domingo, 30 de novembro de 2008

Um, dois, três, já cá estamos outra vez!


Dia 28 de Novembro uma centena de professores enfrentou um final de dia tempestuoso para reafirmarem na Pr. da Républica a sua determinação em não abicarem do direito a serem avaliados com isenção e a não permitirem a divisão dos docentes.
Numa tribuna improvisada frente ao Governo Civil os dirigentes regionais da Plataforma Sindical anunciaram as escolas e agrupamentos onde a vontade dos professores levou já à suspensão do actual modelo de avaliação e apelaram a uma grande mobilização na preparação da greve já marcada para 3 de Dezembro.
A concentração em Portalegre foi, como as realizadas em Evora e Beja, uma afirmação de vontade em garantir a unidade de todos os docentes e a defesa da escola pública de qualidade.
Os docentes do Norte Alentejano estão a cumprir com o que lhes é exido na defesa dum ensino de qualidade e da dignidade da classe. Compete a cada um de nós enquanto pais,avós, encarregados de educação apoiar a justa luta dos docentes e exigir, também,a suspensão de um modelo de avaliação que destabiliza as escolas e divide os professores.
E se tais objectivos só forem possível sem esta Ministra, que se demita a Ministra.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

"Vitinho... porque non te callas?"


No Boletim Económico de Outono, o Banco de Portugal assinala que cada desempregado passa, em média, quase dois anos sem conseguir novo posto de trabalho.•

A instituição justifica o aumento do desemprego de longa duração com o que considera ser o regime “generoso” da prestação social assegurada pelo Estado.•

O relatório do Banco de Portugal refere ainda que há cada vez mais beneficiários do subsídio de desemprego por causa da recente legislação, que desincentiva a declaração do estatuto de inactivo.
In RTP

Mais uma vez a instituição liderada por Vítor Constâncio vem a público atacar os trabalhadores, neste caso os desempregados.

Vítor Constâncio e a instituição que lidera cada vez mais reconhecidos como incapazes de cumprirem com as suas próprias obrigações não se coíbem de vir a público repreender comportamentos de terceiros ou, como regularmente sucede, virem sugerir a redução dos magros salários dos trabalhadores portugueses.

Talvez fosse tempo de Vítor Constâncio se concentrar nas previsões macro-económicas que geralmente “saem” enganadas e na fiscalização da actividade desenvolvida pela Banca que, como se sabe, não tem sido muito eficaz.

E quanto à generosidade do subsídio de desemprego Vítor Constâncio e a instituição que lidera tem que perceber de uma vez por todos a distância que separa o mundo de mordomias e opulência onde vivem e o viver do comum dos portugueses.

Diogo Serra

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Estão desesperados...



Que a Ministra da Educação havia perdido a capacidade de raciocinar já havíamos percebido. Todavia, ainda pensávamos possível que o Partido Socialista gerisse este "problema" com algum tacto.
Desenganámo-nos.O Partido Socialista não consegue "por mão" no desvario da equipa ministerial e até mesmo alguns dos mais lúcidos e preparados em matéria educativa dão mostras de um profundo desnorte.
É o caso do Ministro Augusto Santos Silva que veio há pouco afirmar a sua solidariedade com a ministra Lurdes Rodrigues e a sua "casmurrice".
Ora se assim é com alguns dos mais bem preparados dirigentes socialistas não temos razões para esperar mais discernimento nas estruturas regionais do PS e em particular do PS/Portalegre.
Por isso mesmo, não nos surpreende o frenesim que atingiu os "boys e girls" do nosso distrito que já se atropelam para apresentar serviço a partir de Portalegre. Usando o espaço "conquistado" na Rádio Local ei-los dia após dia procurando, num momento, denegrir a luta dos professores para logo a seguir os virem aconselhar a não se deixarem manipular pelos "perigosos" sindicatos - braço armado das oposições.
Surpresos ficaremos se os norte alentejanos/as continuarem a confiar politicamente em quem continua surdo e cego aos resultados da governação "direitinha".

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Se essa for a solução... Que não se acabem os ovos!


