Alentejo - um Povo, uma Cultura, uma Região.
Diogo Serra*
Tróia acolherá no próximo dia 2
de Abril o Congresso dos Alentejanos, agrupados no AMALENTEJO.
Não são, local e data, escolhas
de mero acaso.
O local é a parte do território alentejano
mais próximo “do lugar onde tudo se decide” e, coincidência ou não, foi
igualmente em Tróia que teve lugar a primeira tentativa de construção de uma
alternativa ao poder absoluto do governo centralista. Quanto à data ela tem a
ver com a manifestada intenção dos organizadores de assinalarem o 40º
aniversário da Constituição da Republica Portuguesa e de homenagearem o Poder
Local Democrático.
Igualmente importante a escolha
desta data quando uma das exigências a levar ao Congresso será o cumprimento do
disposto Constitucional no que se refere ao Poder Local – instituindo o
terceiro pilar desse poder – as Regiões Administrativas.
O Congresso que se quer ponto
de partida para uma intervenção cidadã que pela força do razão e da unidade dos
alentejanos e alentejanas, consiga dotar a região com as ferramentas e as
vontades capazes de alterar o caminho de paralisia económica e desmotivação
social para onde as politicas centralistas nos têm empurrado é o culminar de
uma caminhada de um ano, feita em conjunto por um significativo número de
alentejanos e alentejanas que tem como denominador comum o seu amor ao
Alentejo.
Fruto dessa vontade o
AMALENTEJO conta já com quase uma
centena de adesões coletivas formalizadas entre as quais as quatro
Comunidades Intermunicipais Alentejanas e dezenas de Municípios de todo o
Alentejo, nuns casos através da adesão das Câmaras Municipais noutros através
da adesão das Assembleias Municipais.
São igualmente em número
crescente as Juntas de Freguesia
Mas
não são apenas autarquias. O AMALENTEJO conta já, igualmente, com a adesão de
importantes estruturas sindicais
como as Uniões Sindicais do Distrito de Beja, Évora e Portalegre, da UGT de
Beja, do Sindicato dos Professores da Zona Sul e da Direcção Regional do
Alentejo do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
O Instituto Politécnico de
Beja, Casa do Alentejo, Associação de Defesa do Património de Mértola - ADPM, o
Diário do Alentejo, o Núcleo de Beja da CPPME (Confederação Portuguesa das
Pequenas e Médias Empresas), a Cooperativa Cultural Alentejana e a Associação
de Municípios para a Gestão da Água Publica no Alentejo constam igualmente
entre as adesões coletivas registadas.
A juntar às adesões de
entidades as cerca de 300 adesões
individuais já registadas.
De grande significado político
o facto da adesão das instituições
aderentes, ter sido, excepto num caso, aprovada
por unanimidade ou sem votos contra. Tal revela o largo consenso
existente na sociedade alentejana quanto à necessidade de defender, valorizar e
aprofundar o Poder Local Democrático que já temos – Freguesias e Municípios, a
consciência do seu importante papel para a melhoria da qualidade de vida das
populações e do seu inegável contributo para a criação das condições básicas
para o desenvolvimento económico, social e cultural do Alentejo.
Revela também uma profunda
compreensão quanto à importância e necessidade da existência de um Poder
Regional Democrático, Plural, Representativo e Transparente que substitua com
vantagem e sem aumento dos custos, o poder regional existente que não passa de
uma extensão da Administração Central.
O Distrito de Portalegre não
tem estado de fora deste movimento. A prova-lo a presença de onze personalidades
na Comissão Promotora e a adesão confirmada de significativas instituições com
sede no distrito quer no seio do AMALENTEJO, quer no Congresso de Tróia.
* membro da Comissão Promotora do AMAlentejo
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