A Festa e
o(s) Preconceito(s)
A Quinta da Atalaia voltará a ser, já no primeiro
fim de semana de Setembro, a capital da alegria, da cultura e de quantos
desejam e lutam por um Portugal melhor.
Naquela que é desde há 42 anos a maior manifestação
cultural e política do nosso país, os muitos milhares de portugueses,
comunistas e não comunistas, voltarão a poder encontrar-se, debater as
propostas e anseios dos comunistas, alimentar o corpo e a alma e, sobretudo,
preparar-se para mais um ano de intensa actividade cidadã na construção do
Portugal que merecemos e de que não desistimos.
Naquele imenso espaço onde a liberdade e o respeito
pelo pensamento de cada um e de cada grupo se tornou desde o início condutor e
onde cada um dos que a constrói ou visita consegue percepcionar a sociedade que
os seus construtores propõem, é possível a todo um país experienciar o futuro.
Á pergunta que Ary dos Santos colocou e respondeu (Quem
tem medo do comunismo?) respondem anualmente quer os milhares de portugueses
que na Festa se empenham e integram mas, também, os grupelhos e
“personalidades” que anualmente procuram inventar factos passíveis de a
menorizar.
E as tentativas repetem-se com a conivência de
alguma comunicação social, sejam os meios tradicionais, sejam as redes sociais
onde como bem sabemos e a abundância de perfis falsos no-lo vem
sistematicamente provar.
Se revisitarmos o que anualmente é “dito da Festa”
pelos seus detratores e que, quase sempre, consegue algum acolhimento nos órgão
de comunicação propriedade dos grupos económicos a quem a obsessão pelo lucro
há muito suplantou os rasgos de democracia e liberdade com que alguns se
iniciaram ou gostavam de se afirmar veremos que as palavras/acusações mudam mas
o objectivo se mantem.
Já houve de fudo. Que a Festa e o partido que a põe
de pé, não cumprem as regras de higiene e segurança, que na festa não se passam
recibos e, portanto se “foge ao fisco”, que no recinto da festa havia polícia
própria e se exercia violência sobre visitantes, que a Festa era apoiada pelo
BES, que a Festa era esconderijo e base dos “perigosos terroristas” da América
Latina, blá, blá, blá, blá…
Este ano o tema é a censura à venda de determinados
títulos.
A veracidade do caso e os objectivos de quem o
divulga não são diferentes dos outros “casos” dos anos anteriores: procurar
minar o prestígio que este acontecimento construiu e mantem, procurar jogar com
o preconceito anti-comunista que ainda existe e lançar a suspeita junto de quem
lá não vai ou foi.
Nem valerá a pena, desta vez como noutras,
chamar-lhes a atenção para as notas do PCP que explicam quem organiza e com que
critérios a “Festa do Livro”. Sabemos que não é a falta de informação que os
move.
Como em cada um dos outros anos o melhor desmentido
será dado pelos muitos milhares de democratas, comunistas ou não, que de novo
irão passar pela Quinta da Atalaia, para afirmar a nossa cultura para usufruir
daquele espaço de liberdade, alegria e de convicções de que no Mundo, no País e
no nosso território a voz e a acção dos que lutam valem sempre a pena.
E este ano, de novo, vão ser muitos, também da
nossa cidade e distrito, os que lá irão estar a trabalhar, a actuar, a
usufruir!
Conforme ouvi no encerramento de uma Festa do
Avante…
A Festa é um símbolo vivo
E temos Festa outra vez
Porque temos um Partido
Comunista e Português!
Diogo Júlio Serra
(publicado no jornal Alto Alentejo de 29-8-18)