sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

SEJAMOS COERENTES!



Comemorou-se no passado dia 3 em todo o país, o dia Internacional da pessoa com deficiência. Também no Norte Alentejano o dia foi assinalado com um conjunto de iniciativas que tiveram como palco a vila de Arronches e foram presididas pelo Senhor Governador Civil.

É de saudar a disponibilidade de quantos se incorporaram nas comemorações desta data e em particular os cidadãos portadores de deficiência que lutam pelo direito à integração plena na sociedade e em particular pelo direito ao trabalho.

Não podemos todavia deixar de registar com estranheza que no próprio dia em que se assinala o “combate” dos portadores de deficiência pelo direito a verem a sociedade garantir-lhes todos os direitos de cidadania, a CERCI Portalegre não encontre outra solução de viabilidade que não seja atirar para o desemprego 10 trabalhadores entre os quais alguns portadores de deficiência e que ali laboravam sob o estatuto do trabalho protegido.

Mais estranho que o facto de ninguém levantar a voz contra a decisão da CERCI é a posição da Segurança Social e dos representantes do Governo no Distrito face a uma decisão que nega a portadores de deficiência o direito à integração no mercado laboral.

Não se desconhece o facto de a CERCI ser uma instituição privada gerida por familiares e amigos das pessoas com deficiência, como não se desconhece quer o trabalho desenvolvido quer as preocupações dos directores da CERCI, eles próprios profundos conhecedores das barreiras que a deficiência coloca e que é necessário ultrapassar mas, é dificil aceitar que as soluções encontradas para resolver um problema de funcionamento passem por despedimentos que incluem trabalhadores portadores de deficiência.

Nenhum cidadão pode aceitar sem protesto uma tal situação e, parece-me, a melhor maneira de exteriorizar esse protesto é exigir do governo e dos seus representantes no distrito uma intervenção que salvaguarde os direitos destes cidadãos.

É que, não bastam as palavras bonitas. É preciso ser coerente.

Diogo Serra

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