O Ministério da Educação veio agora alterar a legislação que impunha aos alunos " a proibição de adoecer".
Depois da forte contestação dos alunos que fecharam escolas e afrontaram directamente a equipa ministerial a Ministra vem agora dar a mão à palmatória e alterar por despacho o que impôs como lei.
A Ministra fez marcha atrás quanto ao estatuto do aluno mas não quanto à arrogância que exibe. Apesar de obrigada a reconhecer o óbvio Maria de Lurdes Rodrigues insiste em chamar-lhe uma mera ratificação.
Aliás é essa mesma "casmurrice" que a mantem de olhos e ouvidos fechados face ao protesto dos professores.
Mas, diz o povo, "para grandes males grandes remédios..." e os professores já decidiram e anunciaram novas e importantes acções.
Esperemos que desta vez a Ministra possa ouvi-los e... se esse for o caminho... os ovos não esgotaram!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Mais do mesmo…(ª)




A proposta de Orçamento do Estado para 2009, apresentado (tarde e incompleto) à Assembleia da República pressupõe o continuar das políticas desajustadas e incompatíveis com o desenvolvimento que queremos.
Apesar de propagandeado (eleições obrigam!) como um orçamento de auxílio às PME’s (Pequenas e Médias Empresas) e às famílias, as medidas nele consagradas continuam quer as politicas de aprofundamento das desigualdades entre cidadãos e entre regiões, quer as mentiras destinadas a permitirem a diminuição de salários e o aumento dos lucros do capital.

Dois exemplos:

1-O governo anuncia aumentos para a Função Pública que, é o próprio governo a confirmá-lo, tem perdido poder de compra nos últimos onze anos e orçamenta aumentos de 2,9%.
Até aqui tudo bem. Só que… a previsão que o governo faz para a inflação prevista (2,2%) é tão viável como a que tem vindo a apresentar nos anos anteriores e que para 2008 era, recorde-se, de 2,1% quando, de facto, é de 2,9%.
A manterem-se as debilidades de previsão dos governantes, tudo aponta nesse sentido, os funcionários públicos não só verão recusada qualquer melhoria como continuarão a terem diminuído o seu poder de compra.

2- O Governo anuncia como apoio às famílias uma redução no IRS quando a prática nos diz que os trabalhadores vão pagar mais imposto e apresenta como estrela dos apoios a possibilidade das famílias em dificuldades não ficarem sem um tecto.
Para as famílias que não conseguirem continuar a pagar os custos usurários dos empréstimos da casa, cria-se a possibilidade de poderem entregá-las a um fundo imobiliário, passarem a pagar renda e depois, se tiverem condições, poderem exercer o direito de opção de compra.
É certo que isso poderá garantir a alguns que não sejam os bancos a ficarem-lhes com a casa mas mesmo aqui está presente a postura de classe do governo: para os bancos a garantia do Estado Fiador, para as famílias apenas o Governo “Senhorio”…
Entretanto através do Ministro das Finanças volta a promessa de criação dos 150 mil postos de trabalho. Este afirma mesmo, que o Governo já criou nos últimos três anos cerca de 100 mil postos de trabalho.
Confesso que desta contabilidade apenas consigo “encontrar” os mais de 50 mil funcionários públicos que o próprio ministro disse terem sido “despedidos”, mais os trabalhadores da Jonhson Control’s que perderam o emprego, mais os da Fino’s que faliu, mais os da Quinta da Saúde que foi desactivada, mais…. mais… mais….
Todavia admito ser culpa minha o não vislumbrar esses empregos e acredito na sua existência. Aliás, como muitos portugueses, não preciso sair de casa para encontrar quem, sozinho, é dono de pelo menos três desses “novos empregos: quatro horas no call center, duas horas na reposição de um supermercado duas horas no enriquecimento curricular…
São estes? Se são, possivelmente já se ultrapassou o prometido.


Diogo Júlio Serra
(ª) Publicado no Jornal Alto Alentejo
em 12/11/08

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Não há pior cego...



Mais de 120 mil professores, entre os quais meio milhar do nosso distrito, levaram no passado sábado a Lisboa, o profundo descontentamento dos professores face às politicas e ao autismo do Ministério da Educação.

No mesmo dia no nosso distrito, na vila de Nisa, o Partido Socialista realizava o seu Congresso Regional com muito poucos professores como delegados e alguns que lá estavam não escondiam o desejo de saber como estava a decorrer a Manifestação em Lisboa.

Souberam depois, como todo o país, que quase dois terços de toda a classe docente se manifestou em Lisboa.

