que
é! Porque constato que os do costume sentem já a necessidade de se posicionarem
visíveis na linha da partida e em muitas setores regionais “Ser pelo Pisão”
virou moda e afirmá-lo é “quase obrigação”.
E isto é mau? Claro que não!
Hajam bandeiras que possam ser empunhadas por
todos!
Venham os apoios necessários para dotarmos o
distrito e o país com infraestruturas fundamentais para o desenvolvimento que o
Alentejo merece e o país necessita.
Só não precisamos que se somem promessas e juras
e o resultado não seja diferente do que o conseguido até aqui.
Até porque não foi por falta de estudos ou de
promessas que o Empreendimento do Pisão não foi concretizado!
Poderão impor-nos, de novo, “Fazermos marcha à
ré” mas o caminho continuará a fazer-se e agora com muitos mais caminhantes.
Diogo Serra
Publicado no Alto Alentejo de 26-09-18