quinta-feira, 10 de setembro de 2015

É a Hora!



É a hora! 
   

    Terminado o período em que Portalegre "fecha para férias" era expectável que a cidade mostrasse algum dinamismo.
   Porque os poucos que fazem férias fora de casa já retornaram, porque se iniciaram as matrículas nas diferentes escolas do IPP - Instituto Politécnico de Portalegre e este ano há mais de duas centenas e meia de caloiros admitidos, porque também as escolas do ensino não superior começam a preparar o novo ano lectivo, porque se iniciou uma nova campanha eleitoral, muitos acreditávamos nessa possibilidade.
   Não é assim. A cidade, e o concelho, continuam a arrastar-se sem motivação e sem esperança.
   Claro que vamos assinalar a Feira das Cebolas, que diferentes atores locais procuram pôr em movimento esta massa amorfa e indiferente em que se transformou a nossa gente mas a verdade é que tudo isso não chega para levar a cidade, e o concelho, a alterarem a postura comatosa a que se remeteu já há muito.
   Neste Setembro em que os elvense assinalarão mais um ano do "seu" S. Mateus e Arronches prepara um evento que lhes permita assinalar as cortes realizadas naquela vila. Quando Marvão assinala com dignidade mais um dia do concelho e a Fundação Robinson voltará a marcar o nascimento de George Robinson, o município de Portalegre repõe a Feira das Cebolas e apresenta um programa de animação interessante. No concelho, como no distrito há movimentações mas, nada é suficiente para retirar as gentes lagóias da hibernação a que há muito se remeteu.
   Os mais cépticos dirão que as festarolas são apenas  fogachos para fazerem esquecer a situação (péssima) a que chegamos. Não deixam de ter alguma razão. Tanto mais que é sabido o risco de o município ter que recorrer às "pequenas tróicas" que a troco "de uns trocos" não deixarão de impôr novas obrigações aos portalegrenses. 
   Mas então não há caminhos diferentes dos que temos vindo a percorrer?
   Numa cidade e num concelho que, dizemos/dizem, não tem governo local e está há muito abandonado pelo poder central. Que não tem atividade econômica digna desse nome, que tem vindo a ser encerrado fábrica a fábrica, rua a rua, loja a loja, onde a maioria dos residentes/resistentes somo velhos só existe o caminho da rendição?
   Não pode ser! Se não existem poderes com capacidade e vontade, apostemos nos contra-poderes. Expulsemos a indiferença e o "deixa-andar" abandonemos a ação politica de café ou nas redes sociais e empenhemo-nos em ação construtiva e eficaz: façamos nós o que tem que ser feito e não desistamos da nossa cidade, do nosso território, das nossas vidas.
   É agora o tempo certo. Está na hora!

Portalegre,10-09-15
D.J.




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