Quer a ministra Rodrigues quer o chefe do governo Sr. Sousa apressaram-se a tentar desvalorizar a dimensão do protesto. A primeira reafirmando que nada há para mudar e o segundo, mais precavido, a dizer que afinal os sindicatos dos professores são movidos por interesses eleitoralistas.

Esta foi a linha de defesa delineada pelo Governo e por isso não é de admirar que um dos mais "mexidos" dos jovens socialistas de Portalegre se tenha sentido na obrigação de utilizar o espaço que a rádio portalegre lhe disponibiliza para fazer eco do discurso oficial do seu governo.

Por isso "este cidadão informado" vê na manifestação dos professores não a prova do descontentamento do sector face às malfeitorias do Ministério mas, como o seu primeiro, a expressão eleitoralista de uns quantos que "manietam" os professores.

Como diz o nosso povo, NÃO HÁ PIOR CEGO QUE AQUELE QUE NÃO QUER VER!

sábado, 8 de novembro de 2008

Foram muitos...muitos mil



Mais de 120 mil professores voltaram à rua exigindo novas politicas para o ensino que respeitem a comunidade educativa e deixem os trabalhadores desempenharem cabalmente o seu papel - SER PROFESSOR.

Se dúvidas ainda persistissem sobre o divórcio existente entre a Ministra e os Professores, o dia de hoje e a (segunda) espantosa manifestação da classe docente tornaram a por na ordem do dia a necessidadse de pacificação das escolas mesmo que isso implique a saída da ministra.

Ao grito que encheu a cidade de Lisboa "DEIXEM-NOS SER PROFESSORES" ninguém pode ficar indiferente, muito menos quem tem obrigação de o escutar. Percebe senhor Primeiro Ministro?

É bom que perceba porque os professores já decidiram que novas acções irão ser desenvolvidas e, viu-se hoje mais uma vez, têm bons argumentos.
Diogo Serra

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Por um Alentejo com Futuro!

