NÂO GOSTAM? TEMOS PENA!
Numa acção bem orquestrada os
diversos “opinadores” da direita politica e dos negócios afadigam-se em
fazer-nos acreditar que os trabalhadores e os seus sindicatos estão rendidos ao
que apelidam de “geringonça” e, por isso, acabaram as greves e outras acções de
luta!
Fazem-no, não para valorar as
políticas de travagem do esbulho e roubo aos trabalhadores e ao país mas para
nos “venderem a ideia de que os sindicatos são feudos dos partidos de esquerda,
particularmente o PCP, e são estes quem define a agenda política dos sindicatos
e dos trabalhadores.
A seu reboque, por deliberada
intenção ou por falta de cuidado, são vários os meios de comunicação e
jornalistas que publicam estas estórias como se de verdades se tratassem.
A nossa região não fica de fora
dessa cabala e, nos órgãos de informação ou nas redes sociais são vários os
jornalistas que embarcam nessa “cantiga”.
Todavia, trata-se de uma posição não
apenas mentirosa mas de um cinismo sem vergonha.
É mentirosa, como bem sabem os
“opinadores” e os seus mandantes, porque o movimento sindical de classe nunca
foi nem é “pau-mandado” de ninguém. É mentirosa porque como, os mesmos, bem sabem,
nos últimos tempos foi necessário dar continuidade à luta para garantir e conquistar
direitos.
Por todo o país, e também no nosso
distrito, os trabalhadores reconhecem e saúdam que o governo saído da vontade
expressa nas urnas e corporizada na Assembleia da Republica, tem vindo a travar
e inverter as políticas de empobrecimento e roubo definidas e aplicadas pelas
diferentes troicas.
Todavia nunca deixaram de afirmar
que é necessário ir mais longe na reposição de salários e de direitos e no
desmantelar das negociatas e das intenções com que o governo PPD/CDS colocou
nas mãos do capital empresas e sectores importantes para a recuperação
económica do país e preparava o desmantelamento de serviços públicos
fundamentais para darmos corpo à democracia que conquistámos.
Não se ficaram pela retórica. No
país e no distrito os trabalhadores têm estado empenhados em vastas e
importantes lutas. Os trabalhadores não deixaram de lutar, também no nosso
distrito, mesmo quando os órgãos de informação não veem, não ouvem, não
publicam!
Só nos dois últimos meses estiveram
em luta, cumprindo greves ou vindo à rua, os trabalhadores dos refeitórios e
bares nos hospitais Distritais de Portalegre e Elvas (greve), os enfermeiros
(greve), os professores (ações em tribunal ), os dirigentes a ativistas da USNA
em defesa do transporte ferroviário, (manifestações na estação da CP em
Portalegre) e estão convocadas greves dos trabalhadores da Valnorte , dia 31,
dos trabalhadores da EUREST nos Hospitais de Portalegre e Elvas, dia 1 de
Novembro e, dia 18 de Novembro, Manifestação
Nacional da Função Publica.
Mas estas posições são igualmente
dum enorme cinismo porque partem dos sectores que até há pouco acusavam os
sindicatos de procurarem destruir o país com as suas lutas, apelidavam de não
patriotas cada um e cada uma que usava reclamar os seus direitos, acusavam
a FENPROF de mandar no Ministério da
Educação e juravam serem impossíveis quaisquer politicas que divergissem das
que impunham o esbulho aos trabalhadores e ao país.
Infelizmente para eles
(escrevinhadores e particularmente os seus mandantes) a verdade é bem diferente
dos sonhos que teimam em manter: são os trabalhadores e o seu movimento sindical
quem define a sua agenda politica: as exigências e reivindicações, os aplausos
e as críticas e, as formas como estas revestirão.
Não gostam? Temos pena!
Diogo Júlio Serra