Passo a passo construímos o caminho!*
No passado dia 2 de Abril Campo Maior foi a
capital do Povo Alentejano. No Centro da Ciência e do Café, prova viva da
capacidade dos alentejanos, o 1º Fórum do AMAlentejo fazia um ponto de situação
do trabalho desenvolvido desde que, em Abril de 2015 se constituiu como um
movimento democrático e plural pelo desenvolvimento do Alentejo e pelo
bem-estar de todos os que o amam e nele querem viver.
A Comissão Promotora então constituída era e
é o espelho dessa vontade.
A 2 de Abril de 2016 o AMAlentejo reuniu em Troia
o seu primeiro Congresso e ali, decidiu meter ombros à tarefa, difícil mas
aliciante, de travar o caminho que tem levado o Alentejo e todo o interior a
envelhecer e a desertificar-se, com a sua economia estagnada, os serviços
públicos cada vez mais concentrados sem que daí resultem quaisquer benefícios
para os que vivem no Alentejo.
Os mais de 400 congressistas de Troia
assumiram ser imperativo mudar de rumo e proclamaram a necessidade de dar mais
força ao Poder Local, no quadro da organização administrativa do Estado, ao
invés de se persistir em pôr em causa a sua autonomia e independência.
Como ali se afirmou, é tempo da Região ser
administrada pelos que amam e vivem no Alentejo.
Para tanto foi decidida a criação da
Comunidade Regional do Alentejo e desenhada uma iniciativa cidadã capaz de
levar a Assembleia da Republica a discutir o projeto de lei para a sua
constituição.
A necessidade de recolher dezenas de milhares
de assinaturas de cidadãos eleitores não só não amedrontou os congressistas
como estimulou a sua vontade.
Passado um ano o Fórum de Campo Maior
reconhecia o acerto da decisão e anunciava que já estavam recolhidas mais de 10
mil assinaturas das 35 mil necessárias para levar esta importante iniciativa à
Assembleia da República.
Mas os alentejanos e alentejanas reunidos em Campo Maior não se
ficaram pela constatação do trabalho realizado. A Proclamação aprovada por
unanimidade pelos participantes do Fórum reafirma o AMAlentejo como espaço de reflexão e ação
sobre as grandes questões do Alentejo e um instrumento de afirmação da vontade
e querer de todas e todos os que amam o Alentejo e aspiram ao seu
desenvolvimento económico, social, cultural e à sua preservação ambiental.
Afirmando-se de
todas e todos os que valorizam, defendem e desejam aprofundar e reforçar o
Poder Local que já temos- Municípios e Freguesias - e ambicionam UM PODER
REGIONAL DEMOCRÁTICO, PARTICIPADO, REPRESENTATIVO, PLURAL,
TRANSPARENTE,
CONSENSUA-LIZADOR E CONGREGADOR, apresenta entre outras propostas a realização do 2º
Congresso, em 2018, em Castelo de Vide e a continuação da luta por um Poder
Regional onde o Poder Local tenha um efetivo poder de representação e decisão,
até à criação e instituição das Regiões Administrativas, com os seus órgãos
eleitos democraticamente pelo voto direto das populações, como determina a
Constituição da República.
É insuficiente
face aos grandes problemas com que a região se debate? É! Mas foi mais um passo
e como diz o poeta “o caminho faz-se caminhando”.
Diogo Serra
Publicado no Jornal Alto Alentejo de 12/4/2017
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