Emprego e desemprego um problema de “sempre”.     O emprego, mais particularmente o desemprego, esteve sempre presente na lista das preocupações dos alentejanos e das alentejanas. Primeiro a exploração latifundista da terra impunha vastos períodos de desemprego e impedia a instalação de unidades industriais na região, agora a errada política de ordenamento do território que teima em manter o litoral excessivamente povoado à custa da desertificação e envelhecimento do interior.      É assim no todo nacional e é igualmente assim no Alentejo. Resultante da aplicação das erradas politicas que desvalorizam o trabalho e retiram ao interior tecido produtivo e pessoas, a Região continua a deter altas taxas de desemprego que, com excepção do curto período de tempo em que os trabalhadores tiveram nas suas mãos a posse e gestão da terra, se mantém à volta das três dezenas de milhar.     No Alentejo temos bem presente que o desemprego só se combate com a criação de mais emprego e só é possível criar emprego com políticas que assumam a valorização do trabalho em vez de valorizarem e apoiarem a especulação e, no caso particular da região se o “estado patrão” se assumir como parte da solução em vez de, como agora o é, ser parte, do problema. A qualidade do emprego, os salários e pensões.     O actual governo tem vindo a desenvolver um discurso de modernidade, valorização dos recursos e maior competitividade cuja expressão mais emblemática pode ser encontrada nos Planos Tecnológico e da Novas Oportunidades. Infelizmente é enorme a distância entre o discurso e a acção.     Ao contrário do discurso, o que temos são as medidas legislativas para reduzir os custos do trabalho à custa dos direitos dos trabalhadores, seja pela via da destruição da contratação colectiva, da legalização da precariedade do emprego e da flexibilização dos horários de trabalho que, por artimanhas como o chamado banco de horas, podem atingir as 60 horas semanais sem pagamento do trabalho suplementar.     Para os trabalhadores e trabalhadoras e em particular para os alentejanos e alentejanas, obrigados a sobreviverem com rendimentos que são em média  30% abaixo dos, já baixos, rendimentos médios dos portugueses é absolutamente prioritário para conseguir, já em 2009,  uma melhoria dos salários reais.     O crescimento dos salários é fundamental para valorizar as condições de vida dos trabalhadores e para repor perdas do poder de compra verificadas, para reforçar o consumo privado e estimular o crescimento da produtividade, para garantir uma mais justa repartição do rendimento. É por isso da mais elementar justiça a reivindicação da CGTP-Intersindical de que a melhoria real dos salários para 2009 se traduza em aumentos salariais no mínimo de 2% acima da inflação verificada em 2008.     Mas, para os trabalhadores e trabalhadoras da nossa região, o crescimento do salário mínimo é igualmente fundamental. Entende-se, que a par da fixação do salário mínimo em 450 euros em Janeiro de 2009, conforme se estabelece no acordo de 2006 ele deverá evoluir de forma a atingir em 2013 os 600 euros mensais.     A garantia da valorização do salário mínimo para além de 2011, data em que o salário mínimo atingirá os 500 euros, é tanto mais necessária na nossa região porque importa também garantirmos o esbatimento das “fronteiras salariais” entre o Alentejo e a Extremadura e Andaluzia num momento em que se pretende uma crescente interligação económica entre as economias portuguesa e espanhola. Ora como se mostra no quadro acima, o salário mínimo em Espanha é actualmente 600 euros e atingirá em 2011 os 745 euros.     Igualmente importa defender o poder de compra das pensões. Nos últimos anos, diferentes governos procederam a alterações sucessivas do regime de cálculo das pensões sendo que a última, realizada em Maio de 2007, impõe uma generalizada e significativa baixa no valor das pensões.      Com a criação de um chamado Factor de Sustentabilidade os governantes transformaram uma realidade positiva (o aumento da esperança de vida) numa diminuição significativa do poder aquisitivo de um significativo número de portugueses e portuguesas.     Esta medida aplicada sem qualquer salvaguarda dos direitos adquiridos veio determinar já em 2008 a redução de 0,56% no valor das pensões e imporá novas reduções em cada um dos próximos anos se a actual Lei de Bases da Segurança Social. È uma situação tanto mais grave quanto maior o número de idosos e pensionistas e menores as pensões a pagar, como é o caso, infelizmente, que ocorre no Alentejo.     Revogar o “Factor de Sustentabilidade” e rever os critérios de actualização das pensões será, a par da reivindicação de aumentos salariais e da luta pela revogação do código do trabalho, a bandeira de luta dos trabalhadores e trabalhadoras no Alentejo.  Defender a cultura e a coesão territorial do Alentejo.     A luta pelo desenvolvimento económico e social do Alentejo sempre foi assumida como a primeira prioridade dos alentejanos e em particular pelos trabalhadores. Assim tem que continuar.     Num momento em que o grande capital (nacional e internacional) “descobriu” o Alentejo e elegeu esta região como território privilegiado para aumentar os seus proventos é ainda mais necessário, mantermo-nos firmemente apostados na defesa da nossa cultura e do nosso território.     Quando a grande albufeira, que só nós queríamos e pela qual lutámos ao longo de gerações, está finalmente disponível para promover mais riqueza para a região, a multiplicidade das suas aplicações começa a esgotar-se em esquemas de um turismo predador em vez de projectos capazes de garantirem a nossa independência alimentar e energética ou de empreendimentos turísticos que potenciem e valorizem o nosso património e a nossa cultura.     Agora que o desenvolvimento tecnológico e as facilidades de locomoção poderiam proporcionar uma maior criação de riqueza e de bem-estar e uma maior atractividade de pessoas e de saberes, assistimos à apropriação por poucos (os mesmos de sempre?) da riqueza gerada pelo investimento público, à delimitação de territórios para usufruto de endinheirados, a políticas geradoras de “Alentejos diferentes” com enormes assimetrias no interior da própria região.     No próximo ano, um ano importante porque iniciará uma nova legislatura e ocorrerão diversos actos eleitorais, os alentejanos e alentejanas deverão exigir que os partidos políticos inscrevam nas suas agendas compromissos claros para com a Região e em particular o compromisso de garantir o respeito pelo que a Constituição consagra no que se refere à Regionalização.     A criação da Região Alentejo e a possibilidade dos alentejanos e alentejanas poderem tomar nas suas mãos a necessária revitalização e desenvolvimento do nosso território será a melhor garantia para que o Alentejo consiga aumentar a riqueza aqui produzida e melhorar a sua distribuição, preservar a sua cultura e manter a coesão do seu território e da sua gente.   Estas são bandeiras erguidas pelos trabalhadores alentejanos que merecem ser assumidas pela Região e pelo País.Diogo SerraPublicado na Revista Alentejo