quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

É preciso que isto mude! Importa construir o futuro!



Salários em atraso, despedimentos, encerramento e deslocação de empresas e serviços, crescimento galopante do desemprego.
Este é o retrato do Norte Alentejano. O resultado das políticas gizadas à distância e aplicadas ao longo de décadas pelos governos que se foram alternando no poder.
Quando recordamos as promessas dos governantes e dos seus representantes no distrito, quando pensamos nos 150 mil postos de trabalho prometidos por Sócrates ou pelos milhares de empregos prometidos pelos candidatos do PS à eleição para o Parlamento, não podemos deixar de nos espantar pela enorme distância entre a retórica e o resultado das políticas aplicadas.
Empresas encerradas, serviços desactivados e deslocalizados, empresários sem soluções face à diminuição da procura, comerciantes “apanhados” pela perda de poder de compra dos norte alentejanos, seis mil desempregados (números do IEFP de Dezembro de 2008), centenas de trabalhadores com salários em atraso.
Durante demasiado tempo empresários, responsáveis políticos e autarcas preferiram “assobiar para o lado” fingindo não ver nem sentir os resultados das políticas de desmantelamento do nosso sector produtivo, do empobrecimento generalizado das nossas gentes, da retirada de direitos aos trabalhadores e de serviços às populações.
Mesmo agora, quando são bem visíveis tais resultados, os deputados do distrito, os dirigentes das estruturas descentralizadas do poder, os responsáveis regionais do partido que suporta o governo, preferem afadigar-se em mostrar-nos as virtualidades do “seu” governo do que na procura de soluções para os problemas existentes.
São os sindicatos quem, de novo, se posiciona como parte da solução. Desta vez apresentando a proposta/reivindicação de uma “nova OID”. Uma intervenção integrada que potencie os investimentos públicos, estimule o investimento privado, crie ânimo e incentive a participação colectiva no encontrar de soluções que permitam a construção de um Distrito desenvolvido e solidário.
Importa que não fiquem, de novo, sozinhos a travar uma luta que é, tem de ser, de todos os norte-alentejanos.


Diogo Serra
publicado no Jornal Alto Alentejo

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